Quando o Passado Volta a ser Presente
A
sensação é de quem está vendo um espetáculo de teatro. Meu cérebro nunca
trabalhou tanto para tentar entender algo. Uma vez ele me disse que havia abominado
relacionamentos sérios, casamento e filhos.
Se
o Alexandre chegou a casar é porque não pensava assim antes? E porque ele
passou a pensar?
Trabalhei
para ele por cinco meses, tivemos um relacionamento por três meses e eu nunca
soube de nada. De repente percebo que não o conheço como achei que conhecia.
Apaixonei-me por um curinga.
Jesus!
O
que mais eu não sei? Será que eles tiveram filhos? Ele a amava?
Pensar
nele amando alguém é bizarro, a mulher na minha frente teve algo que até pouco
tempo atrás eu queria desesperadamente. Na verdade ainda quero, ninguém deixa
de gostar de uma hora para outra.
Uma
porta se abriu trazendo-me de volta para a realidade, Alexandre saía de sua sala
e caminhava em direção ao elevador, mas estacou quando percebeu que tinha
“visita”.
Quando
a viu congelou, nunca o vi tão atormentado, seu rosto se transformou em uma
velocidade impressionante, surpresa, dor e por fim ódio. Rebeca sorria como se
a expressão dele não significasse nada demais, ela deu um passo em sua direção
e ele se afastou, mas nem isso abalou o sorriso dela.
-
Rebeca. – cuspiu.
-
Alexandre.
Ela
voltou a se aproximar e ele reagiu da mesma forma, se afastando.
Qual o problema
dela? Só eu que percebi que ele não a quer por perto?
Se toca minha
filha!
-
Eu vim para conversarmos. – disse em um tom educado com o sorriso Colgate ainda
na boca.
Alexandre
a olhou como se ela fosse louca, minha respiração cessou esperando a resposta
dele, mas ela não veio.
-
Que tal você me convidar para um particular em sua sala? Ou você prefere que eu
fale aqui, na frente delas.
Ele
olhou para Marta que tinha a expressão idêntica ao assassino do filme Todo
Mundo em Pânico e depois, só então pareceu perceber minha presença. Tentei me
manter neutra sob o seu olhar, mas foi impossível. Deixei meus olhos revelarem
todas as minhas duvidas e os meus medos. Algo indecifrável passou pelos
incríveis olhos dele, não sei se culpa ou receio. Alexandre voltou a fitar
Rebeca agora com um ódio bem maior, andou até a porta de sua sala a abrindo,
ela o seguiu caminhando triunfante.
Os
dois entraram e a porta foi fechada.
Engoli
em seco. Queria ser uma mosca para estar lá dentro.
-
Uau. Que bomba! – exclamou Marta saindo da sua cadeira e ficando na minha
frente.
-
Pois é. – respondi no automático.
-
Daria um dedo para saber o que vai acontecer lá dentro! Será que eles vão...
-
Claro que não! – falei incomodada.
-
Só se ele não quiser querida porque se depender dela... – insinuou.
-
Isso não é da nossa conta. – me irritei jogando os contratos em cima da mesa. –
O Dr. Tomás pediu para entregar ao Ale... ao Sr. Alexandre. Tenho que ir.
Corri
para o elevador como se ele fosse um refugio, eu não deveria estar tão abalada.
Nem tinha mais nada com ele.
O
que ela quer com ele?
E
se ele voltar pra ela?
Meu
coração parecia estar sendo pisado em um pilão. Estava com medo de perder o que
já perdi. Com ciúmes do que não era meu. E com medo do que pra mim era
desconhecido.
Fui
capaz de tudo para enterrar o meu passado. Deixei de ser eu mesmo, mudei de
cidade, matei sonhos e sentimentos. Tudo isso pra que? O passado nunca fica
totalmente para trás. Ele faz parte do que somos, do que nos tornamos e das
escolhas que fazemos. E eu mais do que ninguém fiz muitas. O tempo havia feito
bem a Rebeca, estava ainda mais bonita do que me lembrava. Isso só confirma o
quanto fui burro o suficiente para me deixar envolver e não perceber quem ela
era de verdade antes que me destruísse.
-
Que merda você está fazendo aqui? – me exaltei.
-
Te procuro depois de dez longos anos e é assim que você me trata? – perguntou
petulante.
-
Não sei se você percebeu, mas não estou brincando Rebeca. Responda! – gritei
enfurecido.
Ela
piscou os olhos assustada e se aproximou de mim, ficando perto demais.
-
Baby já se passaram dez anos. Você nunca vai me perdoar?
Sorri
cínico controlando meu instinto assassino.
-
Se era isso que você tinha a dizer cai fora. – falei entre dentes.
Ela
me olhou com água nos olhos. As cenas dignas de um Oscar iriam começar, eu já
conhecia todas elas.
Passei
as mãos pelos cabelos pedindo a Deus paciência.
-
Já chega Alexandre! Você não pode me expulsar daqui como se eu fosse um
cachorro. Esse papel de vítima não combina mais com você, ou você acha que não
sei a vida que esteve levando nos últimos anos.
-
Eu nunca ousaria te comparar a um cachorro, eles têm qualidades que você nem
sequer sabe o significado! Lealdade é uma delas!
-
Eu era jovem e o...
-
Por que você não ficou na Nova Zelândia porra?! – me descontrolo.
-
Eu juro que tentei te deixar em paz, mas eu te amo.
Ela
se joga em meus braços e começa a chorar. A proximidade me faz mal, as cenas
que presenciei voltam a me assombrar e eu a afasto.
-
Você nem sabe o que é amar alguém! – digo colocando o dedo na cara dela.
-
Eu nunca vou me perdoar por ter te transformado neste homem frio e... rancoroso.
– ela enxuga as lágrimas e em seguida volta a me fitar. – Eu sei que eu posso
trazer o Antigo Alexandre de volta...
Cerro
o maxilar e dou um sorriso carregado de raiva.
-
Ele morreu juntamente com toda a merda que eu já senti por você. Vou te dar um
conselho Rebeca, volta para Nova Zelândia, pro inferno, enfim não sei, só some,
desaparece. Me esquece!
Caminho
até a porta e a abro.
-
Vai sair ou quer ser arrastada pelos seguranças? – indaguei erguendo uma
sobrancelha.
-
Eu voltei disposta a tudo para te ter de volta. – falou segura. – Eu sei que
você ainda me ama.
-
Eu odeio você.
-
Você odeia o fato de ainda me amar. Ainda podemos recomeçar.
Ela só pode ser louca!
Aproximei-me
perigosamente com a raiva transbordando, agarrei seu braço e disse entre
dentes.
-
Eu quero distancia de você. Te ver, te escutar... tudo isso me enoja. Nem
precisa se dá ao trabalho de voltar aqui porque vou me encarregar de que você
não passe nem na frente da minha empresa.
-
Me solta! Você está me machucando! – ela grita enquanto a arrasto pra fora da
minha sala.
Jogo-a
pra fora, ela cambaleia um pouco, mas consegue se manter de pé.
-
Eu vou voltar Alexandre de cabeça erguida, pela porta da frente e você não vai
poder fazer nada para me impedir. – fala entre dentes.
Bato
a porta com toda a minha força na sua cara impedindo-a de continuar a falar.
Caminho pela minha sala como um animal enjaulado, jogo tudo que está em cima da
mesa no chão, grito e pego alguns objetos arremessando contra a parede.
Minha
sala vira um caos.
Eu estou um caos...
Sabe
aquela sensação de que algo muito ruim vai acontecer ou que alguém que você ama
está precisando desesperadamente de você? Pois é, essa sensação me acompanhou
ontem a noite inteira e continuou durante todo o dia.
Essa
angústia está me enlouquecendo, é quase um chamado...
Desci
até o refeitório a procura da Marta, enquanto tentava dormir ontem à noite,
prometi a mim mesma ficar longe dessa história, mas não estou conseguindo, só
preciso saber se ele está bem.
Só isso.
Marta
está sentada sozinha em uma das mesas. Caminho até ela com o coração aos pulos.
-
Oi. – falo sorridente.
-
Olá.
Encaro-a
sem graça, não levo o menor jeito para mexericar.
Vamos Fernanda é
por uma boa causa!
Mas
e se ele estiver mal? O que eu faço?! Devo ir falar com ele? Não. Nós nem
estamos juntos, se ele quiser que venha até mim. É isso mesmo, se ele precisar
conversar ele que me procure.
Mas
eu pedi pra ele me deixar em paz! Ele não vai vim...
Definitivamente
os problemas dele não são da minha conta. Afastar-me disso tudo é o melhor a
fazer...
- Acabei me esquecendo de mandar um e-mail
para um dos diretores. Tenho que voltar para o trabalho. – minto me levantando
e desistindo.
-
Você perdeu a cena ontem! – Marta fala e eu congelo.
Olha
para ela e para a cadeira da qual acabei de me levantar.
Sentar ou não
sentar... Ouvir ou não ouvir... Eis a questão!
Curiosidade
1 x 0 Fernanda
Eu
sento.
-
O que? – pergunto ovulando de curiosidade.
-
O Sr. Alexandre arrastou a megera para fora da sala, ele gritava muito, parecia
estar prestes a cometer um assassinato. E quando ela disse que voltaria de
cabeça erguida pela porta da frente ele deu com a porta na cara da metida. –
disse eufórica.
-
Serio? – pergunto boquiaberta.
-
Hunrum. E hoje pela manhã quando entrei na sala para entregar os contratos que
você deixou ontem, a sala estava digna de um terremoto. Papeis no chão, objetos
quebrado, tudo revirado, você precisava ver! – ela olhou para os lados como se
para se certificar de que ninguém ouvia e então continuou. – Eu acho que ele
teve um surto.
Engulo
em seco e ela não para de falar.
-
Deixei os papeis lá e pedi a faxineira para dar um jeito na sala. Depois de
mais ou menos uma hora ele chegou, achei até que não viria. Em seguida o Sr.
Alexandre me chamou em sua sala e deu ordens expressas para não deixar a
ex-mulher entrar na empresa sob hipótese alguma. Eu disse apenas um “sim Sr.” e
saí de lá pianinho.
-
Garotas!
Marcos
chega animado sentando junto conosco na mesa. Ele pisca o olho para mim e eu
sorrio sem graça. Estava evitando ele desde que vomitei em seu carro.
-
Oi Marcos. – eu e Marta falamos juntas.
-
Olha só o que tenho aqui! – ele fala jogando um papel cheio de nomes em cima da
mesa.
Marta
pega e começa a analisar.
-
O que é isso? – pergunto sem muito interesse.
-
É um bolão! – responde animado. – Não acredito que vocês não deram seus
palpites ainda!
-
Palpites? – franzo o cenho.
-
É. De qual foi o motivo da separação do Todo Poderoso. – respondeu.
Abro
a boca surpresa e então encaro a Marta.
-
Eu não acredito que você contou para a empresa inteira?
-
É claro que não Fernanda. – se defende.
Cerro
os olhos.
-
Tá bom. – ela levanta as mãos em sinal de rendição. – Mas eu só comentei com a
Laura do RH, com mais ninguém. Juro.
Marta
faz cara de cachorro sem dono e beija os dedos cruzados em sinal de promessa.
Reviro
os olhos.
-
Claro, você só contou para a maior fofoqueira da empresa: Laura língua de
trapo! Não quero nem ver o que ele vai fazer com você quando descobrir. – digo
séria.
-
Ai meu Deus! – ela coloca a mão no peito e arregala os olhos. – Você acha que
ele vai saber que fui eu?
-
Por acaso ele tem outra secretária? – resmungo.
-
Fodeu! Não vai restar pedra sobre pedra. – ela se desespera começando a roer as
unhas.
-
É por isso que eu acho que você deveria participar do bolão Marta. – incentiva
Marcos morrendo de rir. – Vai que ele te demite? Pelo menos você vai poder
contar com o bolão. Nessas horas a melhor coisa é contar com a sorte, dentre
todos você é a que tem mais chances de acertar já que convive de perto com ele.
-
Realmente vocês não têm o que fazer! – censuro olhando de um para o outro.
-
Qual é Nanda?! Larga de bobeira e dê o seu palpite! – ele diz me empurrando com
o ombro.
-
Eu só acho que esse é um assunto dele. Nada a ver fazer uma brincadeira super
sem graça com algo tão sério. – digo dando de ombros.
-
Sério que você vai fazer a linha de advogada do diabo? – Marcos sorri irônico.
– Está defendendo ele por quê?
Oh merda!
-
Eu não estou defendendo!
-
Parece que está sim. – retrucou.
-
Meu palpite é que ele se separou porque é gay. – diz Marta alheia a minha
discussão com o Marcos.
-
Gay?! – indago encarando Marta.
-
É o palpite dela. – articula Marcos visivelmente irritado. – Alguma objeção? –
ergue uma sobrancelha.
É impressão minha
ou ele está estressadinho pra cima de mim?
-
Não nenhuma. – respondo intrigada.
-
O meu palpite é que ele levou um belo par de chifres da mulher, pra mim aquela
arrogância toda não passa de uma dor de corno. – disse fitando-me diretamente
como se quisesse me atingir.
-
Bom eu vou voltar para o trabalho. – digo me levantando.
-
Eu vou com você. – ele avisa pegando o papel da mão da Marta e colocando no
bolso.
Andamos
juntos e pegamos o elevador. Lá dentro Marcos fica inquieto como se quisesse me
dizer alguma coisa, assim que chegamos e as portas se abrem eu saio pra fora.
-
Até mais Marcos.
-
Fernanda espera. – pede me puxando pelo braço.
Ele
entra em uma das salas desocupadas no andar e me leva junto.
-
O que foi? – pergunto depois que ele fecha a porta e me encara com olhos
ansiosos.
-
Eu estava pensando se você não gostaria de sair comigo hoje.
Aí Jesus!
-
Marcos eu... anda meio cansada. – dou um sorriso sem graça.
Isso foi péssimo,
eu sei. Mas foi a melhor desculpa que arrumei.
-
É por causa dele? – perguntou irritado.
-
Dele quem?
-
Sr. Alexandre.
-
De onde você tirou isso?!
-
Fiquei sabendo que vocês jantaram juntos em Veneza. E agora a pouco você
defende ele com unhas e dentes. O que quer que eu pense? – diz exasperado.
Fiquei
tão sem reação que não consegui dizer nada a principio. O que me incomodou não
foi o fato dele desconfiar sobre mim e o Alexandre, mas se achar no direito de
vim tirar satisfação. Minha vontade era de não responder, só que o medo dele
sair por aí contando o que pensava foi mais forte. Tudo o que menos precisava
agora era ver a minha vida ser o principal assunto do momento.
-
Um jantar é apenas um jantar. – comecei aborrecida. – Agora se você acha que
dar a minha opinião sobre um assunto é defender alguém problema seu. Não lhe
devo satisfações. Só espero que você não comente pelos cantos o que você não
sabe!
Quis
passar, mas ele entrou na minha frente.
-
Nanda me desculpa. Sério mesmo. Eu não deveria ter te perguntado nada, é só
que... Poxa eu to maluco por você!
Foi
tudo tão rápido que meu cérebro deu pane. Em apenas alguns segundos eu já
estava sendo pressionada na parede tendo a língua do Marcos na minha boca.
Tentei escapar, mas é obvio que não consegui, ele era muito mais forte que eu.
Quando Marcos levou uma mão até meu seio o apertando e gemeu rouco perto do meu
ouvido, foi que consegui empurrá-lo para longe de mim.
-
Pelo amor de Deus o que deu em você?! – gritei.
-
Calma... Foi só um beijo. – sorriu tranquilo.
-
Não! Não foi só um beijo, foi um beijo forçado!
-
Nanda eu...
-
Cala a boca! Você já disse e fez muita merda hoje.
Saí
da sala me recompondo e bati a porta atrás de mim.
Era só o que me
faltava! O que mais falta acontecer hoje?!
-
Sr. Alexandre a sua ex-esposa está no saguão com o advogado dela exigindo falar
com o senhor.
Levanto
espalmando as mãos na mesa.
-
Que porra! Eu pensei que havia lhe dito para...
-
Ela está com alguns documentos registrados em cartório...
-
Não importa que merda ela tenha nas mãos, eu quero ela fora! – grito.
-
Eu mesma fui lá e vi os papeis. Neles ela está como uma das investidoras da
empresa. – Marta explica cautelosa.
-
O que? Eu sou o dono da empresa e nunca permitiria que ela investisse no meu
negócio!
-
Mas é o que está escrito nos papeis. Acho melhor o senhor descer até lá. – aconselhou.
******
Eu
só poderia estar vivendo um pesadelo. Meus olhos não acreditavam no que liam.
-
Eles só podem ser falsos! – indignei-me encarando Rebeca e o advogado que a
acompanhava.
-
Não são Baby. Eu disse que voltaria de cabeça erguida e você não poderia fazer
nada para impedir. – ela retruca sorridente.
Passo
as mãos pelos cabelos desesperado. Nos papéis registrados em cartório a Rebeca
era uma legitima investidora. Como isso foi possível?!
Eu não seria louco
de vender ações para ela!
-
Como você conseguiu isso? – gritei chamando a atenção de algumas pessoas no
saguão.
Ela
sorri e se aproxima de mim concertando minha gravata, a empurro para longe, seu
sorriso vacila por alguns instantes para em seguida voltar com força total.
-
Você deve lembrar que vendeu algumas ações recentemente para uma mulher chamada
Mel. Eu só as comprei dela, portanto são legitimas!
-
Sua desgraçada! Eu não acredito que você usou uma laranja para se enfiar aqui
dentro! – avancei nela fora de mim a agarrando pelo braço.
-
Vai fazer o que?! – me desafiou. – O tempo te mudou tanto que agora é capaz até
de bater em mulher?!
Fulmino-a
com o olhar, nem em um milhão de anos sujaria minhas mãos com ela.
-
Eu vou falar com o meu advogado! – avisei a soltando.
-
Pode falar. Contrate quantos você quiser Baby, eles só irão te dizer a mesma
coisa que eu. Você vai ter que me engolir! – provocou.
Viro-me
e saio, preciso sair dali antes que cometa uma besteira e avance naquela
dissimulada. Ouço seus passos me seguindo e volto quase colidindo com ela.
-
Não venha atrás de mim!
-
Só quero te dizer mais uma coisa. – ela umedece os lábios para então continuar.
– Voltei por você e não vou desistir fácil, isso é só o começo. Eu quero. Eu
posso. Eu consigo. E ainda passo por cima de quem se atrever a entrar no meu
caminho.
Fico
tão perto dela que nossos narizes quase se colidem, retribuo suas palavras com
um sorriso sombrio.
-
Você não vai se enraizar na minha vida de novo como uma erva daninha. Não me
provoca Rebeca, você não tem ideia do quanto eu mudei nos últimos anos e muito
menos do que eu sou capaz de fazer para te manter longe de mim.
Dei-lhe
as costas andando firme. Minha cabeça começando a estourar de dor.
Estava
exausta e enfim iria para casa. Andava pelo corredor da empresa com a cabeça
baixa. O dia havia sido exaustivo emocionalmente. Estava preocupada com o
Alexandre, uma sensação ruim tomou conta por completo do meu peito. Aquela percepção
de que ele precisava de mim estava mais forte do que nunca. De quebra ainda
tinha o Marcos com aquelas insinuações, fora o beijo que ele me deu.
Assim
que levantei a cabeça uma cena me chocou. Alexandre estava no corredor sentado
no chão com a cabeça entre as mãos. Meu coração se apertou, parei no mesmo
instante sem saber como agir. Uma força vinda de algum lugar me puxou até ele como
um imã. Andei a passos lentos até chegar perto, me agachei e só então ele
levantou a cabeça e me encarou com uma expressão torturada.
Eu
soube ser superior, naquele momento não importava mais se ele havia me dado um
chute, dito idiotices ou quebrado o meu coração. O olhei da forma que mais
precisava agora, com humanidade. Eu não sabia se ele estava assim por causa da
ex ou por algum outro motivo, mas queria ajudar, queria abraçá-lo e dizer que
tudo ficaria bem. Sua mão devagar pousou em meu rosto, assim que tocou minha
pele queimei por dentro.
Fechei
os olhos e suspirei fundo. Como eu senti falta do toque dele...
-
Eu não acreditava mais nas pessoas, mas isso mudou quando conheci você. Você é uma
pessoa boa... – sussurrou tristemente.
Ele
me puxou devagar e me abraçou forte.
Foi
o melhor abraço que recebi na vida.
O
mais perfeito abraço do mundo...
4 comentários:
Que raiva dessa Rebecca ela se acha, tô até com pena do Alexandre. . Ansiosa pelos próximos capítulos.
Vou rebolar aqui para que poste o mais rápido possível o próximo!
Obrigada pelo carinho... <3
Ódio,òdio dessa Rebeca mais sei que seu personagem promete capítulos interessantes,eu amo isso,então coloque seu rebolar num bambolé e seja rápida,ok,vc sabe que te adoro,sou sua fã nº 1 bjs esperando ansiosa .
Ownnt *-----------------------------------*
Telma nem tenho palavras para agradecer tanto carinho...
Tenho as melhores leitoras do mundo!
Amanhã sai a 7ª Parte de Rendida.
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Olá pessoal, gostaria muito de saber a opinião de vocês sobre o que está sendo postado. Comentem a vontade...