Quando uma informação cai nas mãos erradas...
- Quando você vai
agir Rebeca? Eu estou com pressa! – Murilo fala
impaciente pelo celular.
-
Querido tenha calma, estou esperando o momento certo. Alexandre não dorme na
cobertura todas as noites e quando dorme leva a Fernanda!
Caminho
pelo corredor da empresa em direção a minha sala, se é que posso chamar aquilo
de sala. É um cubículo!
- Dê um jeito
Rebeca! O mais difícil você conseguiu, subornou um dos porteiros da cobertura
para fazer vista grossa para a sua entrada.
-
Eu sei disso Murilo! Lembre-se de que ninguém quer ver mais aqueles dois
separados do que eu! – retruco ríspida tentando equilibrar o celular na orelha com
o ombro enquanto carrego pastas cheias de papéis para assinar.
- Conversei com ela
hoje. – diz em um tom de voz meio afetado. – Sinto que temos uma conexão, uma
química...
Reviro
os olhos.
A
conexão entre eles é o Alexandre. Murilo sempre foi obcecado por tudo o que
pertencia ao irmão. É um doente!
-
Não se preocupe... – tento acalmá-lo. – Quando eu agir, Fernanda correrá para a
sua cama.
- E não sairá de lá
nunca mais.
-
Ok Murilo agora me Pope de suas fantasias com a amante do seu irmão! Tenho que
desligar. – finalizo.
Encerro
a ligação e me distraio colocando o celular na bolsa, de repente recebo um
esbarrão e papeis voam para todos os lados do corredor.
-
Oh senhora me desculpe... – uma moça jovem me olha aterrorizada, na certa deve
ser uma estagiária.
-
Sua incompetente! Olha o que você fez! – grito com ela e me agacho para
recolher os meus papeis.
-
Me... me perdoe eu não lhe vi. – ela também se abaixa colocando alguns papéis
dentro de um envelope.
-
É claro que não viu! É cega! Idiota! – ralho me levantando jogando os papeis na
minha pasta. – Quando eu voltar a ser a mulher do dono da empresa te jogo na
rua garota!
A
garota me olha amedrontada e dirijo-lhe um sorriso frio seguindo para a minha
sala.
******
Faltavam
poucos papéis para assinar, estava louca para ir para casa submergir na minha
banheira com sais aromáticos. Conferi os papéis que faltavam e um deles me
chamou atenção.
-
Resultado das inscrições dos candidatos selecionados para formar a equipe de
trabalho em Roma na Itália. – leio em voz alto o que está escrito no cabeçalho.
– Isso não é meu! Ah só pode ser daquela incompetente, nossos papéis se
misturaram quando esbarramos.
Passo
os olhos pela lista de quinze nomes antes de colocá-lo no triturador e estaco.
-
Eu não acredito! É bom demais para ser verdade!
Leio
umas dez vezes para afirmar que o que estou vendo não é um sonho.
Fernanda de
Bragança e Silva - secretária executiva do Dr. Tomas Gonçalves de Aquino.
Situação:
Aprovada.
Ela se inscreveu! Isso quer dizer
que aquela sonsa vai embora e o Alexandre ficará livre...
Ah
que ótima noticia!
Será que ele sabe? Deve saber... ela
não esconderia. É do tipo certinha.
******
O estacionamento estava um pouco escuro
quando cheguei para pegar o meu carro. Já passava das sete horas da noite e o
meu único desejo era de chegar logo em casa. Abro a porta do meu carro e já estou
quase entrando quando uma voz roucamente sexy me fez parar.
Era o Alexandre e ele falava ao
telefone.
- Eu estou saindo da empresa agora
em meia hora estarei em sua casa... – ele deu uma risada rouca da qual eu
sentia muita falta. – Sim... me espera na cama, de preferência nua.... Hum...
tem uma surpresa pra mim? Estou ansioso para saber o que é... Também te amo
Lindinha.
Raiva e inveja me resumiam naquele
momento. Aquela mulher tinha tudo o que eu queria...
Ele desligou o telefone e sorriu
bobo o que só aumentou minha fúria.
- Tão romântico que nem parece você.
– digo o assustando.
O sorriso dele morre.
- Pensou na minha proposta? –
provoco quando ele me ignora completamente e abre a porta do carro. – Então é
assim? Vai fingir que eu não existo?
Alexandre entra no automóvel e tenta
fechar a porta, mas o impeço.
- Solta a porra da porta ou eu a
fecho levando seus dedos juntos! – esbraveja.
Ele me olha com ódio e eu cedo.
- Tudo bem. Vamos ver se você
continuará me tratando assim quando ela estiver na Itália. – dou um sorriso
para esconder a minha insatisfação.
- O que?
Ele parece confuso.
- A inscrição para formar a equipe
que irá para Roma. Ela se inscreveu e passou.
- Rebeca poupe-me de suas mentiras!
– afirma categórico fechando a porta do carro.
Rapidamente abro minha bolsa, pego o
papel que sabiamente guardei ali e jogo no colo dele pela janela. Alexandre
primeiro me olha impaciente depois acende a luz do carro e pega o papel
começando a ler.
- Sua Lindinha não te contou Baby? –
faço beicinho.
As mãos dele tremem e ele me dirige
um olhar mortal saindo do carro e agarrando meu braço com força.
- Você fraudou isso aqui não foi?!
Desvencilho-me.
- Não! Não fraudei nada! Para de ser
panaca e admite logo de uma vez que ela está enganando você! Fez tudo pela suas
costas... Não teve a coragem de te contar!
- Não me provoca Rebeca! – silva
para mim.
Ele está muito nervoso e se aproxima
de mim perigosamente, mas não me deixo intimidar.
- Uma vez você me disse que ela era
muito mais mulher que eu, agora tenho que admitir... com aquela carinha de boa
moça enganou todo mundo, até a mim! – começo a rir diabólica. – Será que não
tem um italiano na parada esperando por ela lá?!
Ele me joga contra o carro e avança
no meu pescoço me sufocando.
- Eu vou matar você!
- Isso desconta em mim! Você não
passa de um fraco Alexandre, passou os últimos dez anos fodendo mulheres para
se vingar de mim! Só que você abaixou a guarda e agora come na mão dela, só
falta lamber o chão que ela pisa... – jogo na cara dele.
Minhas palavras o atingem em cheio e
ele me solta correndo as mãos pelos cabelos. Coloco minha mão no pescoço o
massageando, mas não tiro o sorriso da boca.
Ele parece uma fera enjaulada, está torturado.
- Nunca passou pela sua cabeça que
ela pode ser exatamente o que você nega fielmente? Será que o fato de você ter
dinheiro não foi um afrodisíaco para ela? – em um gesto sarcástico levo a mão a
boca em forma de espanto, estou me deliciando em torturá-lo. – E será que ela é
realmente fiel a você?
Ele me fita e dessa vez sinto uma
leve peninha. Alexandre parece sentir uma dor imensa.
- Desculpe dizer isso Baby, mas eu
precisava abrir os seus olhos. – falo tocando-o de leve na face. – Ela já
provou que não é quem você pensa... o que será que ela ainda esconde de você?
Ele arranca minha mão de seu rosto.
Alexandre entra no carro batendo a porta com uma força exagerada e sai em alta
velocidade fazendo os pneus cantarem.
- Isso Baby... vá tirar satisfações
com aquela sonsa... – dou uma risada alta e pego meu celular ligando para o
Murilo.
******
-
Como vou saber se eles irão brigar? –
Murilo grita pela décima vez ao celular.
- Dê um jeito, vá para o apartamento
da vizinha dela, escute atrás da porta ou fique invisível e entre na casa dela!
Mas eu preciso saber... – exijo. – Se eles discutirem, o que eu tenho quase
certeza pelo modo como ele saiu daqui, hoje mesmo entro em ação.
-
Eu vou dar um jeito então... Aviso você assim que ele sair do apartamento dela.
- Perfeito. Vou para casa tomar um
banho e ficar mais sensual do que nunca. A noite será longa! – desligo.
A
casa caiu Fernanda! O conto de fadas acabou...
2 comentários:
Que odio dessa Rebecca ..... vontade de dar na cara dela. ...Já estou com pena da Nanda. .
Nanda e Alexandre vão sofrer :(
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