Oi gente, sei que sumi. Mas não foi porque eu quis. Sabe aquele ditado: "Quando Deus fecha uma porta sempre abre uma janela"? Pois é, ultimamente ando tendo muitas portas fechadas, mas vou esperar pacientemente Deus abrir a janela :)
Tive alguns problemas familiares que me afastaram da escrita, mas estou de volta e o Alexandre também... O capítulo está gigante porque vocês merecem.
Bom teremos só mais dois capítulos e o epílogo (comecem a se despedir do Alexandre e da Nanda). Eu já estou de ressaca....
Bom agora vamos ao que interessa!
Josi.
A felicidade está logo ali...
-
Assim Fernanda... – lamento embaixo do chuveiro enquanto ela toma o meu pau até
o fundo da garganta, minhas mãos prendem seus cabelos com força e ela me chupa
mais forte. – Boca gostosa... boca gostosa do caralho!
Seus
lábios brincam com a cabeça do meu pau e eu fecho os olhos bem perto de gozar,
ela volta a chupar para cima e para baixo deslizando aquela boca carnuda no meu
membro.
-
Você está me deixando louco... – minha voz sai torturada. – Vou encher sua boca
de porra... é isso o que você quer?
Ela
geme de forma doce e eu encaro aquilo como um sim, meu pau entra cada vez mais
fundo e Fernanda não decepciona ao chupar com volúpia. Perco o controle quando
meus olhos encontram os dela, a imagem da Fernanda de joelhos, me mamando muito
gostoso é um tiro certeiro nas minhas bolas, então eu explodo e dou a ela tudo
de mim.
O
jato quente, ligeiramente salgado foi lançado no fundo da minha garganta, Alexandre
gemeu alto quando o suguei duro engolindo seu esperma. Sua mão se enrolou em
meu cabelo e ele me puxou bruscamente para cima encarando-me com os olhos
verdes febris.
-
Esse foi o banho mais gostoso que já tive na vida. – sorriu sexy.
Sua boca desceu até os meus seios fazendo uma
sucção inebriante. Gemi angustiada quando ele me penetrou com dois dedos
fazendo movimentos circulatórios que me tiraram do eixo e abalaram o meu mundo.
-
Ah... não pare... – imploro e em resposta ele prende o bico do meu seio entre
os dentes. – Alexandre... Oh...
Meu
corpo se aperta, o safado percebe isso e passa literalmente a me foder
colocando mais um dedo dentro de mim, são três agora. Os dedos dele me penetram
tão fundo que tenho que me agarrar em seus ombros para não cair. A água do
chuveiro incide forte sobre nós, mas é incapaz de apagar a chama acesa de
nossos corpos.
-
Alexandre... eu vou gozar... – clamo fraca de tanto desejo.
-
Cachorra... – puta merda hoje ele acordou inspirado... – Goza Fernanda... goza gostoso
sentindo meus dedos comerem sua bocetinha.
O
bastardo fala sujo em meu ouvido e enlouqueço completamente em um orgasmo
eletrizante. Grito o nome dele enquanto meu corpo treme devido as correntes de
prazer, seus dedos deslizam para fora de mim e ele os leva a boca me encarando
de forma safada enquanto me prova.
Eu vou morrer...
******
Alexandre
teve que me dar banho, eu estava vergonhosamente acabada depois do nosso
showzinho no banheiro. Ele tinha um ritmo intenso e eu começava a me perguntar
se aguentaria essa rotina todos os dias (mentira eu aguentaria sim). Saí do
banheiro carregada, Alexandre me colocou em sua cama e se afastou até o closet com uma toalha amarrada a
cintura. Acho que acabei adormecendo, assusto com ele me beijando
carinhosamente no rosto já elegantemente vestido em um dos seus lindos ternos.
-
Acorda dorminhoca, quer chegar atrasada no trabalho? – brinca me puxando para
fora da cama.
A
culpa é dele que não me deixou dormir a noite inteira!
Para
completar, logo pela manhã inventa um banho cheio de segundas intenções.
-
Eu não vou conseguir manter os olhos abertos hoje... e adivinha de quem é a
culpa?! – retruco de mau humor.
-
Vamos sua molenga! – provoca jogando meu vestido e minha calcinha para mim. –
Vista-se para tomarmos o nosso café, ainda tenho que levá-la em casa para que
troque de roupa.
Não
consigo me manter chateada quando o encaro, ele está rindo, está radiante e o
motivo sou eu. Sei que é.
Visto
minhas roupas sob seu olhar quente, calço as sandálias e saímos do quarto de
mãos dadas.
******
O
café da manhã foi servido no terraço da cobertura, eu estava varada de fome e fui
logo me servindo. Comi de tudo um pouco, tinha iogurte (que eu amava de
paixão), pães recheados com frios variados, frutas, bolos, pão de queijo, suco,
leite, café e torradas.
-
Quando você vem? – Alexandre leva a xícara de café à boca.
-
Para onde? – mordo um pão de queijo.
-
Para cá.
O
encaro de boca cheia.
-
Hãm?
Alexandre
coloca sua xícara em cima da mesa e cruza as mãos no colo me dando toda a sua
atenção.
-
Perguntei quando você muda para a minha cobertura, não é a primeira vez que
conversamos sobre isso Fernanda. Já te convidei uma vez para vim morar aqui. –
ele ergue a sobrancelha e eu pisco algumas vezes.
-
É... nós podemos esperar até o casamento. – o estudo. – Não podemos?
Alexandre
franze o cenho.
-
Você me disse, naquela conversa que tivemos na casa da Marta, que havia
aceitado morar comigo.
-
Sim eu disse, mas...
-
Não foi isso que você veio dizer naquela manhã que encontrou a Rebeca aqui? –
pressiona.
-
Foi, mas agora as coisas mudaram. – tento explicar para ele.
-
Só porque vamos casar? – pergunta irônico. – Lindinha qual a diferença de você
vim morar comigo antes do casamento? É tarde demais para tanto recato não acha?
Abro
a boca estupefada.
-
Isso foi tão grosseiro. – digo irritada.
-
Fernanda para que adiar mais? – ele bufa contrariado e eu fico sem resposta.
Realmente
nós não tínhamos por que adiar, se não fosse a armação da Rebeca já estaríamos
morando juntos há muito tempo. No entanto eu quero esperar um pouco, meus pais
nem sabem ainda que vamos nos casar e então eu já me mudo assim?
-
Alexandre não precisamos discutir isso agora, e, aliás, nem temos tempo.
Preciso ir em casa trocar de roupa antes de ir para a empresa. – falo me
levantando.
-
Se você já morasse comigo não precisaríamos fazer esse percurso, poderíamos ir
direto para a empresa. – ele me alfineta antes de se levantar.
No
carro tentei mostrar para Fernanda as vantagens de vim morar comigo, eu estava sendo
insistente, talvez até chato, mas iria vencê-la pelo cansado. Até o final da
semana Fernanda estaria na minha cobertura.
No
seu apartamento, esperei na sala enquanto ela trocava de roupa, sentei no sofá e
olhei no relógio, estava cedo, daria tempo de chegar com folga à empresa. De
repente uma bola de pelos amarela se jogou em meu colo, parei com as mãos no ar
e encarei o gato da Fernanda de cara feia.
Eu.
Odeio. Gatos.
O
coloquei no chão rapidamente, mas ele voltou a pular em cima de mim e começou a
brincar com a minha gravata nesse momento a Fernanda apareceu na sala.
-
Oh vocês já estão se enturmando. – ela diz radiante em um terninho cinza, os
cabelos loiros presos em um rabo de cavalo.
O
gato corre até ela e se enrosca em suas pernas, Fernanda o tira do chão e faz
carinho em sua cabeça.
-
Ele que estava tentando se enturmar comigo. – esclareço olhando para o gato de
cara feia, em resposta ela mia para mim.
-
Ele não é fofo amor? – Fernanda pergunta carinhosa apertando o gato de encontro
ao corpo.
Franzo
o cenho.
-
Você vai mesmo ficar com ele?
Só
agora ela me encara.
-
É claro que vou.
-
Eu não gosto de gatos. – falo e ela faz uma carranca.
-
Por quê?
Dou
de ombros e coloco as mãos no bolso.
-
Só não gosto, simples assim.
-
Não liga para o que ele diz Yellow. – Fernanda me ignora e fala com a bola de
pelos, o que me faz revirar os reviro os olhos. – Vou colocar um pouco de ração
e leite para você.
-
Yellow? – tento não rir. Só tento.
-
Qual o problema? – Fernanda se irrita e coloca
uma mão na cintura.
-
Nenhum Lindinha. – dou um sorriso irônico. – Achei até... original.
Ela
cerra os olhos para mim e pisa duro até a cozinha, minha gargalhada ecoa alta
pela sala.
******
-
Se você vier morar comigo podemos tomar banhos iguais aos de hoje todos os
dias. – digo assim que estaciono o carro na porta da empresa.
Ela
me olha irritada.
-
Você parece que só tem esse assunto agora.
Dou
um sorriso. É verdade, eu não parava de falar naquilo. Assim que saímos do seu
prédio e entramos no carro voltei a insistir em sua mudança para a minha
cobertura. Eu era insistente, Fernanda não tinha ideia do quanto.
Pego
a mão dela e levo aos meus lábios dando um beijo demorado.
-
Eu proponho que você me deixe acordar ao seu lado todas as manhãs. – jogo as
palavras que ela me disse ontem ao me pedir em casamento.
-
Isso é golpe sujo. – Fernanda sorri docemente e eu sinto que desta vez ela
amoleceu um pouquinho.
-
Não, isso é o desespero de um homem completamente apaixonado que está tentando
convencer a mulher que ama a morar com ele. – apelo para a minha cara de
cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Fernanda
me fita embevecida e neste momento eu sei que ela dirá sim.
-
Eu... eu...
Batidas
na janela do carro nos interrompe e eu xingo mentalmente abaixando o vidro para
dar de cara com a Marta.
-
Ai vocês voltaram! – ela grita assim que nos vê.
Fernanda
ri e abre a porta do carro se atirando nos braços da Marta.
Ótimo, fiquei sem a
minha resposta.
Desço
do carro entregando as chaves para o manobrista e me junto aquelas duas
malucas.
-
Eu vou querer saber de todos os detalhes, incluindo os sórdidos. – ouço Marta
cochichar para a Fernanda, assim que me aproximo elas disfarçam.
-
Bom dia Marta. – a cumprimento e ela sorri.
-
Ótimo dia! Vejo que ficou noivo. – insinua olhando a aliança de ouro na minha
mão direita.
Fernanda
e eu nos entreolhamos.
-
Pois é Dona Marta, mais uma vez você armando pelas minhas costas. – a censuro
fingindo irritação.
-
Foi por uma causa maior. – ela ri divertida. – Eu espero que os dois criem
juízo e não se larguem mais.
Passo
a mão pela cintura da Lindinha.
-
Essa moça está ferrada Marta. – brinco encarando Fernanda. – Ela terá que me
aturar por um tempo chamado sempre.
-
Bobo... – Fernanda sorri lindamente me beijando de leve nos lábios.
-
Então ele me olhou com aqueles olhos lindos e disse “Regra número seis: Jamais
me deixe outra vez”. – termino o meu relato e dou um suspiro.
Marta
havia dado uma fugidinha do trabalho e veio até o meu andar saber de todos os
detalhes.
-
Ai Nanda então foi tudo muito lindo. – diz com os olhos brilhantes.
-
Foi sim, a noite mais especial da minha vida. – solto outro suspiro olhando
para o além.
-
Já marcaram a data? Já avisou aos seus pais?
-
Não para as duas perguntas. Ainda vamos discutir a data, talvez para daqui a
alguns meses e quanto aos meus pais eu irei ligar para eles hoje a noite. –
respondo.
-
Vocês poderiam esperar o meu bebê nascer para casar. – olho para Marta e
arqueio a sobrancelha. – Eu não quero ficar no altar de barrigão Nanda, porque
é lógico que serei madrinha, vocês não seriam malucos de não me convidar! –
conclui indignada.
-
Marta fica calma. – dou uma risada. – É claro que você será a minha madrinha.
Ela
dá a volta na mesa e pula no meu pescoço.
-
Ai que tudo Nanda! Eu vou arrasar no vestido!
Solto
uma gargalhada.
-
É claro que vai.
-
Hum... já ia me esquecendo o que você fará com as placas? As tirei da sala do
Sr. Alexandre quando a faxineira estava limpando e guardei no almoxarifado.
As
placas, depois de ontem elas meio que viraram um símbolo do meu relacionamento.
-
Marta eu vou levá-las para casa, obrigada por ter guardado. Quando eu e o
Alexandre estivermos naqueles momentos de conflito após anos de casamento
olharemos para elas e então nos lembraremos que o que sentimos sempre será mais
importante.
-
Vocês são dois fofos. – sorri. – Ei me acompanha na minha consulta? –Hoje é o
grande dia! Saberei o sexo do meu bebê. – Marta me fita animada.
Fico
surpresa e me levanto da cadeira acariciando sua barriga.
-
Nossa Marta você deve estar ansiosa! É que horas?!
-
No horário de almoço. – ela responde e eu murcho.
-
Poxa Marta eu fiquei de almoçar com o Dr. Tomas, ele quer que eu participe da
reunião de amanhã com o Sr. Buttelli. – fico sem graça.
-
Ah que pena. – ela parece decepcionada. – Mas não se preocupe, quando eu chegar
conto tudo. – sorri.
-
O Sérgio não vai com você? – pergunto.
Ela
faz biquinho.
-
Não, ele tem um evento para cobrir hoje.
-
Oh Marta eu queria muito ir... – lamento.
-
Tudo bem Nanda, eu entendo. – ela beija o meu rosto e sorri para mim.
As
pautas da reunião de amanhã com Buttelli já estavam prontas, eu esperava que a
nossa parceria não fosse reincidida. Infelizmente o escândalo da Rebeca tomou
grandes proporções e respingou na empresa, mas eu não deixaria isso abalar as
Organizações McConaughey, trabalhei duro para chegar onde cheguei. A imprensa
havia dado uma trégua pelo menos, aparentemente a história do empresário que
foi traído e roubado pela esposa e irmão não merecia mais tanta atenção. Eu não
soube mais noticia da Rebeca, a ultima vez que o delegado Garcia me ligou ela
estava sendo transferida para uma prisão de segurança máxima no interior de São
Paulo, as investigações continuavam e o julgamento ainda não havia sido marcado.
Eu esperava que ela mofasse na cadeia e pagasse por tudo o que fez.
Uma
batida na porta chama a minha atenção, ela é aberta e Marta entra com um
bloquinho nas mãos.
-
O Sr. Buttelli acaba de me ligar, ele não embarcou, parece que não estava se
sentindo muito bem e o seu médico exigiu repouso.
Tamborilo
os dedos na mesa.
-
Buttelli remarcou a viagem?
-
Não, o filho dele vem em seu lugar. – ela responde. – Luigi Buttelli, o senhor conhece?
O
nome me traz uma vaga lembrança, lembro-me do Buttelli ter me apresentado o
filho em uma das reuniões particulares que tivemos em Veneza.
-
Sim, eu o vi uma vez, ele administra alguns dos negócios do pai.
-
Então, devemos prosseguir a pauta original da reunião?
-
Sim, acredito que Luigi segue a mesma linha empresarial do pai. – respondo
desviando os olhos para o computador.
Alguns
segundos se passam e ainda sinto a presença de Marta na minha sala, ergo a
cabeça para encará-la, ela torce as mãos nervosa e uma ruga se forma em sua
testa.
-
Marta algum problema?
Ela
limpa a garganta.
-
Eu estava dando uma olhada nos seus compromissos de hoje e me parece que você
tem o horário de almoço livre. – começa um pouco desconfortável, eu assinto e
ela continua. – Então eu pensei... se você não gostaria de me acompanhar... –
ele me olha hesitante. – ... na minha consulta.
Minhas
costas afundam no encosto da cadeira e eu fito Marta sem nenhuma reação, ela
percebe e se senta na cadeira a minha frente.
-
Bom o Sérgio teve que cobrir um evento, a Nanda vai almoçar com o Dr. Tomas e
você é o único livre. – ela dá um sorriso vacilante. – Eu vou saber o sexo do
bebê hoje e não queria ir sozinha... sei lá... acho que ter alguém ao meu lado
fará tudo ser mais especial.
Ela
para de falar e espera por minha resposta, eu não sei o que dizer. Eu quero ir?
Não. Definitivamente eu não quero ir nesta consulta. Começo a trabalhar uma
forma de dizer isso a ela sem parecer insensível.
-
Marta... – faço uma pausa. – É... eu... – fecho os olhos. Merda! Vamos
Alexandre invente uma desculpa qualquer. – Marta eu combinei de... – dou uma
tossida. – de almoçar com um cliente, liguei para ele agora a pouco marcando.
Marta
dá aquele sorriso típico de quando se pega alguém na mentira e eu sinto o meu
nariz crescer uns vinte centímetros.
-
Tudo bem, eu vou sozinha. – ela se levanta e saí da sala.
******
Consciência
é mesmo uma merda!
Eu
tenho que ficar lembrando as inúmeras coisas que a Marta fez por mim e pela
Fernanda só para me sentir um bastardo insensível. Se não fosse por ela
provavelmente não estaríamos juntos e felizes.
Eu
poderia fazer um esforço não podia? Seria o que? Meia hora de consulta?
Saio
da minha sala não acreditando no que vou fazer, Marta está em pé falando ao
celular, ela percebe a minha presença e se despede da pessoa antes de desligar.
-
Pois não Sr. Alexandre?
-
Bem... eu estive pensando. – coço a sobrancelha. – Eu acho que dá tempo de
almoçar com o meu cliente e te acompanhar na consulta, se você ainda quiser é
claro.
Um
sorriso vai aparecendo aos poucos na rosto dela.
-
Fico feliz que tenha conseguido um tempo, o seu afilhado agradece. – ela
acaricia a barriga.
Coloco
as mãos no bolso da calça.
-
Então ta... eu vou voltar para a minha sala.
Dr.
Tomas escolheu um luxuoso restaurante para o nosso almoço. Pedimos o prato
principal ao maítre e conversamos amenidades até a
chegada da refeição.
-
Fernanda na reunião de amanhã eu quero que você dirija a apresentação de
desenvolvimento das estratégias de negócio para Luigi Buttelli. – Dr. Tomas
comenta levando um pedaço do salmão grelhado a boca.
Bebo
um pouco do vinho branco antes de dizer algo.
-
Luigi Buttelli?
-
Infelizmente o Sr. Buttelli teve um mal estar antes do embarque, então ele
mandou o filho, Luigi, para substituí-lo. – esclarece Dr. Tomas.
-
Dr. Tomas o senhor tem certeza que quer que eu dirija a apresentação comercial
de amanhã? Dá ultima vez não terminamos muito bem. – falo relembrando os puxões
de cabelo que dei na Rebeca na frente de todos os diretores.
-
Fernanda eu já disse que quero você ocupando a minha cadeira na Diretoria e
amanhã seria uma ótima oportunidade para mostrar o quanto estou certo em
indicá-la ao cargo.
A
ideia de assumir o lugar do Dr. Tomas ainda não me agrada, não me sentia
preparada.
-
Dr. Tomas eu não tive tempo de pensar sobre esse assunto...
-
Aceite a minha indicação Fernanda. – ele pede segurando a minha mão. – Tire
esse peso dos ombros deste pobre velho. Eu sei que você dará continuidade ao
meu trabalho.
Dou
um sorriso para ele começando a ceder.
-
Vamos fazer uma experiência. – respondo e ele solta o ar dos pulmões. – Mas se
eu sentir que isso não está dando certo vamos reconsiderar. – o aviso.
-
Dará certo minha querida. – retruca confiante. – Dará.
Dentro
do consultório imaculadamente branco eu me sentia um peixe fora d´água. Marta e eu fomos recebidos por uma médica de
cabelos ruivos vestida com um jaleco branco, ela devia ter uns 40 anos, não
mais que isso.
- E então preparada para saber o sexo do bebe?
– a doutora pergunta diretamente para Marta.
-
Oh não estou aguentando de tanta ansiedade... – Marta ri. – Este é o meu chefe
o Sr. Alexandre. – ela me apresenta e eu estendo a mão para a médica. – Sr.
Alexandre está é a minha obstetra Drª Anaíde.
-
Prazer. – digo enquanto apertamos as mãos.
-
O prazer é meu, acho que Marta é a primeira paciente que traz o chefe a uma ultrassonografia.
– ela brinca e eu fico sem jeito.
-
Ah, mas ele não é só o meu chefe. – Marta interfere. – É padrinho do meu bebe.
Drª
Anaíde ergue as sobrancelhas em sinal de surpresa.
-
Marta que sorte a sua ter um padrinho tão interessado, muito legal você ter
vindo participar deste momento. – ela me olha encantada e eu me sinto um bobo
completo agora.
-
Também acho doutora. – Marta afirma enlaçando o braço no meu. – Ele insistiu
muito para vim. – ela mente e eu a encaro franzindo o cenho.
-
Bom, então vamos saber logo se é menino ou menina, não queremos deixar o
padrinho ansioso. – ela volta a brincar e me fita. – O que você prefere?
-
Como assim? – indago confuso.
-
A Drª Anaíde quer saber se você tem preferência pelo sexo do seu afilhado. – explica
Marta.
-
Ah... – merda que papo é esse? Eu só vou batizar a criança! Por que tenho que
ser envolvido nesse tipo de conversa. – Tanto faz, eu acho. – dou de ombros.
-
Então vamos. – a médica nos leva para uma segunda sala e Marta se deita na maca
erguendo a blusa até que a sua barriga arredondada fique a mostra, ela me
dirige um sorriso e eu retribuo um tanto sem graça.
A
Drª Anaíde faz algumas perguntas rotineiras sobre a gravidez enquanto passa um
gel na barriga da Marta, enfio as mãos no bolso e observo tudo a uma distancia
considerável tentando dar privacidade a elas. Um aparelho agora é deslizado por
toda a extensão do ventre da Marta e eu me aproximo para ver as imagens que
começam a se formar no monitor. Na tela tons variáveis de cinza, branco e preto
formam uma imagem que para mim mais parece uma reprodução da via láctea.
Como é que alguém
consegue ver uma criança ali?
-
Aqui nos podemos ver as perninhas, os bracinhos e logo mais acima a cabecinha.
– a doutora aponta no monitor cada ponto e tudo começa a fazer sentido para
mim. – O bebê está sentado com as mãos no rosto. – ela diz nos fazendo rir, não
entendo porque estou tão fascinado pelas imagens, elas mexem comigo de alguma
forma que não consigo explicar. Marta tem água nos olhos e está muito emocionada.
– Sua criança está muito saudável mamãe, vamos escutar o coração do bebê agora.
Um
barulho ensurdecedor se faz ouvir na sala e eu dou um pulo me assustando. As
duas mulheres olham para mim aos risos e eu braguejo baixinho pelo mico que
acabei de pagar.
-
Também me espantei quando ouvi pela primeira vez, é tão rápido não é? – Marta
me fita emocionada.
-
Pra caralho! – a Drª Anaíde me encara de cara feia pelo palavrão que acabo
soltar e eu coloco a mão na boca instantaneamente. – Merda! Desculpe-me doutora.
– ela ergue a sobrancelha e me toco que xinguei novamente. – Foi mal. – digo já
a beira do desespero enquanto Marta se diverte com a minha situação.
- Bom o coração do bebê bate de 120 a 160
vezes por minuto. Por isso esse som tão forte e rápido. – a Drª explica
voltando a atenção para o monitor.
Eu
não entendo como um ser tão pequeno pode demonstrar um sinal de vida tão absorvente,
então o meu coração também começa a bater forte, talvez da mesma forma que o dele,
120 a 160 vezes por minuto.
-
Está dando para ver o sexo? – Marta pergunta eufórica. – O Sérgio tem certeza
de que será um garotão.
-
E ele acertou. – a doutora assegura com um sorriso. – É um menino.
Filho é algo...
mágico, é como se Deus pegasse o melhor de duas pessoas e colocasse em um único
lugar.
As
palavras do Lucas rondam a minha cabeça e eu consigo entender pelo menos por um
instante a alegria que o Sérgio sentirá quando Marta chegar em casa dando a
grande notícia.
Aquela
criança era o melhor deles dois.
-
Você ouviu Sr. Alexandre?! – Marta grita. – É um menino!
Aproximo-me
com um sorriso.
-
Eu ouvi Marta. Parabéns.
-
O Sérgio vai ficar tão feliz. – ela chora e minha garganta aperta.
Lembro-me
da Fernanda na casa dos seus pais com o primo Benjamim nos braços. E agora eu
me pergunto como seria vê-la passar pelo que a Marta está passando? Como eu me
sentiria sendo pai de um filho dela? Todas aquelas coisas que o Lucas disse e
tudo o que eu senti hoje vendo a ultrassom da Marta... eu quero mesmo me privar
disso?
Antes
de entrar neste consultório eu tinha certeza... agora... agora eu não sei mais.
-
Sr. Alexandre? Sr. Alexandre?! – a voz preocupada da Marta me faz encará-la.
-
O que?
-
O senhor está bem? Parece pálido? – Drª Anaíde também me fita preocupada.
Meus
olhos se voltam para a tela do monitor, para o feto. O feto da Marta e do
Sergio. Ainda posso ouvir o som do seu coraçãozinho, ele bate forte, tão forte
quanto o meu.
-
E... eu... vou te esperar no carro Marta. – saio da sala deixando as duas
mulheres boquiabertas.
O
horário de almoço já terminou a mais de duas horas, mas somente agora consigo
um tempinho para ligar para Marta. Termino de fazer as alterações em um
contrato e salvo o documento no meu pen
drive, pego o meu celular na bolsa e ligo para minha comadre.
- Nanda!
– ela atende animada.
-
Oi Marta e aí? Me conta!
- Eu ia mesmo te
ligar, para te contar. É um menino Nanda. – revela
aos gritos.
-
Oh meu Deus! Marta estou tão feliz por você! O Sérgio já sabe?
- Não vou contar
quando chegar em casa, quero fazer um suspense sabe...
Dou
uma risada.
-
Marta eu queria muito ter ido. – me queixo.
- Não tem problema
Nanda, o Sr. Alexandre foi comigo.
Meu
coração para.
-
O... Alexandre?
- Sim. Meu chefe,
seu noivo, padrinho do meu filho. – ela brinca
alheia ao meu estado de abalroamento. –
Nanda você está aí?
-
Estou... – falo num fio de voz. – Como você conseguiu que ele fosse?
- Bom eu só chamei.
Primeiro ele inventou uma desculpa esfarrapada, cara ele mente mal pra caramba.
– ela dá uma gargalhada. – Mas depois ele
me procurou e disse que ia.
-
Nossa... – murmuro sem acreditar ainda no que ouvi.
Marta
chamou e ele simplesmente foi. Ela deve ter poderes mágicos, não é possível!
- Acho que ele
ficou mexido sabe... estávamos lá numa boa comemorando o sexo do bebe e de
repente ele ficou branco como um papel e saiu do consultório dizendo que me
esperaria no carro. Durante o caminho para a empresa ele não falou nada e eu
também não comentei.
-
Mais tarde eu vou conversar com ele. – digo com um nó preso a garganta. – Mais
uma vez parabéns, estou muito feliz.
Despedimos-nos
e então desligo, Alexandre não entrou em contato comigo durante a tarde inteira
e depois do que a Marta disse estou com um medinho dele voltar atrás em relação
ao nosso casamento. E se ele retornar com aquele papo de que nos queremos
coisas diferentes?
Com
o coração na garganta eu envio uma mensagem para o celular dele, só quero saber
se está tudo bem.
Eu
deveria estar analisando contratos, revendo negociações e assinando documentos,
mas não eu estava usando a internet para ler tudo o que encontrava sobre
reversão de vasectomia.
Por
que eu estava fazendo isso? Eu não sei.
Poderia
ser apenas curiosidade ou poderia ser algo mais, a questão é que de repente eu
tinha a necessidade de saber sobre o assunto.
Meu
celular dá um bip e eu o pego de cima da mesa, é uma mensagem da Fernanda.
Oi. Não te vejo
desde manhã :(
Dou
um sorriso e mando uma resposta inteligente.
Está com saudades
é? Mais um motivo para você morar comigo.
A
resposta chega em seguida.
Ainda esse assunto?
Dorme na minha casa
hoje? Não quero deixar o Yellow sozinho.
O
gato não pode ficar sozinho, mas eu posso? É ridículo, mas estou com ciúmes
daquela bola de pelo.
Controlo-me
e digito algo.
Eu só vou parar de
falar nesse assunto quando estivermos morando sob o mesmo teto. Tem algum plano
para hoje a noite?
Ela
responde.
Não. Você tem?
Dou
um sorriso sacana.
Eu tenho um que
envolve a sua boceta e o meu pau.
Meu
celular vibra com a resposta dela.
Acho que foi
exatamente esse seu romantismo que me conquistou.
Dr. Tomas está me
chamando, eu tenho que ir.
P.S.: Ansiosa por
este plano. Eu amo você.
Meu
coração deu um compasso quando li a última frase, Fernanda é doce e romântica e
eu sou exatamente o contrário. Mas eu a amava, mesmo não sendo o cavalheiro do
cavalo branco ou o herói romântico eu a amava com todas as minhas forças.
O
celular que ainda estava na minha mão começa a tocar, o nome do Lucas aparece
na tela e eu atendo com um sorriso no rosto.
-
Oi Lucas.
- Poxa cara chegou
e nem me ligou! Pensei que as coisas entre nós mudariam...
– sua voz parece chateada.
-
Lucas larga de ser chorão, eu ia ligar.
- Você poderia
mudar de desculpa Alexandre, toda vez que ligo você sempre diz a mesma coisa
“Ah Lucas, eu ia ligar” – provoca imitando o meu jeito
de falar.
-
Porque ao invés de você brigar comigo não me dá os parabéns? – pergunto animado
mudando de assunto.
- Pelo que? Ganhou
algum prêmio de melhor empresário? – ele tira sarro
me fazendo rir.
-
Não, é pelo meu casamento mesmo. – revelo e ele fica mudo. – E então? Não vai
dizer nada?
- Porra cara isso
é... MARAVILHOSO!!! – ele grita tão alto que tenho que
afastar o celular do ouvido. – Eu nem
acredito que você deixou de ser um mané e pediu a Fernanda em casamento!
-
Bom... na verdade foi ela quem me pediu...
- O que???
– indaga aos risos e eu reviro os olhos. –
Retiro o que eu disse, você continua o mesmo mané de sempre, a Fernanda é que é
fantástica!
-
Mais respeito comigo Dr. Lucas. – finjo indignação.
- E para quando é o
casamento? Estou tão feliz Alexandre.
-
Ainda não marcamos a data.
- Não vai enrolar a
garota hein?
Dou
um sorriso.
-
Jamais. É ela quem está me enrolando, já a chamei para vim morar comigo e até
agora só recebi um não como resposta. – bufo.
- Pede com
jeitinho... – aconselha.
-
Pedir com jeitinho não é a minha
Lucas. – retruco. – Eu tomo o que é meu e ponto.
Nesse
momento ouço uma voz de mulher o chamar, ele responde algo sobre já estar indo
e em seguida volta a falar comigo.
- Alexandre eu vou
ter que desligar, tenho uma cirurgia dentro de alguns minutos e preciso me
preparar. É uma reversão de vasectomia.
Engulo
em seco e minhas mãos soam, meus olhos encaram a tela do computador onde uma
guia sobre esse mesmo assunto está aberta.
-
Tudo bem... nos falamos depois. Ah... Lucas, eu andei lendo sobre a cirurgia e
fiquei um pouco confuso sobre algumas coisas...
- Cara você anda
lendo? – ele não consegue esconder o tom de surpresa. – Será que isso quer dizer o que estou
pensando?
-
Lucas isso não quer dizer nada, só bateu uma curiosidade ta legal? Não comece
com suas ideias e...
- Ei calma cara!
– pede controlado. – Pode sair da
defensiva, eu só fiquei impressionado... Alexandre eu realmente preciso ir
agora, olha eu escrevi um artigo para uma Universidade aqui do Rio sobre essa
cirurgia há alguns meses, eu posso mandar no seu e-mail e você dá uma olhada
quando puder, depois se tiver alguma dúvida é só me ligar.
Fico
em silêncio e aperto o celular com a minha mão.
- Posso mandar?
– Lucas persiste.
-
É... você que sabe... – respondo com a voz rouca. – Possa ser que eu dê uma
olhada.
- Ok Alexandre. Um
abraço! – se despede e eu posso apostar que ele está
com aquele sorrisinho de quem sabe tudo no rosto.
Lucas
tinha certeza que eu leria o seu artigo.
O
pior é que eu também.
Quando
saí da empresa o Alexandre já me esperava encostado em seu carro, ele me
recebeu com um selinho e abriu a porta para mim dando a volta logo em seguida
para entrar do lado do motorista. Tivemos que passar na cobertura para ele
pegar uma muda de roupa e um terno para vestir amanhã pela manhã, ele dormiria
na minha casa hoje a noite.
Depois
da nossa troca de mensagens mais cedo fiquei aliviada, era um sinal de que ele
não estava pensando besteiras e de que estávamos bem. No meu apartamento, assim
que chegamos ele foi tomar um banho, eu fui para a cozinha dar comida a Yellow
que não parou de miar um só minuto desde que me viu, depois de alimentá-lo preparei
uma macarronada para o jantar, o Alexandre adorava.
Usei todos os meus dotes culinários para que
saísse perfeita e acho que mandei muito bem, Alexandre repetiu duas vezes. Após
o jantar ele sentou no sofá assistindo TV, eu disse que iria banhar e o
esperaria no quarto, antes do banho resolvi ligar para a mamãe e dar a grande
notícia.
- Filha!
– ela saúda assim que atende. – Que bom
que você ligou! Como você está meu bem?
-
Oi mamãe, estou ótima. E a senhora e o papai? – pergunto arrancando as sandálias
e entrando no banheiro.
- Seu pai já foi
dormir, ele está bem, aliás, nós dois estamos. E o Alexandre?
-
Ele está na sala assistindo ao esportivo. – respondo tirando a minha calça. –
Mãe eu tenho uma novidade...
- Oh meu Deus! Você
está grávida?!
Dou
uma gargalhada.
-
Não mãe! Não é isso...
- Então o que é?
-
Eu e o Alexandre, nós vamos nos casar. – digo de uma vez e espero ansiosa por
sua reação.
- Ahhhhhhh meu
Santo Antônio! Obrigada!!!! – mamãe grita e eu fico
paralisada. – Filha essa é a melhor
notícia do mundo! Vocês já marcaram a data? E o seu vestido meu amor? Já
escolheu? Não se preocupe eu vou te ajudar em tudo, teremos um casamento lindo.
Eu tenho que tirar o meu Santo Antonio de dentro do copo de cachaça, há mais de
um ano que o coitadinho está lá de cabeça para baixo e...
-
Mãe! Você fez simpatia?! – eu vou morrer de tanta vergonha. – Eu não posso
acreditar...
- É claro que fiz
meu amor... não precisa agradecer, fiz por você.
-
Mãe eu não preciso de simpatia para arrumar marido!
- Fernanda, você
estava encalhada, aceita que dói menos. – mamãe diz com ar
de fatalidade. – Mas agora isso é
passado, Santo Antônio te arrumou um homem com H maiúsculo e que homem! O
Alexandre é...
-
Mãe chega! – a corto antes que ela comece um dos seus discursos intermináveis
sobre o Alexandre. – Eu tenho que desligar, dê um beijo no papai e conte a ele
a noticia.
- Querida não fique
brava com a mamãe... eu te amo tanto, um dia eu e o seu pai iremos faltar e eu
não quero te deixar sozinha...
Ela
começa a chantagem emocional e eu caio como sempre.
-
Mãe está tudo bem... não estou brava, não mais.
- Oh filhotinha...
estou tão feliz! Você vai casar...
Dou
um sorriso.
-
Eu também estou mãe, vou tomar um banho agora. Eu te amo.
- Eu também amo
você filha. – declara com a voz embargada e eu
tenho certeza que ela está chorando. – Amanhã o seu pai liga para você.
-
Tudo mãe. Te amo.
******
Saí
do banheiro com a toalha enrolada no corpo, Alexandre estava deitado em minha
cama com os braços cruzados embaixo da cabeça e o olhar voltado para o teto,
parecia estar longe, muito longe na verdade. Ele não havia comentado
absolutamente nada comigo sobre a ultrassom da Marta, eu também não quis tocar
no assunto. Não queria pressionar.
Aproximei-me
da cama sentando bem próxima dele, o colchão afundou e ele sentiu a minha
presença.
-
Oi. – dei um sorriso.
-
Oi. – ele sorriu de volta e me olhou por um tempo, depois limpou a garganta e
sentou na cama com uma expressão desconfortável no rosto. – A Marta te contou?
Eu
o fito e tento um sorriso, pelo menos ele está se abrindo.
-
Bom... ela me ligou para falar o sexo do bebê e disse que você tinha ido com
ela a consulta.
Ele
franze o cenho de um jeito engraçado.
-
Você sabia que o coração do bebê bate de 120 a 160 vezes por minuto? – Alexandre pergunta e eu ergo a sobrancelha
achando o modo como diz aquilo muito fofo.
-
Não... eu não sabia.
-
Eu escutei o coração do filho da Marta. Fernanda foi a coisa mais incrível que
já ouvi... – ele diz com tanta emoção que mais parece um garoto de sete anos. –
Ele é tão pequeno, mas o coração bate como o de um gigante.
Olho
para ele surpresa e ao mesmo tempo feliz.
-
Nossa amor, deve ter sido extraordinário, eu nunca te vi assim.
-
Eu o vi na tela também, no inicio não entendi nada... tudo parecia um borrão,
mas Drª Anaíde, a obstetra da Marta, começou a explicar as partes do corpo e eu
fui conseguindo assimilar o borrão com o bebê. – ele continua o relato e
arranca de mim uma gargalhada.
-
Alexandre eu não acho que a Marta irá gostar de ouvir você chamar a ultrassom do
bebê dela de borrão. – falo entre risos.
-
Não vai mesmo. – ele ri também.
Com
o tempo paramos de rir e ficamos em silêncio, o único som agora era o das
nossas respirações.
-
Eu tentei imaginar a tarde inteira como você ficaria de barrigão e não
consegui. – ele quebra o silêncio e o seu comentário é como um soco no meu
estômago. Sinto o olhar dele em mim, mas simplesmente não consigo encará-lo. -
Você consegue?
-
O que? – pergunto de cabeça baixa.
-
Se imaginar grávida, com um barrigão enorme?
Ergo
a cabeça e nossos olhos se encontram, o que eu poderia dizer? Que não só imagino
como já sonhei com isso? Que eu queria muito um filho dele? Uma parte de nós
dois.
-
Amor por que você está me perguntando isso? – pergunto me preservando, eu não
quero voltar a sofrer com isso, já havia feito a minha escolha.
Ele
me traz para o seu colo e eu coloco uma perna de cada lado do seu corpo.
-
Eu não sei... desculpa. – sussurra acariciando o meu rosto. – Eu acho que essa
situação mexeu um pouco demais comigo e bateu uma curiosidade. – ele tenta um
sorriso.
-
Está tudo bem. – beijo o nariz dele. – A gente não precisa ficar nesse clima
pesado toda vez que formos falar de bebês, nós já resolvemos isso, não é?
Ele
me olha de um jeito diferente e eu fico apreensiva esperando sua resposta, às
vezes queria poder ler mentes.
-
Já. – enfim responde, mas não com a mesma segurança de outrora. Alexandre então
desamarra a toalha que estava presa no meu busto e coloca um sorriso safado no
rosto. – Eu estava pensando em colocar aquele meu plano em prática.
-
Que plano? – me faço de desentendida e ele me deita na cama caindo em cima de
mim logo em seguida.
-
Aquele que envolve o meu pau e a sua boceta. – responde aos sussurros em meu
ouvido, sua ereção se esfregando no meu sexo.
-
Humm... acho que tenho uma vaga lembrança agora. – provoco já excitada, pronta
para ele.
Alexandre
me encara com uma cara brava.
-
Vaga lembrança é? – eu assinto e ele enfia dois dedos dentro de mim. – Como
você é gostosa Lindinha... – diz descendo a boca até o meu queixo e depositando
uma mordida ali. – Eu vou te foder duro, quero essa boceta sentindo cada
centímetro do meu pau.
-
Você me enlouquece com essa boca suja... – gemo sentindo os dedos dele entrarem
e saírem de dentro de mim.
-
Eu sei. – ri torto.
Alexandre se levanta da cama e tira as roupas,
eu me apoio em meus cotovelos e admiro cada parte do seu corpo que vai ficando
a mostra. Camiseta e bermuda voam longe, restando apenas a cueca box e ele a
tira devagar. Seu membro salta para fora batendo em sua barriga e eu mordo os
lábios salivando para tê-lo na boca, mas pela forma como Alexandre me olha sei
que não será possível, ele me quer agora.
A
cama afunda quando ele volta para ela, Alexandre fica em cima de mim e ergue minhas
pernas até elas tocarem seus ombros, estou completamente exposta agora.
-
Eu vou comer você assim... nessa posição... – ele diz me penetrando forte. –
Você é o meu parque de diversão preferido Fernanda.
Alexandre
me dirige um sorriso pecaminoso que faz o meu coração parar, então gemo alto
quando ele começa a se movimentar, ele faz isso de uma maneira alucinada e
incansável cumprindo a promessa de me foder duro. Minhas unhas cravam em suas
costas largas e ele solta um suspiro alto, o encaro e ele está de olhos
fechados totalmente concentrado na nossa dança primitiva.
-
Ah amor... – balbucio dopada pelo prazer que ele está me proporcionando. – Mais
rápido...
As
mãos dele voam para os meus seios em um aperto violento e esmagador, Alexandre
atende ao meu pedido e acelera o máximo que consegue, os gemidos dele ficam altos
e a cama começa a bater impetuosamente contra a parede.
-
Alexandre! – fecho os olhos e grito o nome dele estourando em um orgasmo
desesperado. Ele continua suas investidas indo até o fundo, seu rosto banhado
de suor, ele está totalmente entregue.
Alexandre
dá mais algumas estocadas e então sai de dentro de mim, começa a se masturbar
fazendo movimentos para cima e para baixo com a mão e então goza, espalhando
esperma na minha barriga, seios e rosto.
-
Eu sou dominado por sua boceta Lindinha. – ele fala tão baixo dando a impressão
de que não queria que eu ouvisse e então desaba ao meu lado na cama.
Fernanda
tinha a cabeça apoiada em meu peito e minhas mãos faziam movimentos circulares
em seu couro cabeludo, eu adorava sentir a maciez dos cabelos dela. Seu corpo
foi ficando cada vez mais pesado em cima do meu, ela estava quase adormecendo.
-
Você já avisou os seus pais, sobre o nosso casamento? – pergunto com um sorriso
largo.
-
Liguei para a mamãe antes do banho. – sua voz sai arrastada pelo sono. – Ela
ficou radiante, há essa hora deve estar soltando fogos de artifícios na Praça
de Ribeirão Bonito.
Dou
uma risada.
-
Eu adoro a Júlia, ela é muito engraçada.
Fernanda
sorri também, uma risada doce.
-
Eu estava pensando em ligar para o seu pai amanhã. – digo e ela ergue a cabeça
para me encarar. – Eu me sentiria melhor dando alguma satisfação para ele sobre
o casamento.
-
Quer pedir a minha mão é? – ela provoca dando mordidas em meu peito e meu pau
começa a acordar.
Imediatamente
eu a viro na cama ficando em cima dela.
-
Eu quero o corpo inteiro, não só a sua mão. – sussurro em seu ouvido. Minha mão
faz um caminho para o meio de suas pernas, mas Fernanda as fecha antes que eu
consiga chegar ao seu sexo.
-
Pode parar porque preciso dormir. – ela sorri e eu franzo o cenho. – Dr. Tomas
deixou a apresentação comercial da empresa em minhas mãos, não posso aparecer
na reunião parecendo um zumbi.
-
Só mais uma vez, prometo ser rápido. – insisto começando uma trilha de beijos
que começa do pescoço e só para quando abocanho um dos seios.
-
Alexandre, por favor... – choraminga me empurrando e eu prendo o bico entre os
dentes. – Alexandre para! – dessa vez ela me empurra com mais força e consegue
se livrar de mim.
-
Vai mesmo me deixar na mão? – indago cerrando os olhos.
-
Vou. – ela tenta esconder um sorriso. – Amor eu preciso estar bem para amanhã,
não quero decepcionar o Dr. Tomas. Eu aceitei que ele me indique para o seu
cargo.
-
Lindinha que maravilha. – dou um sorriso distribuindo uma chuva de beijos por
todo o rosto dela. – Vai dar tudo certo, eu concordo com o Dr. Tomas quando ele
diz que você é a mais indicada para o cargo, mas tenho que ficar na minha, não
quero que te acusem de estar conseguindo a promoção por causa da nossa relação.
-
Eu entendo amor e também prefiro assim. – ela morde os lábios e desvia os olhos
dos meus. – Estou com medo do Luigi Buttelli não gostar da minha apresentação.
-
Ei que insegurança é essa? – a repreendo de cara feia. – Fernanda você é
competente e perfeita em tudo o que faz. Se Luigi Buttelli não perceber isso é
porque é um idiota.
Ela
me dá um sorriso apaixonado.
-
Sabe que às vezes você é romântico sem perceber? – ela fala e eu fico mudo. –
Eu te amo.
Fernanda
não me da tempo de responder simplesmente se vira para o lado e me puxa para
que eu a abrace por trás e assim ela adormece.
Acordo
com o som insistente da campainha, olho no despertador e são seis da manhã, encaro
o Alexandre que está deitado ao meu lado em um sono profundo, seus cabelos
estão uma bagunça sexy e ele nem se incomoda com o barulho. Levanto vestindo um
robe e dou uma ultima olhada nele antes de sair do quarto e ir para a sala.
Engulo
em seco quando abro a porta e dou de cara com a Dona Lucrecia. Acho que já devo
ter falado nela, é a sindica do meu prédio, na verdade é uma bruxa disfarçada
de sindica. Dou um sorriso falso e a fito me perguntando o motivo desta visita
desagradável.
- Bom dia Fernanda. – ela me olha de cima a
baixo, mas detém os olhos em meus cabelos, reparando a bagunça em que eles se
encontram.
Com
certeza ela não sabe como é ter o cabelo bagunçado por conta de uma foda
quente, se soubesse não passaria os dias procurando motivos para infernizar a
vida dos moradores.
-
Bom dia Dona Lucrecia. – respondo fazendo um coque na minha juba.
Ela
está vestida socialmente como sempre, blusa de manga e saia abaixo do joelho,
sem falar naquele cabelo da década de 60, eu apostava que ela ainda usava laquê
naquele topetão.
-
Deve estar se perguntando o motivo da minha visita. – ela comenta e eu me
esforço para desviar os olhos do seu cabelo.
-
Estou bastante curiosa. – me apoio na porta esperando que ela fale de uma vez.
-
Poderia, por favor, ler para mim o artigo segundo do estatuto do condomínio. –
ela pede segurando um papel bem na frente do meu rosto.
Limpo
a garganta.
Grande merda!
-
É proibido criar animais no prédio ou em qualquer uma de suas dependências. –
leio com a voz falha.
-
Pois bem Fernanda, recebemos uma denuncia anônima de que você cria um gato em
seu apartamento. – ela ergue uma sobrancelha.
Coloco
a mão no peito e fico espantada.
-
Quem? Eu? – ela assente me analisando. – Dona Lucrecia eu me sinto até
ofendida, nunca iria infringir uma das leis do estatuto, o sigo a risca e...
Um
miado me faz parar imediatamente de falar, sinto algo se enroscando em minhas
pernas e encaro a Dona Lucrecia, ela tem os olhos esbugalhados para o Yellow
que não para miar aos meus pés. Meu rosto queima quando ela me fita de um jeito
assustador e cruza os braços.
-
Explique-se. – ela exige e sinto que a qualquer momento um coral aparecerá em
cena para cantar “pega na mentira” pra mim.
Penso
em dizer que não sei de onde o gato veio, mas eu não tenho tamanha cara de pau,
vamos a verdade então.
-
O achei na porta do prédio, ele estava com fome e eu o trouxe para cá. – pego o
Yellow no colo e ele mia para a Dona Lucrecia. – Eu fiquei com dó, ele estava
sozinho e ainda é filhote. – apelo para o emocional, se bem que duvido que
aquela bruxa tenha um coração.
-
Fernanda leia os meus lábios: Eu. O. Quero. Fora.
Pisco
algumas vezes olhando dela para Yellow.
-
Mas... mas...
-
Você tem uma hora para dar um jeito no gato. – ela anuncia bastante irritada. –
Aqui ele não fica.
-
Dona Lucrecia, por favor...
-
Não! Você está avisada. – ela me dá as costas e sai em direção ao elevador.
Olho
para o Yellow e sinto vontade de chorar. Eu não posso abrir mão dele.
E
agora?
Oh merda!
Acordo
e Fernanda não está na cama, ouço vozes vindas da sala e me levanto pegando
minha cueca do chão. Visto-a e vou ao encontro da Lindinha, a encontro sentada
no sofá com ar de derrota, a bola de pelos está em seu colo e ela o acaricia
com ternura.
-
Bom dia. – a cumprimento sentando ao seu lado, dou um beijo em sua bochecha e
ela me fita.
-
Oi.
-
Eu ouvi vozes. – comento cocando a barba. – Aconteceu alguma coisa?
-
Era a Dona Lucrecia, minha sindica, ela recebeu uma denuncia anônima de que eu
estava criando um gato no apartamento e animais são proibidos no prédio. –
explica num fio de voz.
-
O que você vai fazer?
-
Eu vou ter que tirar o Yellow do prédio. – responde cabisbaixa. – Eu não quero
abrir mão dele Alexandre, já me apeguei.
-
Por que você não o deixa na casa de alguém até que encontre uma solução. –
tento ajudá-la.
Ela
ergue a cabeça para mim com um sorriso radiante no rosto, sei que teve uma
ideia, consigo até ver uma lâmpada acesa em cima da sua cabeça.
-
É isso amor! – ela beija o meu rosto e Yellow acaba pulando do seu colo para o
chão com o movimento. – Ele vai ficar na sua casa!
Olho
para ela assombrado e me levanto do sofá.
-
Na minha? – grito. – Você está maluca?!
-
Amor lá tem bastante espaço, Yellow é um fofo não vai te incomodar e eu até
posso cuidar dele. – retruca explodindo de alegria. – Não é a solução perfeita?
O
gato corre até mim e se enrosca em minhas pernas eu o encaro e ele mia me
fitando com grandes olhos cinza. Eu não vou levar essa bola de pelos para a
minha casa nem a pau. Abro a boca para dizer isso a Fernanda quando algo surge em
minha cabeça.
Dou
um sorriso de escárnio para o gato e então fito Fernanda que espera minha
resposta em suspense.
-
Eu levo o gato para a cobertura.
Fernanda
dá um grito em comemoração e pula em meu pescoço. Envolvo sua cintura com meus
braços e colo nossos corpos.
-
Obrigada Alexandre. – agradece com olhos brilhantes.
-
Mas tem uma condição. – contesto e ela ergue uma sobrancelha muito desconfiada.
-
Qual?
-
Você vem junto. – dou um sorriso torto.
Ela
se solta de mim furiosa e coloca as mãos na cintura.
-
Eu não acredito que você está barganhando com a situação do Yellow!
-
Sou um homem de negócios. – me defendo dando de ombros. – Está tudo muito
simples: você vem morar comigo e traz o gato a tiracolo.
Ela
abre a boca em um O perfeito.
-
Isso que você está fazendo é chantagem!
Abro
um sorriso com a irritação dela.
-
Chame do que você quiser. – pisco para ela.
Ficamos
nos encarando por um tempo, sei que ela está pensando.
-
E então? – me aproximo e lhe dou um olhar sedutor. – É só dizer sim, eu fico
feliz, você fica feliz e o gato fica feliz.
Ela
sorri e me dá um tapa no braço.
-
Você é um cretino sabia?
-
Isso é um sim? – sento no sofá e a puxo para o meu colo.
-
Isso é um sim. – afirma acariciando meu rosto. – Eu e Yellow vamos morar com
você.
-
Acho que posso até gostar dessa bola de pelos. – brinco a puxando pela nuca e
invadindo a sua boca com a minha.
Termino
minha maquiagem e me olho no espelho, optei por algo leve na região dos olhos e
um gloss nos lábios. Para vestir escolhi um vestido na cor champagne, com comprimento de meio palmo acima do joelho, ele era
justo e ainda tinha um cinto preto para demarcar a cintura.
Escuto
um assobio e me viro, Alexandre está parado na soleira da porta com os braços
cruzados me olhando com fome. Minhas pernas amoleceram quando o encarei, ele
estava deslumbrante em um terno risca de giz azul que combinava divinamente com
a gravata azul escura de detalhes brancos.
-
Você está linda. – ele sorri andando até mim.
-
Você também. – enterneço quando suas mãos apertam minha cintura e me trazem
para ele, sinto sua ereção roçar o meu ventre.
-
A partir de hoje você dorme na minha casa. – ele sussurra me encarando. – A
noite vou te jogar na minha cama e arrancar esse vestido provocador do caralho.
Suas
mãos deslizam por minha perna provocando uma corrente de calor.
-
E... eu acho melhor irmos. – gaguejo a beira de um desmaio. – Temos que deixar Yellow na sua casa ainda e depois ir para a
empresa.
Ele
apresenta aquele sorriso que molha a minha calcinha e me puxa pela mão me tirando
do quarto. Pego o Yellow e todas as coisas que havia comprado para ele no pet
shop e jogo minha bolsa sobre o ombro, então saímos do meu apartamento. Na
portaria dei de cara com a Dona Lucrecia, eu sabia que a bruxa ficaria de vigia
para ter a certeza de que eu cumpriria a sua ordem, nem olhei na cara dela,
passei direto e entrei no carro do Alexandre.
******
Yellow
ficou aos cuidados da empregada do Alexandre, quando saíssemos da empresa ainda
teríamos que voltar a minha casa para que eu pudesse fazer uma pequena mala, a
minha mudança seria aos poucos, eu ainda teria que resolver o que realmente
levaria para a cobertura. Na empresa passei metade da manhã em uma reunião com
o Dr. Tomas, estávamos discutindo as melhores abordagens para apresentar a
Luigi Buttelli em sua sala.
-
Bom Fernanda, acho que é isso. – Dr. Tomas finaliza a nossa reunião. – Agora é
com você, mostre para aqueles engravatados o porquê de eu ter te indicado para
assumir o meu cargo.
Fico
com um frio na barriga.
-
Farei o meu melhor. – asseguro com um sorriso. Eu me levanto da cadeira e começo
a recolher os papéis com minhas anotações. – Eu vou buscar um café, o senhor
quer?
-
Não minha querida, obrigado.
Assinto
e saio da sua sala, vou até a cafeteira e coloco o líquido preto em um copo de
plástico. Sento em minha mesa e percebo que não tirei as xerox das planilhas
que apresentarei hoje, todos os presentes teriam que ter uma daquela em mãos.
Pego a planilha e vou até a cafeteira colocar um pouco mais de café, depois me
direciono até a sala de cópias.
******
Caminho
pelo corredor distraidamente, a reunião aconteceria no inicio da tarde,
Alexandre avisou que não almoçaríamos juntos, ele queria conversar com Luigi
Buttelli e o convidaria para um almoço. Apresso os passos para chegar rápido a
sala de cópias e acabo colidindo com um corpo forte, é inevitável e com a
colisão derrubo o copo cheio de café na roupa do pobre coitado.
-
Ai! – ele grita irritado, acho que devido ao contato do liquido fumegante
contra a sua pele.
Coloco
a mão na boca e me afasto um pouco.
–
Você não olha por onde anda? – o homem pergunta em um português carregado de
sotaque italiano.
Então
ele me encara e aos poucos a irritação vai sumindo de sua expressão. Puta
merda! Ele é gato, muito... muito gato. Um metro e oitenta, pele bronzeada,
cabelos negros, sobrancelhas espessas e olhos azuis.
#Morri
-
Mio Dio! – seus olhos passeiam por
mim com tanto interesse que me fazem corar. – De onde saiu tamanha bellezza?
Ergo
as sobrancelhas com o tom galante dele.
-
Me desculpe eu não tive a intenção. – digo olhando para o seu terno sujo de
café.
-
Não importa. – ela pega a minha mão e leva aos lábios – Esse acaba de se tornar
o meu terno da sorte bella. Prazer,
Luigi Buttelli.
Jesus apaga a luz!
-
Oh... Eu me chamo Fer... Fernanda. – merda porque eu estou gaguejando? E por
que ele está me olhando desse jeito?
-
Acaba de ganhar um ammiratore Fernanda.
– ele me olha intensamente e eu retiro a minha mão da dele.
Engulo
em seco e dou um sorriso fraco, ele disse que é meu admirador.
Puta merda ele está
me cantando?! Alexandre o mata.
-
Ah... eu tenho que ir. – digo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha
com a minha mão direita, ele tem que reparar que uso aliança. – Com licença,
Sr. Buttelli.
Tento
passar por ele, mas ele segura em meu braço e encosta a boca em meu ouvido.
-
Pra você é Luigi, mia cara. – então
ele me solta e eu engulo em seco, saindo dali quase correndo.
É hoje que a vaca vai pro brejo! Ou melhor, essa
reunião...
-
Sr. Alexandre, o Sr. Luigi Buttelli está aqui. – Marta anuncia dando espaço
para o italiano entrar, ela nos deixa a sós e eu o recebo com um aperto de mão.
-
Como vai Luigi? – pergunto indicando a cadeira para que ele se sente. – Espero
que o seu pai esteja melhor.
-
Mio padre apresentou melhoras, mas
precisa descansar. Por isto estou aqui. – ele sorri.
Assinto
com a cabeça e dou a volta na mesa me sentando a sua frente.
-
A reunião será no início da tarde, eu gostaria de conversar com você em
particular antes dela, por isso marquei um almoço. – dou um sorriso vacilante.
Eu
gostaria de explicar a ele os motivos dos escândalos, é importante que ele
entenda que as Organizações McConaughey não tem nada a ver com isso.
-
Será um prazer. – ele responde para o meu alívio.
Encaramos-nos
por um tempo e minha atenção se volta para uma mancha enorme de café em seu
terno, seu olhar acompanha o meu.
-
Foi o meu banho de boas vindas. – ele brinca. – Uma bella donna esbarrou em mim.
-
Parece que isso te deixou contente. – o avalio divertido.
Ele
sorri torto se ajeitando melhor na cadeira. Acho que a maioria das mulheres o
consideraria um homem bonito.
-
A bella ragazza me fez entender
porque os brasileiros apreciam tanto... – ele gesticula com as mãos procurando
a palavra. – uma bunda.
Coço
a cabeça e sorrio, o cara parece mesmo gamado na moça com quem se esbarrou.
-
Bom então vamos aos negócios... – mudo de assunto para não ter que comentar
sobre o assunto, se eu reparar em outra bunda que não seja a da Fernanda posso
me considerar um homem morto.
Ela
é ciumenta, no entanto acho que sou mais. Muito mais.
São
duas e meia, acabo de entrar na sala de reunião. Todos os diretores estão
presentes, só faltam o Alexandre e o Luigi Buttelli que devem chegar a qualquer
momento. Estou com um pouco de vergonha, a cada olhada que algum diretor me
dirige tenho a impressão de que a briga deprimente com a Rebeca nesta mesma
sala é lembrada. Decido fazer algo para quebrar esse clima estranho. Limpo a
garganta antes de começar e acabo chamando a atenção de todos.
-
Bom eu gostaria de me desculpar. – começo e encontro o olhar do Dr. Tomas, ele
me lança um sorriso encorajador. – Eu estou profundamente envergonha pelo
episodio lastimável que protagonizei está sala com a Rebeca. Eu perdi a cabeça.
– olho para cada um dos diretores. – Me perdoem, garanto que isso não se
repetirá.
Eles
assentem e Dr. Tomas sorri para mim. Nesse momento a porta da sala de reuniões
é aberta e o Alexandre entra acompanhado de Luigi Buttelli. Abaixo a cabeça
tentando não ser notada logo de cara pelo italiano galanteador.
-
Boa tarde. – Alexandre cumprimenta a todos e se senta na cabeceira da mesa. –
Bom daremos inicio a reunião com Luigi Buttelli, filho de Lorenzo Buttelli.
Devido aos últimos escândalos envolvendo o nome da empresa é aceitável que ele
queira rever a nossa parceria, no entanto durante o nosso almoço eu expliquei
exatamente como as coisas aconteceram, creio que ele entendeu a situação.
Ergo
a cabeça e olhos azuis estão me fitando com interesse. Meu Deus! Luigi
Burttelli sentou bem a minha frente. Desvio os olhos para o Alexandre que
continua o seu discurso.
-
Mas como eu disse anteriormente, é um direito dele rever a parceria e esse é o
motivo da reunião. Cada um dos diretores farão suas explanações referentes a
sua área, apresentando como as negociações foram atribuídas no contrato. No
setor comercial, a apresentação ficará a cargo da Fernanda, a pedido do Dr.
Tomas que é o nosso Diretor Comercial.
Todos
os olhares se voltam para mim, principalmente o do Luigi Buttelli que pisca me
fazendo corar.
As
apresentações começaram, o Diretor Financeiro da empresa foi a frente do data
show começar a sua explanação, mas uma coisa estava me incomodando, Luigi não
parava de olhar para a Fernanda e olhava com interesse.
Uma bella donna
esbarrou em mim.
Ouço
a voz dele na minha cabeça e cerro o maxilar. Ele não podia estar falando da
Fernanda podia? É claro que sim!
Esbarrar
nas pessoas é muito a cara da Fernanda... Mais que merda...
Tamborilo
os dedos na mesa com impaciência, já não consigo prestar atenção a nada, somente
no italiano filho da puta que hora ou outra fita a Fernanda. Eu conheço aquele
olhar, é desejo puro, ele está cobiçando algo que é meu.
Caralho!
A
reunião transcorre e a cada minuto fico mais irritado, chega a vez da Fernanda
apresentar. Ela se levanta e vai para frente do data show, pego a caneta de
cima da mesa e a aperto com muita força, Luigi não tira os olhos da bunda da
Fernanda.
A bella ragazza me
fez entender porque os brasileiros apreciam tanto... uma bunda.
Caralho!
Mil vezes caralho!
-
Alexandre. – Dr. Tomas me chama franzindo o cenho. – A caneta. – ele indica com
a cabeça para a minha mão.
Devido
ao meu aperto a caneta se partiu ao meio e minha mão se encontra cheia de
tinta.
-
Merda! – braguejo baixinho sentindo olhares em mim. – Essas canetas de hoje em
dia não estão valendo nada. – falo na maior cara de pau. – Pode começar a
apresentação Fernanda. – a encaro irritado e saio da sala a procura de um
banheiro para me limpar.
Quando
volto Fernanda está explicando algumas planilhas, me sento e tenho que aguentar
o Luigi a olhando com cara de pidão. Cerro o maxilar desejando que ela termine
o mais rápido possível de falar e se sente, não sei quanto tempo vou aguentar o
italiano a olhando daquele jeito.
Dei
maior ênfase as estratégias de inovação, queria que o Luigi visse o quanto o
desempenho da empresa melhorou nos últimos anos, as Organizações McConaughey
seria um investimento bastante rentável. Ao final explanei os recursos e
talentos da empresa como também a avaliação da execução dos projetos, quando
terminei recebi um festival de aplausos. Voltei a me sentar orgulhosa de mim
mesma, Dr. Tomas pegou em minha mão e gesticulou com os lábios “parabéns”.
-
Estou satisfeito com as apresentações. – Luigi Buttelli toma a palavra. – o mio padre se estivesse aqui tomaria a
mesma decisão que a minha, a parceria será mantida.
Alexandre
se levanta e apóia as mãos na mesa.
-
Todos estão dispensados. – ele é curto e grosso o que surpreende a todos.
Os
diretores começam a sair e eu ajeito as minhas coisas na mesa antes de me
levantar, vejo quando um dos diretores chama o Alexandre para uma conversa
particular, ele me dirige um olhar e depois se afasta.
-
Estou impressionato cara mia. –
reconheço a voz galante e ergo a cabeça para fitar Luigi Buttelli.
-
Obrigada. – digo simplesmente louca para dar o fora dali.
-
Eu posso te convidar para jantar Fernanda? – ele pergunta tocando a minha mão
que está sobre os papéis.
-
Não. – Alexandre responde por mim, ele acaba de se materializar bem ao meu lado
e me aperta forte contra ele.
Os
dois homens se encaram e meu coração dá um salto.
-
E então Fernanda? – Luigi insiste ignorando o Alexandre. – Aceitar jantar
comigo?
-
Luigi...
-
Ela não vai! – Alexandre me corta. – Não ouviu o que eu disse?
Luigi
fulmina o Alexandre com o olhar.
-
Não perguntei para você. – responde irritado. – Qual é o seu problema?
-
Ela é a minha noiva. – Alexandre diz entredentes e eu posso ver a expressão de
choque de Luigi.
-
Ela não me disse que era noiva. – Luigi insinua e eu queimo ao sentir o olhar
do Alexandre em mim.
-
Você não perguntou. – me defendo irritada pela insinuação dele.
Ele
olha para o Alexandre e sorri, parece estar se divertindo com a situação.
-
Eu não sabia que a ragazza era sua. Perdono. – Luigi se desculpa, mas não
tira o sorriso da boca, o que me faz crer que não está nem um pouco
arrependido.
Então
ele sai.
Engulo
em seco e fito o Alexandre, ele tem o maxilar cerrado e a postura rígida.
-
Amor...
-
Depois a gente conversa. – ele me corta seco e começa a sair da sala de
reuniões.
Corro
atrás dele e o intercepto segurando em seu braço.
-
Você está bravo comigo? Por quê? Eu não fiz nada!
Ele
me encara e solta uma respiração pesada.
-
Eu disse que não quero conversar agora. – retruca se controlando para não gritar.
-
Eu sei o que você está pensando. – coloco o dedo no peito dele. – Eu não dei
mole para o Luigi!
-
Não estou pensando nada. – sua voz sai fria. – Por Deus eu não quero brigar com
você, então espera eu me acalmar e depois conversamos. Você não sabe o esforço
que eu estou fazendo para não quebrar a cara daquele filho da puta!
Alexandre
gira os calcanhares e me deixa plantada.
******
Era
para estarmos comemorando porque a parceria seria mantida, mas não estamos.
Quando entrei no carro do Alexandre depois do expediente ele estava com uma
tromba maior que a de um elefante. Conversou meia dúzia de palavras comigo e
depois se concentrou no trânsito. Paramos no meu prédio para que eu fizesse a
minha mala e depois seguimos para a sua cobertura. Quando entrei Yellow veio ao
meu encontro miando aos meus pés, me abaixei e fiz um cafuné em sua cabecinha,
ele fechou os olhinhos feliz da vida.
-
Vem Yellow, vamos arrumar um cantinho para você ficar. – me ergo e começo a
andar, Alexandre segura no meu braço.
-
Depois você cuida do gato. – seu tom de voz era baixo, ameaçador.
-
Por quê? - pergunto num fio de voz. Não sabia como lidar com esse lado sombrio
dele.
Alexandre
não responde, ele apenas se abaixa e segura em minhas pernas me pondo em seu
ombro. Solto um grito de espanto e ele bate com força em minha bunda.
-
Calada! – exige subindo as escadas.
Devo me preocupar?
Jogo
Fernanda na minha cama e ela me olha assustada. Eu estava furioso, mas não com
ela. Começo a tirar meu terno sem tirar os olhos do seu corpo.
-
Amor vamos conversar... – ela tenta.
Já
nu eu a puxo da cama e a olho com um olhar feroz.
-
Ele olhou o tempo inteiro para a sua bunda. – dou um tapa em seu traseiro e ela
dá um pulo. – Essa bunda é minha. – sussurro.
Ela
arfa e eu sei que esta excitada, nós dois estamos. Somos fogo e gasolina.
-
Tira a roupa. – ordeno sentando na cama.
Ela
parece estar no automático, se livra das sandálias e começa a tirar o vestido
que atormentou o meu juízo o dia inteiro. Fernanda fica apenas de calcinha e
sutian e ergue uma sobrancelha em desafio.
Hum... então ela
quer jogar também...
-
Tira tudo. – mando masturbando o meu pau.
Calcinha
e sutian estão fora do seu corpo em poucos minutos.
-
Vá para a parede e fique de costas.
Ela
dá uma gargalhada.
-
Vai me por de castigo?
-
Não... – a olho ameaçador. Isso está me excitando pra porra. – Eu vou comer o
seu rabo... e te fazer gozar bem gostoso. Sua cachorra.
Ela
fica surpresa e anda até a parede ficando de costas para mim. Avanço e sussurro
em seu ouvido.
-
Essa bunda é minha... só minha... você todinha é minha...
-
Eu sou... – ela murmura. – Eu só quero você amor...
Minha
mão desliza por sua pele macia, vai das costas a bunda e eu coloco dois dedos
dentro dela. Pego um pouco da sua lubrificação natural e levo até seu anus,
Fernanda se contorce e os coloco ali. Vou alargando-a para me receber enquanto
seus gemidos se misturam com os meus. Meu pau lateja e ela já está pronta, abro
sua bunda e vou entrando, seu anus aperta meu pau e me leva a loucura. Agarro
seu cabelo e ela grita meu nome.
-
Rabo gostoso... – digo me movimentando, fazendo-a me sentir, por inteiro.
Minhas
estocadas são duras e minha mão abre caminho até o seu sexo, estimulo o seu
clitóris e ela relaxa pendendo a cabeça para trás. Continuo a comendo, entrando
até o fundo naquele rabo gostoso. Fernanda me deixa louco.
-
Alexandre! Ah... – ela goza intenso.
-
Como você é gostosa! – digo rouco tentando adiar a minha liberação, mas não
consigo. Fernanda rebola no meu pau e eu enterro a minha cabeça em suas costas
liberando o me prazer.
******
Fernanda está apagada
na cama, tomamos banho e comemos algo, depois fiz amor com ela bem devagar. Eu
estava feliz. Não, teriam que encontrar outra palavra para superar felicidade,
porque essa não cabia na minha situação atual. Olhar Fernanda dormir acaba me
tirando o sono, então eu me levanto da cama e pego meu notebook, abro o meu
e-mail e a primeira mensagem na caixa de entrada é do Lucas.
Assunto: Artigo sobre Reversão de
Vasectomia.
Passo
o mouse em apagar, mas não consigo. Dou um suspiro e olho para Fernanda que
ainda dorme tranquilamente. É só um artigo, Lucas me enviou e eu lerei por
educação.
Apenas
isso.
2 comentários:
Céus quando penso que já vi tudo de bom entre a Serie o que acontece?
Josi Novai me surpreende.
Obrigada! S2
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