quinta-feira, 16 de abril de 2015

Série Rendida - Novais J.


Oi gente, sei que sumi. Mas não foi porque eu quis. Sabe aquele ditado: "Quando Deus fecha uma porta sempre abre uma janela"? Pois é, ultimamente ando tendo muitas portas fechadas, mas vou esperar pacientemente Deus abrir a janela :)
Tive alguns problemas familiares que me afastaram da escrita, mas estou de volta e o Alexandre também... O capítulo está gigante porque vocês merecem.
Bom teremos só mais dois capítulos e o epílogo (comecem a se despedir do Alexandre e da Nanda). Eu já estou de ressaca....
Bom agora vamos ao que interessa!
Josi.


A felicidade está logo ali...

- Assim Fernanda... – lamento embaixo do chuveiro enquanto ela toma o meu pau até o fundo da garganta, minhas mãos prendem seus cabelos com força e ela me chupa mais forte. – Boca gostosa... boca gostosa do caralho!
Seus lábios brincam com a cabeça do meu pau e eu fecho os olhos bem perto de gozar, ela volta a chupar para cima e para baixo deslizando aquela boca carnuda no meu membro.
- Você está me deixando louco... – minha voz sai torturada. – Vou encher sua boca de porra... é isso o que você quer?
Ela geme de forma doce e eu encaro aquilo como um sim, meu pau entra cada vez mais fundo e Fernanda não decepciona ao chupar com volúpia. Perco o controle quando meus olhos encontram os dela, a imagem da Fernanda de joelhos, me mamando muito gostoso é um tiro certeiro nas minhas bolas, então eu explodo e dou a ela tudo de mim.


O jato quente, ligeiramente salgado foi lançado no fundo da minha garganta, Alexandre gemeu alto quando o suguei duro engolindo seu esperma. Sua mão se enrolou em meu cabelo e ele me puxou bruscamente para cima encarando-me com os olhos verdes febris.
- Esse foi o banho mais gostoso que já tive na vida. – sorriu sexy.
 Sua boca desceu até os meus seios fazendo uma sucção inebriante. Gemi angustiada quando ele me penetrou com dois dedos fazendo movimentos circulatórios que me tiraram do eixo e abalaram o meu mundo.
- Ah... não pare... – imploro e em resposta ele prende o bico do meu seio entre os dentes. – Alexandre... Oh...
Meu corpo se aperta, o safado percebe isso e passa literalmente a me foder colocando mais um dedo dentro de mim, são três agora. Os dedos dele me penetram tão fundo que tenho que me agarrar em seus ombros para não cair. A água do chuveiro incide forte sobre nós, mas é incapaz de apagar a chama acesa de nossos corpos.
- Alexandre... eu vou gozar... – clamo fraca de tanto desejo.
- Cachorra... – puta merda hoje ele acordou inspirado... – Goza Fernanda... goza gostoso sentindo meus dedos comerem sua bocetinha.
O bastardo fala sujo em meu ouvido e enlouqueço completamente em um orgasmo eletrizante. Grito o nome dele enquanto meu corpo treme devido as correntes de prazer, seus dedos deslizam para fora de mim e ele os leva a boca me encarando de forma safada enquanto me prova.
Eu vou morrer...
******
Alexandre teve que me dar banho, eu estava vergonhosamente acabada depois do nosso showzinho no banheiro. Ele tinha um ritmo intenso e eu começava a me perguntar se aguentaria essa rotina todos os dias (mentira eu aguentaria sim). Saí do banheiro carregada, Alexandre me colocou em sua cama e se afastou até o closet com uma toalha amarrada a cintura. Acho que acabei adormecendo, assusto com ele me beijando carinhosamente no rosto já elegantemente vestido em um dos seus lindos ternos.
- Acorda dorminhoca, quer chegar atrasada no trabalho? – brinca me puxando para fora da cama.
A culpa é dele que não me deixou dormir a noite inteira!
Para completar, logo pela manhã inventa um banho cheio de segundas intenções.
- Eu não vou conseguir manter os olhos abertos hoje... e adivinha de quem é a culpa?! – retruco de mau humor.
- Vamos sua molenga! – provoca jogando meu vestido e minha calcinha para mim. – Vista-se para tomarmos o nosso café, ainda tenho que levá-la em casa para que troque de roupa.
Não consigo me manter chateada quando o encaro, ele está rindo, está radiante e o motivo sou eu. Sei que é.
Visto minhas roupas sob seu olhar quente, calço as sandálias e saímos do quarto de mãos dadas.
******
O café da manhã foi servido no terraço da cobertura, eu estava varada de fome e fui logo me servindo. Comi de tudo um pouco, tinha iogurte (que eu amava de paixão), pães recheados com frios variados, frutas, bolos, pão de queijo, suco, leite, café e torradas.
- Quando você vem? – Alexandre leva a xícara de café à boca.
- Para onde? – mordo um pão de queijo.
- Para cá.
O encaro de boca cheia.
- Hãm?
Alexandre coloca sua xícara em cima da mesa e cruza as mãos no colo me dando toda a sua atenção.
- Perguntei quando você muda para a minha cobertura, não é a primeira vez que conversamos sobre isso Fernanda. Já te convidei uma vez para vim morar aqui. – ele ergue a sobrancelha e eu pisco algumas vezes.
- É... nós podemos esperar até o casamento. – o estudo. – Não podemos?
Alexandre franze o cenho.
- Você me disse, naquela conversa que tivemos na casa da Marta, que havia aceitado morar comigo.
- Sim eu disse, mas...
- Não foi isso que você veio dizer naquela manhã que encontrou a Rebeca aqui? – pressiona.
- Foi, mas agora as coisas mudaram. – tento explicar para ele.
- Só porque vamos casar? – pergunta irônico. – Lindinha qual a diferença de você vim morar comigo antes do casamento? É tarde demais para tanto recato não acha?
Abro a boca estupefada.
- Isso foi tão grosseiro. – digo irritada.
- Fernanda para que adiar mais? – ele bufa contrariado e eu fico sem resposta.
Realmente nós não tínhamos por que adiar, se não fosse a armação da Rebeca já estaríamos morando juntos há muito tempo. No entanto eu quero esperar um pouco, meus pais nem sabem ainda que vamos nos casar e então eu já me mudo assim?
- Alexandre não precisamos discutir isso agora, e, aliás, nem temos tempo. Preciso ir em casa trocar de roupa antes de ir para a empresa. – falo me levantando.
- Se você já morasse comigo não precisaríamos fazer esse percurso, poderíamos ir direto para a empresa. – ele me alfineta antes de se levantar.


No carro tentei mostrar para Fernanda as vantagens de vim morar comigo, eu estava sendo insistente, talvez até chato, mas iria vencê-la pelo cansado. Até o final da semana Fernanda estaria na minha cobertura.
No seu apartamento, esperei na sala enquanto ela trocava de roupa, sentei no sofá e olhei no relógio, estava cedo, daria tempo de chegar com folga à empresa. De repente uma bola de pelos amarela se jogou em meu colo, parei com as mãos no ar e encarei o gato da Fernanda de cara feia.
Eu. Odeio. Gatos.
O coloquei no chão rapidamente, mas ele voltou a pular em cima de mim e começou a brincar com a minha gravata nesse momento a Fernanda apareceu na sala.
- Oh vocês já estão se enturmando. – ela diz radiante em um terninho cinza, os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo.
O gato corre até ela e se enrosca em suas pernas, Fernanda o tira do chão e faz carinho em sua cabeça.
- Ele que estava tentando se enturmar comigo. – esclareço olhando para o gato de cara feia, em resposta ela mia para mim.
- Ele não é fofo amor? – Fernanda pergunta carinhosa apertando o gato de encontro ao corpo.
Franzo o cenho.
- Você vai mesmo ficar com ele?
Só agora ela me encara.
- É claro que vou.
- Eu não gosto de gatos. – falo e ela faz uma carranca.
- Por quê?
Dou de ombros e coloco as mãos no bolso.
- Só não gosto, simples assim.
- Não liga para o que ele diz Yellow. – Fernanda me ignora e fala com a bola de pelos, o que me faz revirar os reviro os olhos. – Vou colocar um pouco de ração e leite para você.
- Yellow? – tento não rir. Só tento.
- Qual o problema? –  Fernanda se irrita e coloca uma mão na cintura.
- Nenhum Lindinha. – dou um sorriso irônico. – Achei até... original.
Ela cerra os olhos para mim e pisa duro até a cozinha, minha gargalhada ecoa alta pela sala.
******

- Se você vier morar comigo podemos tomar banhos iguais aos de hoje todos os dias. – digo assim que estaciono o carro na porta da empresa.
Ela me olha irritada.
- Você parece que só tem esse assunto agora.
Dou um sorriso. É verdade, eu não parava de falar naquilo. Assim que saímos do seu prédio e entramos no carro voltei a insistir em sua mudança para a minha cobertura. Eu era insistente, Fernanda não tinha ideia do quanto.
Pego a mão dela e levo aos meus lábios dando um beijo demorado.
- Eu proponho que você me deixe acordar ao seu lado todas as manhãs. – jogo as palavras que ela me disse ontem ao me pedir em casamento.
- Isso é golpe sujo. – Fernanda sorri docemente e eu sinto que desta vez ela amoleceu um pouquinho.
- Não, isso é o desespero de um homem completamente apaixonado que está tentando convencer a mulher que ama a morar com ele. – apelo para a minha cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Fernanda me fita embevecida e neste momento eu sei que ela dirá sim.
- Eu... eu...
Batidas na janela do carro nos interrompe e eu xingo mentalmente abaixando o vidro para dar de cara com a Marta.
- Ai vocês voltaram! – ela grita assim que nos vê.
Fernanda ri e abre a porta do carro se atirando nos braços da Marta.
Ótimo, fiquei sem a minha resposta.
Desço do carro entregando as chaves para o manobrista e me junto aquelas duas malucas.
- Eu vou querer saber de todos os detalhes, incluindo os sórdidos. – ouço Marta cochichar para a Fernanda, assim que me aproximo elas disfarçam.
- Bom dia Marta. – a cumprimento e ela sorri.
- Ótimo dia! Vejo que ficou noivo. – insinua olhando a aliança de ouro na minha mão direita.
Fernanda e eu nos entreolhamos.
- Pois é Dona Marta, mais uma vez você armando pelas minhas costas. – a censuro fingindo irritação.
- Foi por uma causa maior. – ela ri divertida. – Eu espero que os dois criem juízo e não se larguem mais.
Passo a mão pela cintura da Lindinha.
- Essa moça está ferrada Marta. – brinco encarando Fernanda. – Ela terá que me aturar por um tempo chamado sempre.
- Bobo... – Fernanda sorri lindamente me beijando de leve nos lábios.


- Então ele me olhou com aqueles olhos lindos e disse “Regra número seis: Jamais me deixe outra vez”. – termino o meu relato e dou um suspiro.
Marta havia dado uma fugidinha do trabalho e veio até o meu andar saber de todos os detalhes.
- Ai Nanda então foi tudo muito lindo. – diz com os olhos brilhantes.
- Foi sim, a noite mais especial da minha vida. – solto outro suspiro olhando para o além.
- Já marcaram a data? Já avisou aos seus pais?
- Não para as duas perguntas. Ainda vamos discutir a data, talvez para daqui a alguns meses e quanto aos meus pais eu irei ligar para eles hoje a noite. – respondo.
- Vocês poderiam esperar o meu bebê nascer para casar. – olho para Marta e arqueio a sobrancelha. – Eu não quero ficar no altar de barrigão Nanda, porque é lógico que serei madrinha, vocês não seriam malucos de não me convidar! – conclui indignada.
- Marta fica calma. – dou uma risada. – É claro que você será a minha madrinha.
Ela dá a volta na mesa e pula no meu pescoço.
- Ai que tudo Nanda! Eu vou arrasar no vestido!
Solto uma gargalhada.
- É claro que vai.
- Hum... já ia me esquecendo o que você fará com as placas? As tirei da sala do Sr. Alexandre quando a faxineira estava limpando e guardei no almoxarifado.
As placas, depois de ontem elas meio que viraram um símbolo do meu relacionamento.
- Marta eu vou levá-las para casa, obrigada por ter guardado. Quando eu e o Alexandre estivermos naqueles momentos de conflito após anos de casamento olharemos para elas e então nos lembraremos que o que sentimos sempre será mais importante.
- Vocês são dois fofos. – sorri. – Ei me acompanha na minha consulta? –Hoje é o grande dia! Saberei o sexo do meu bebê. – Marta me fita animada.
Fico surpresa e me levanto da cadeira acariciando sua barriga.
- Nossa Marta você deve estar ansiosa! É que horas?!
- No horário de almoço. – ela responde e eu murcho.
- Poxa Marta eu fiquei de almoçar com o Dr. Tomas, ele quer que eu participe da reunião de amanhã com o Sr. Buttelli. – fico sem graça.
- Ah que pena. – ela parece decepcionada. – Mas não se preocupe, quando eu chegar conto tudo. – sorri.
- O Sérgio não vai com você? – pergunto.
Ela faz biquinho.
- Não, ele tem um evento para cobrir hoje.
- Oh Marta eu queria muito ir... – lamento.
- Tudo bem Nanda, eu entendo. – ela beija o meu rosto e sorri para mim.


As pautas da reunião de amanhã com Buttelli já estavam prontas, eu esperava que a nossa parceria não fosse reincidida. Infelizmente o escândalo da Rebeca tomou grandes proporções e respingou na empresa, mas eu não deixaria isso abalar as Organizações McConaughey, trabalhei duro para chegar onde cheguei. A imprensa havia dado uma trégua pelo menos, aparentemente a história do empresário que foi traído e roubado pela esposa e irmão não merecia mais tanta atenção. Eu não soube mais noticia da Rebeca, a ultima vez que o delegado Garcia me ligou ela estava sendo transferida para uma prisão de segurança máxima no interior de São Paulo, as investigações continuavam e o julgamento ainda não havia sido marcado. Eu esperava que ela mofasse na cadeia e pagasse por tudo o que fez.
Uma batida na porta chama a minha atenção, ela é aberta e Marta entra com um bloquinho nas mãos.
- O Sr. Buttelli acaba de me ligar, ele não embarcou, parece que não estava se sentindo muito bem e o seu médico exigiu repouso.
Tamborilo os dedos na mesa.
- Buttelli remarcou a viagem?
- Não, o filho dele vem em seu lugar. – ela responde. – Luigi Buttelli, o senhor conhece?
O nome me traz uma vaga lembrança, lembro-me do Buttelli ter me apresentado o filho em uma das reuniões particulares que tivemos em Veneza.
- Sim, eu o vi uma vez, ele administra alguns dos negócios do pai.
- Então, devemos prosseguir a pauta original da reunião?
- Sim, acredito que Luigi segue a mesma linha empresarial do pai. – respondo desviando os olhos para o computador.
Alguns segundos se passam e ainda sinto a presença de Marta na minha sala, ergo a cabeça para encará-la, ela torce as mãos nervosa e uma ruga se forma em sua testa.
- Marta algum problema?
Ela limpa a garganta.
- Eu estava dando uma olhada nos seus compromissos de hoje e me parece que você tem o horário de almoço livre. – começa um pouco desconfortável, eu assinto e ela continua. – Então eu pensei... se você não gostaria de me acompanhar... – ele me olha hesitante. – ... na minha consulta.
Minhas costas afundam no encosto da cadeira e eu fito Marta sem nenhuma reação, ela percebe e se senta na cadeira a minha frente.
- Bom o Sérgio teve que cobrir um evento, a Nanda vai almoçar com o Dr. Tomas e você é o único livre. – ela dá um sorriso vacilante. – Eu vou saber o sexo do bebê hoje e não queria ir sozinha... sei lá... acho que ter alguém ao meu lado fará tudo ser mais especial.
Ela para de falar e espera por minha resposta, eu não sei o que dizer. Eu quero ir? Não. Definitivamente eu não quero ir nesta consulta. Começo a trabalhar uma forma de dizer isso a ela sem parecer insensível.
- Marta... – faço uma pausa. – É... eu... – fecho os olhos. Merda! Vamos Alexandre invente uma desculpa qualquer. – Marta eu combinei de... – dou uma tossida. – de almoçar com um cliente, liguei para ele agora a pouco marcando.
Marta dá aquele sorriso típico de quando se pega alguém na mentira e eu sinto o meu nariz crescer uns vinte centímetros.
- Tudo bem, eu vou sozinha. – ela se levanta e saí da sala.
******
Consciência é mesmo uma merda!
Eu tenho que ficar lembrando as inúmeras coisas que a Marta fez por mim e pela Fernanda só para me sentir um bastardo insensível. Se não fosse por ela provavelmente não estaríamos juntos e felizes.
Eu poderia fazer um esforço não podia? Seria o que? Meia hora de consulta?
Saio da minha sala não acreditando no que vou fazer, Marta está em pé falando ao celular, ela percebe a minha presença e se despede da pessoa antes de desligar.
- Pois não Sr. Alexandre?
- Bem... eu estive pensando. – coço a sobrancelha. – Eu acho que dá tempo de almoçar com o meu cliente e te acompanhar na consulta, se você ainda quiser é claro.
Um sorriso vai aparecendo aos poucos na rosto dela.
- Fico feliz que tenha conseguido um tempo, o seu afilhado agradece. – ela acaricia a barriga.
Coloco as mãos no bolso da calça.
- Então ta... eu vou voltar para a minha sala.


Dr. Tomas escolheu um luxuoso restaurante para o nosso almoço. Pedimos o prato principal ao maítre e conversamos amenidades até a chegada da refeição.
- Fernanda na reunião de amanhã eu quero que você dirija a apresentação de desenvolvimento das estratégias de negócio para Luigi Buttelli. – Dr. Tomas comenta levando um pedaço do salmão grelhado a boca.
Bebo um pouco do vinho branco antes de dizer algo.
- Luigi Buttelli?
- Infelizmente o Sr. Buttelli teve um mal estar antes do embarque, então ele mandou o filho, Luigi, para substituí-lo. – esclarece Dr. Tomas.
- Dr. Tomas o senhor tem certeza que quer que eu dirija a apresentação comercial de amanhã? Dá ultima vez não terminamos muito bem. – falo relembrando os puxões de cabelo que dei na Rebeca na frente de todos os diretores.
- Fernanda eu já disse que quero você ocupando a minha cadeira na Diretoria e amanhã seria uma ótima oportunidade para mostrar o quanto estou certo em indicá-la ao cargo.
A ideia de assumir o lugar do Dr. Tomas ainda não me agrada, não me sentia preparada.
- Dr. Tomas eu não tive tempo de pensar sobre esse assunto...
- Aceite a minha indicação Fernanda. – ele pede segurando a minha mão. – Tire esse peso dos ombros deste pobre velho. Eu sei que você dará continuidade ao meu trabalho.
Dou um sorriso para ele começando a ceder.
- Vamos fazer uma experiência. – respondo e ele solta o ar dos pulmões. – Mas se eu sentir que isso não está dando certo vamos reconsiderar. – o aviso.
- Dará certo minha querida. – retruca confiante. – Dará.


Dentro do consultório imaculadamente branco eu me sentia um peixe fora d´água.  Marta e eu fomos recebidos por uma médica de cabelos ruivos vestida com um jaleco branco, ela devia ter uns 40 anos, não mais que isso.
 - E então preparada para saber o sexo do bebe? – a doutora pergunta diretamente para Marta.
- Oh não estou aguentando de tanta ansiedade... – Marta ri. – Este é o meu chefe o Sr. Alexandre. – ela me apresenta e eu estendo a mão para a médica. – Sr. Alexandre está é a minha obstetra Drª Anaíde.
- Prazer. – digo enquanto apertamos as mãos.
- O prazer é meu, acho que Marta é a primeira paciente que traz o chefe a uma ultrassonografia. – ela brinca e eu fico sem jeito.
- Ah, mas ele não é só o meu chefe. – Marta interfere. – É padrinho do meu bebe.
Drª Anaíde ergue as sobrancelhas em sinal de surpresa.
- Marta que sorte a sua ter um padrinho tão interessado, muito legal você ter vindo participar deste momento. – ela me olha encantada e eu me sinto um bobo completo agora.
- Também acho doutora. – Marta afirma enlaçando o braço no meu. – Ele insistiu muito para vim. – ela mente e eu a encaro franzindo o cenho.
- Bom, então vamos saber logo se é menino ou menina, não queremos deixar o padrinho ansioso. – ela volta a brincar e me fita. – O que você prefere?
- Como assim? – indago confuso.
- A Drª Anaíde quer saber se você tem preferência pelo sexo do seu afilhado. – explica Marta.
- Ah... – merda que papo é esse? Eu só vou batizar a criança! Por que tenho que ser envolvido nesse tipo de conversa. – Tanto faz, eu acho. – dou de ombros.
- Então vamos. – a médica nos leva para uma segunda sala e Marta se deita na maca erguendo a blusa até que a sua barriga arredondada fique a mostra, ela me dirige um sorriso e eu retribuo um tanto sem graça.
A Drª Anaíde faz algumas perguntas rotineiras sobre a gravidez enquanto passa um gel na barriga da Marta, enfio as mãos no bolso e observo tudo a uma distancia considerável tentando dar privacidade a elas. Um aparelho agora é deslizado por toda a extensão do ventre da Marta e eu me aproximo para ver as imagens que começam a se formar no monitor. Na tela tons variáveis de cinza, branco e preto formam uma imagem que para mim mais parece uma reprodução da via láctea.
Como é que alguém consegue ver uma criança ali?
- Aqui nos podemos ver as perninhas, os bracinhos e logo mais acima a cabecinha. – a doutora aponta no monitor cada ponto e tudo começa a fazer sentido para mim. – O bebê está sentado com as mãos no rosto. – ela diz nos fazendo rir, não entendo porque estou tão fascinado pelas imagens, elas mexem comigo de alguma forma que não consigo explicar. Marta tem água nos olhos e está muito emocionada. – Sua criança está muito saudável mamãe, vamos escutar o coração do bebê agora.
Um barulho ensurdecedor se faz ouvir na sala e eu dou um pulo me assustando. As duas mulheres olham para mim aos risos e eu braguejo baixinho pelo mico que acabei de pagar.
- Também me espantei quando ouvi pela primeira vez, é tão rápido não é? – Marta me fita emocionada.
- Pra caralho! – a Drª Anaíde me encara de cara feia pelo palavrão que acabo soltar e eu coloco a mão na boca instantaneamente. – Merda! Desculpe-me doutora. – ela ergue a sobrancelha e me toco que xinguei novamente. – Foi mal. – digo já a beira do desespero enquanto Marta se diverte com a minha situação.
 - Bom o coração do bebê bate de 120 a 160 vezes por minuto. Por isso esse som tão forte e rápido. – a Drª explica voltando a atenção para o monitor.
Eu não entendo como um ser tão pequeno pode demonstrar um sinal de vida tão absorvente, então o meu coração também começa a bater forte, talvez da mesma forma que o dele, 120 a 160 vezes por minuto.
- Está dando para ver o sexo? – Marta pergunta eufórica. – O Sérgio tem certeza de que será um garotão.
- E ele acertou. – a doutora assegura com um sorriso. – É um menino.
Filho é algo... mágico, é como se Deus pegasse o melhor de duas pessoas e colocasse em um único lugar.
As palavras do Lucas rondam a minha cabeça e eu consigo entender pelo menos por um instante a alegria que o Sérgio sentirá quando Marta chegar em casa dando a grande notícia.
Aquela criança era o melhor deles dois.
- Você ouviu Sr. Alexandre?! – Marta grita. – É um menino!
Aproximo-me com um sorriso.
- Eu ouvi Marta. Parabéns.
- O Sérgio vai ficar tão feliz. – ela chora e minha garganta aperta.
Lembro-me da Fernanda na casa dos seus pais com o primo Benjamim nos braços. E agora eu me pergunto como seria vê-la passar pelo que a Marta está passando? Como eu me sentiria sendo pai de um filho dela? Todas aquelas coisas que o Lucas disse e tudo o que eu senti hoje vendo a ultrassom da Marta... eu quero mesmo me privar disso?
Antes de entrar neste consultório eu tinha certeza... agora... agora eu não sei mais.
- Sr. Alexandre? Sr. Alexandre?! – a voz preocupada da Marta me faz encará-la.
- O que?
- O senhor está bem? Parece pálido? – Drª Anaíde também me fita preocupada.
Meus olhos se voltam para a tela do monitor, para o feto. O feto da Marta e do Sergio. Ainda posso ouvir o som do seu coraçãozinho, ele bate forte, tão forte quanto o meu.
- E... eu... vou te esperar no carro Marta. – saio da sala deixando as duas mulheres boquiabertas.


O horário de almoço já terminou a mais de duas horas, mas somente agora consigo um tempinho para ligar para Marta. Termino de fazer as alterações em um contrato e salvo o documento no meu pen drive, pego o meu celular na bolsa e ligo para minha comadre.
- Nanda! – ela atende animada.
- Oi Marta e aí? Me conta!
- Eu ia mesmo te ligar, para te contar. É um menino Nanda. – revela aos gritos.
- Oh meu Deus! Marta estou tão feliz por você! O Sérgio já sabe?
- Não vou contar quando chegar em casa, quero fazer um suspense sabe...
Dou uma risada.
- Marta eu queria muito ter ido. – me queixo.
- Não tem problema Nanda, o Sr. Alexandre foi comigo.
Meu coração para.
- O... Alexandre?
- Sim. Meu chefe, seu noivo, padrinho do meu filho. – ela brinca alheia ao meu estado de abalroamento. – Nanda você está aí?
- Estou... – falo num fio de voz. – Como você conseguiu que ele fosse?
- Bom eu só chamei. Primeiro ele inventou uma desculpa esfarrapada, cara ele mente mal pra caramba. – ela dá uma gargalhada. – Mas depois ele me procurou e disse que ia.
- Nossa... – murmuro sem acreditar ainda no que ouvi.
Marta chamou e ele simplesmente foi. Ela deve ter poderes mágicos, não é possível!
- Acho que ele ficou mexido sabe... estávamos lá numa boa comemorando o sexo do bebe e de repente ele ficou branco como um papel e saiu do consultório dizendo que me esperaria no carro. Durante o caminho para a empresa ele não falou nada e eu também não comentei.
- Mais tarde eu vou conversar com ele. – digo com um nó preso a garganta. – Mais uma vez parabéns, estou muito feliz.
Despedimos-nos e então desligo, Alexandre não entrou em contato comigo durante a tarde inteira e depois do que a Marta disse estou com um medinho dele voltar atrás em relação ao nosso casamento. E se ele retornar com aquele papo de que nos queremos coisas diferentes?
Com o coração na garganta eu envio uma mensagem para o celular dele, só quero saber se está tudo bem.


Eu deveria estar analisando contratos, revendo negociações e assinando documentos, mas não eu estava usando a internet para ler tudo o que encontrava sobre reversão de vasectomia.
Por que eu estava fazendo isso? Eu não sei.
Poderia ser apenas curiosidade ou poderia ser algo mais, a questão é que de repente eu tinha a necessidade de saber sobre o assunto.
Meu celular dá um bip e eu o pego de cima da mesa, é uma mensagem da Fernanda.
Oi. Não te vejo desde manhã :(
Dou um sorriso e mando uma resposta inteligente.
Está com saudades é? Mais um motivo para você morar comigo.
A resposta chega em seguida.
Ainda esse assunto?
Dorme na minha casa hoje? Não quero deixar o Yellow sozinho.
O gato não pode ficar sozinho, mas eu posso? É ridículo, mas estou com ciúmes daquela bola de pelo.
Controlo-me e digito algo.
Eu só vou parar de falar nesse assunto quando estivermos morando sob o mesmo teto. Tem algum plano para hoje a noite?
Ela responde.
Não. Você tem?
Dou um sorriso sacana.
Eu tenho um que envolve a sua boceta e o meu pau.
Meu celular vibra com a resposta dela.
Acho que foi exatamente esse seu romantismo que me conquistou.
Dr. Tomas está me chamando, eu tenho que ir.
P.S.: Ansiosa por este plano. Eu amo você.
Meu coração deu um compasso quando li a última frase, Fernanda é doce e romântica e eu sou exatamente o contrário. Mas eu a amava, mesmo não sendo o cavalheiro do cavalo branco ou o herói romântico eu a amava com todas as minhas forças.
O celular que ainda estava na minha mão começa a tocar, o nome do Lucas aparece na tela e eu atendo com um sorriso no rosto.
- Oi Lucas.
- Poxa cara chegou e nem me ligou! Pensei que as coisas entre nós mudariam... – sua voz parece chateada.
- Lucas larga de ser chorão, eu ia ligar.
- Você poderia mudar de desculpa Alexandre, toda vez que ligo você sempre diz a mesma coisa “Ah Lucas, eu ia ligar” – provoca imitando o meu jeito de falar.
- Porque ao invés de você brigar comigo não me dá os parabéns? – pergunto animado mudando de assunto.
- Pelo que? Ganhou algum prêmio de melhor empresário? – ele tira sarro me fazendo rir.
- Não, é pelo meu casamento mesmo. – revelo e ele fica mudo. – E então? Não vai dizer nada?
- Porra cara isso é... MARAVILHOSO!!! – ele grita tão alto que tenho que afastar o celular do ouvido. – Eu nem acredito que você deixou de ser um mané e pediu a Fernanda em casamento!
- Bom... na verdade foi ela quem me pediu...
- O que??? – indaga aos risos e eu reviro os olhos. – Retiro o que eu disse, você continua o mesmo mané de sempre, a Fernanda é que é fantástica!
- Mais respeito comigo Dr. Lucas. – finjo indignação.
- E para quando é o casamento? Estou tão feliz Alexandre.
- Ainda não marcamos a data.
- Não vai enrolar a garota hein?
Dou um sorriso.
- Jamais. É ela quem está me enrolando, já a chamei para vim morar comigo e até agora só recebi um não como resposta. – bufo.
- Pede com jeitinho... – aconselha.
- Pedir com jeitinho não é a minha Lucas. – retruco. – Eu tomo o que é meu e ponto.
Nesse momento ouço uma voz de mulher o chamar, ele responde algo sobre já estar indo e em seguida volta a falar comigo.
- Alexandre eu vou ter que desligar, tenho uma cirurgia dentro de alguns minutos e preciso me preparar. É uma reversão de vasectomia.
Engulo em seco e minhas mãos soam, meus olhos encaram a tela do computador onde uma guia sobre esse mesmo assunto está aberta.
- Tudo bem... nos falamos depois. Ah... Lucas, eu andei lendo sobre a cirurgia e fiquei um pouco confuso sobre algumas coisas...
- Cara você anda lendo? – ele não consegue esconder o tom de surpresa. – Será que isso quer dizer o que estou pensando?
- Lucas isso não quer dizer nada, só bateu uma curiosidade ta legal? Não comece com suas ideias e...
- Ei calma cara! – pede controlado. – Pode sair da defensiva, eu só fiquei impressionado... Alexandre eu realmente preciso ir agora, olha eu escrevi um artigo para uma Universidade aqui do Rio sobre essa cirurgia há alguns meses, eu posso mandar no seu e-mail e você dá uma olhada quando puder, depois se tiver alguma dúvida é só me ligar.
Fico em silêncio e aperto o celular com a minha mão.
- Posso mandar? – Lucas persiste.
- É... você que sabe... – respondo com a voz rouca. – Possa ser que eu dê uma olhada.
- Ok Alexandre. Um abraço! – se despede e eu posso apostar que ele está com aquele sorrisinho de quem sabe tudo no rosto.
Lucas tinha certeza que eu leria o seu artigo.
O pior é que eu também.


Quando saí da empresa o Alexandre já me esperava encostado em seu carro, ele me recebeu com um selinho e abriu a porta para mim dando a volta logo em seguida para entrar do lado do motorista. Tivemos que passar na cobertura para ele pegar uma muda de roupa e um terno para vestir amanhã pela manhã, ele dormiria na minha casa hoje a noite.
Depois da nossa troca de mensagens mais cedo fiquei aliviada, era um sinal de que ele não estava pensando besteiras e de que estávamos bem. No meu apartamento, assim que chegamos ele foi tomar um banho, eu fui para a cozinha dar comida a Yellow que não parou de miar um só minuto desde que me viu, depois de alimentá-lo preparei uma macarronada para o jantar, o Alexandre adorava.
 Usei todos os meus dotes culinários para que saísse perfeita e acho que mandei muito bem, Alexandre repetiu duas vezes. Após o jantar ele sentou no sofá assistindo TV, eu disse que iria banhar e o esperaria no quarto, antes do banho resolvi ligar para a mamãe e dar a grande notícia.
- Filha! – ela saúda assim que atende. – Que bom que você ligou! Como você está meu bem?
- Oi mamãe, estou ótima. E a senhora e o papai? – pergunto arrancando as sandálias e entrando no banheiro.
- Seu pai já foi dormir, ele está bem, aliás, nós dois estamos. E o Alexandre?
- Ele está na sala assistindo ao esportivo. – respondo tirando a minha calça. – Mãe eu tenho uma novidade...
- Oh meu Deus! Você está grávida?!
Dou uma gargalhada.
- Não mãe! Não é isso...
- Então o que é?
- Eu e o Alexandre, nós vamos nos casar. – digo de uma vez e espero ansiosa por sua reação.
- Ahhhhhhh meu Santo Antônio! Obrigada!!!! – mamãe grita e eu fico paralisada. – Filha essa é a melhor notícia do mundo! Vocês já marcaram a data? E o seu vestido meu amor? Já escolheu? Não se preocupe eu vou te ajudar em tudo, teremos um casamento lindo. Eu tenho que tirar o meu Santo Antonio de dentro do copo de cachaça, há mais de um ano que o coitadinho está lá de cabeça para baixo e...
- Mãe! Você fez simpatia?! – eu vou morrer de tanta vergonha. – Eu não posso acreditar...
- É claro que fiz meu amor... não precisa agradecer, fiz por você.
- Mãe eu não preciso de simpatia para arrumar marido!
- Fernanda, você estava encalhada, aceita que dói menos. – mamãe diz com ar de fatalidade. – Mas agora isso é passado, Santo Antônio te arrumou um homem com H maiúsculo e que homem! O Alexandre é...
- Mãe chega! – a corto antes que ela comece um dos seus discursos intermináveis sobre o Alexandre. – Eu tenho que desligar, dê um beijo no papai e conte a ele a noticia.
- Querida não fique brava com a mamãe... eu te amo tanto, um dia eu e o seu pai iremos faltar e eu não quero te deixar sozinha...
Ela começa a chantagem emocional e eu caio como sempre.
- Mãe está tudo bem... não estou brava, não mais.
- Oh filhotinha... estou tão feliz! Você vai casar...
Dou um sorriso.
- Eu também estou mãe, vou tomar um banho agora. Eu te amo.
- Eu também amo você filha. – declara com a voz embargada e eu tenho certeza que ela está chorando. – Amanhã o seu pai liga para você.
- Tudo mãe. Te amo.
******

Saí do banheiro com a toalha enrolada no corpo, Alexandre estava deitado em minha cama com os braços cruzados embaixo da cabeça e o olhar voltado para o teto, parecia estar longe, muito longe na verdade. Ele não havia comentado absolutamente nada comigo sobre a ultrassom da Marta, eu também não quis tocar no assunto. Não queria pressionar.
Aproximei-me da cama sentando bem próxima dele, o colchão afundou e ele sentiu a minha presença.
- Oi. – dei um sorriso.
- Oi. – ele sorriu de volta e me olhou por um tempo, depois limpou a garganta e sentou na cama com uma expressão desconfortável no rosto. – A Marta te contou?
Eu o fito e tento um sorriso, pelo menos ele está se abrindo.
- Bom... ela me ligou para falar o sexo do bebê e disse que você tinha ido com ela a consulta.
Ele franze o cenho de um jeito engraçado.
- Você sabia que o coração do bebê bate de 120 a 160 vezes por minuto?  – Alexandre pergunta e eu ergo a sobrancelha achando o modo como diz aquilo muito fofo.
- Não... eu não sabia.
- Eu escutei o coração do filho da Marta. Fernanda foi a coisa mais incrível que já ouvi... – ele diz com tanta emoção que mais parece um garoto de sete anos. – Ele é tão pequeno, mas o coração bate como o de um gigante.
Olho para ele surpresa e ao mesmo tempo feliz.
- Nossa amor, deve ter sido extraordinário, eu nunca te vi assim.
- Eu o vi na tela também, no inicio não entendi nada... tudo parecia um borrão, mas Drª Anaíde, a obstetra da Marta, começou a explicar as partes do corpo e eu fui conseguindo assimilar o borrão com o bebê. – ele continua o relato e arranca de mim uma gargalhada.
- Alexandre eu não acho que a Marta irá gostar de ouvir você chamar a ultrassom do bebê dela de borrão. – falo entre risos.
- Não vai mesmo. – ele ri também.
Com o tempo paramos de rir e ficamos em silêncio, o único som agora era o das nossas respirações.
- Eu tentei imaginar a tarde inteira como você ficaria de barrigão e não consegui. – ele quebra o silêncio e o seu comentário é como um soco no meu estômago. Sinto o olhar dele em mim, mas simplesmente não consigo encará-lo. - Você consegue?
- O que? – pergunto de cabeça baixa.
- Se imaginar grávida, com um barrigão enorme?
Ergo a cabeça e nossos olhos se encontram, o que eu poderia dizer? Que não só imagino como já sonhei com isso? Que eu queria muito um filho dele? Uma parte de nós dois.
- Amor por que você está me perguntando isso? – pergunto me preservando, eu não quero voltar a sofrer com isso, já havia feito a minha escolha.
Ele me traz para o seu colo e eu coloco uma perna de cada lado do seu corpo.
- Eu não sei... desculpa. – sussurra acariciando o meu rosto. – Eu acho que essa situação mexeu um pouco demais comigo e bateu uma curiosidade. – ele tenta um sorriso.
- Está tudo bem. – beijo o nariz dele. – A gente não precisa ficar nesse clima pesado toda vez que formos falar de bebês, nós já resolvemos isso, não é?
Ele me olha de um jeito diferente e eu fico apreensiva esperando sua resposta, às vezes queria poder ler mentes.
- Já. – enfim responde, mas não com a mesma segurança de outrora. Alexandre então desamarra a toalha que estava presa no meu busto e coloca um sorriso safado no rosto. – Eu estava pensando em colocar aquele meu plano em prática.
- Que plano? – me faço de desentendida e ele me deita na cama caindo em cima de mim logo em seguida.
- Aquele que envolve o meu pau e a sua boceta. – responde aos sussurros em meu ouvido, sua ereção se esfregando no meu sexo.
- Humm... acho que tenho uma vaga lembrança agora. – provoco já excitada, pronta para ele.
Alexandre me encara com uma cara brava.
- Vaga lembrança é? – eu assinto e ele enfia dois dedos dentro de mim. – Como você é gostosa Lindinha... – diz descendo a boca até o meu queixo e depositando uma mordida ali. – Eu vou te foder duro, quero essa boceta sentindo cada centímetro do meu pau.
- Você me enlouquece com essa boca suja... – gemo sentindo os dedos dele entrarem e saírem de dentro de mim.
- Eu sei. – ri torto.
 Alexandre se levanta da cama e tira as roupas, eu me apoio em meus cotovelos e admiro cada parte do seu corpo que vai ficando a mostra. Camiseta e bermuda voam longe, restando apenas a cueca box e ele a tira devagar. Seu membro salta para fora batendo em sua barriga e eu mordo os lábios salivando para tê-lo na boca, mas pela forma como Alexandre me olha sei que não será possível, ele me quer agora.
A cama afunda quando ele volta para ela, Alexandre fica em cima de mim e ergue minhas pernas até elas tocarem seus ombros, estou completamente exposta agora.
- Eu vou comer você assim... nessa posição... – ele diz me penetrando forte. – Você é o meu parque de diversão preferido Fernanda.
Alexandre me dirige um sorriso pecaminoso que faz o meu coração parar, então gemo alto quando ele começa a se movimentar, ele faz isso de uma maneira alucinada e incansável cumprindo a promessa de me foder duro. Minhas unhas cravam em suas costas largas e ele solta um suspiro alto, o encaro e ele está de olhos fechados totalmente concentrado na nossa dança primitiva.
- Ah amor... – balbucio dopada pelo prazer que ele está me proporcionando. – Mais rápido...
As mãos dele voam para os meus seios em um aperto violento e esmagador, Alexandre atende ao meu pedido e acelera o máximo que consegue, os gemidos dele ficam altos e a cama começa a bater impetuosamente contra a parede.
- Alexandre! – fecho os olhos e grito o nome dele estourando em um orgasmo desesperado. Ele continua suas investidas indo até o fundo, seu rosto banhado de suor, ele está totalmente entregue.
Alexandre dá mais algumas estocadas e então sai de dentro de mim, começa a se masturbar fazendo movimentos para cima e para baixo com a mão e então goza, espalhando esperma na minha barriga, seios e rosto.
- Eu sou dominado por sua boceta Lindinha. – ele fala tão baixo dando a impressão de que não queria que eu ouvisse e então desaba ao meu lado na cama.


Fernanda tinha a cabeça apoiada em meu peito e minhas mãos faziam movimentos circulares em seu couro cabeludo, eu adorava sentir a maciez dos cabelos dela. Seu corpo foi ficando cada vez mais pesado em cima do meu, ela estava quase adormecendo.
- Você já avisou os seus pais, sobre o nosso casamento? – pergunto com um sorriso largo.
- Liguei para a mamãe antes do banho. – sua voz sai arrastada pelo sono. – Ela ficou radiante, há essa hora deve estar soltando fogos de artifícios na Praça de Ribeirão Bonito.
Dou uma risada.
- Eu adoro a Júlia, ela é muito engraçada.
Fernanda sorri também, uma risada doce.
- Eu estava pensando em ligar para o seu pai amanhã. – digo e ela ergue a cabeça para me encarar. – Eu me sentiria melhor dando alguma satisfação para ele sobre o casamento.
- Quer pedir a minha mão é? – ela provoca dando mordidas em meu peito e meu pau começa a acordar.
Imediatamente eu a viro na cama ficando em cima dela.
- Eu quero o corpo inteiro, não só a sua mão. – sussurro em seu ouvido. Minha mão faz um caminho para o meio de suas pernas, mas Fernanda as fecha antes que eu consiga chegar ao seu sexo.
- Pode parar porque preciso dormir. – ela sorri e eu franzo o cenho. – Dr. Tomas deixou a apresentação comercial da empresa em minhas mãos, não posso aparecer na reunião parecendo um zumbi.
- Só mais uma vez, prometo ser rápido. – insisto começando uma trilha de beijos que começa do pescoço e só para quando abocanho um dos seios.
- Alexandre, por favor... – choraminga me empurrando e eu prendo o bico entre os dentes. – Alexandre para! – dessa vez ela me empurra com mais força e consegue se livrar de mim.
- Vai mesmo me deixar na mão? – indago cerrando os olhos.
- Vou. – ela tenta esconder um sorriso. – Amor eu preciso estar bem para amanhã, não quero decepcionar o Dr. Tomas. Eu aceitei que ele me indique para o seu cargo.
- Lindinha que maravilha. – dou um sorriso distribuindo uma chuva de beijos por todo o rosto dela. – Vai dar tudo certo, eu concordo com o Dr. Tomas quando ele diz que você é a mais indicada para o cargo, mas tenho que ficar na minha, não quero que te acusem de estar conseguindo a promoção por causa da nossa relação.
- Eu entendo amor e também prefiro assim. – ela morde os lábios e desvia os olhos dos meus. – Estou com medo do Luigi Buttelli não gostar da minha apresentação.
- Ei que insegurança é essa? – a repreendo de cara feia. – Fernanda você é competente e perfeita em tudo o que faz. Se Luigi Buttelli não perceber isso é porque é um idiota.
Ela me dá um sorriso apaixonado.
- Sabe que às vezes você é romântico sem perceber? – ela fala e eu fico mudo. – Eu te amo.
Fernanda não me da tempo de responder simplesmente se vira para o lado e me puxa para que eu a abrace por trás e assim ela adormece.


Acordo com o som insistente da campainha, olho no despertador e são seis da manhã, encaro o Alexandre que está deitado ao meu lado em um sono profundo, seus cabelos estão uma bagunça sexy e ele nem se incomoda com o barulho. Levanto vestindo um robe e dou uma ultima olhada nele antes de sair do quarto e ir para a sala.
Engulo em seco quando abro a porta e dou de cara com a Dona Lucrecia. Acho que já devo ter falado nela, é a sindica do meu prédio, na verdade é uma bruxa disfarçada de sindica. Dou um sorriso falso e a fito me perguntando o motivo desta visita desagradável.
 - Bom dia Fernanda. – ela me olha de cima a baixo, mas detém os olhos em meus cabelos, reparando a bagunça em que eles se encontram.
Com certeza ela não sabe como é ter o cabelo bagunçado por conta de uma foda quente, se soubesse não passaria os dias procurando motivos para infernizar a vida dos moradores.
- Bom dia Dona Lucrecia. – respondo fazendo um coque na minha juba.
Ela está vestida socialmente como sempre, blusa de manga e saia abaixo do joelho, sem falar naquele cabelo da década de 60, eu apostava que ela ainda usava laquê naquele topetão. 
- Deve estar se perguntando o motivo da minha visita. – ela comenta e eu me esforço para desviar os olhos do seu cabelo.
- Estou bastante curiosa. – me apoio na porta esperando que ela fale de uma vez.
- Poderia, por favor, ler para mim o artigo segundo do estatuto do condomínio. – ela pede segurando um papel bem na frente do meu rosto.
Limpo a garganta.
Grande merda!
- É proibido criar animais no prédio ou em qualquer uma de suas dependências. – leio com a voz falha.
- Pois bem Fernanda, recebemos uma denuncia anônima de que você cria um gato em seu apartamento. – ela ergue uma sobrancelha.
Coloco a mão no peito e fico espantada.
- Quem? Eu? – ela assente me analisando. – Dona Lucrecia eu me sinto até ofendida, nunca iria infringir uma das leis do estatuto, o sigo a risca e...
Um miado me faz parar imediatamente de falar, sinto algo se enroscando em minhas pernas e encaro a Dona Lucrecia, ela tem os olhos esbugalhados para o Yellow que não para miar aos meus pés. Meu rosto queima quando ela me fita de um jeito assustador e cruza os braços.
- Explique-se. – ela exige e sinto que a qualquer momento um coral aparecerá em cena para cantar “pega na mentira” pra mim.
Penso em dizer que não sei de onde o gato veio, mas eu não tenho tamanha cara de pau, vamos a verdade então.
- O achei na porta do prédio, ele estava com fome e eu o trouxe para cá. – pego o Yellow no colo e ele mia para a Dona Lucrecia. – Eu fiquei com dó, ele estava sozinho e ainda é filhote. – apelo para o emocional, se bem que duvido que aquela bruxa tenha um coração.
- Fernanda leia os meus lábios: Eu. O. Quero. Fora.
Pisco algumas vezes olhando dela para Yellow.
- Mas... mas...
- Você tem uma hora para dar um jeito no gato. – ela anuncia bastante irritada. – Aqui ele não fica.
- Dona Lucrecia, por favor...
- Não! Você está avisada. – ela me dá as costas e sai em direção ao elevador.
Olho para o Yellow e sinto vontade de chorar. Eu não posso abrir mão dele.
E agora?
Oh merda!



Acordo e Fernanda não está na cama, ouço vozes vindas da sala e me levanto pegando minha cueca do chão. Visto-a e vou ao encontro da Lindinha, a encontro sentada no sofá com ar de derrota, a bola de pelos está em seu colo e ela o acaricia com ternura.
- Bom dia. – a cumprimento sentando ao seu lado, dou um beijo em sua bochecha e ela me fita.
- Oi.
- Eu ouvi vozes. – comento cocando a barba. – Aconteceu alguma coisa?
- Era a Dona Lucrecia, minha sindica, ela recebeu uma denuncia anônima de que eu estava criando um gato no apartamento e animais são proibidos no prédio. – explica num fio de voz.
- O que você vai fazer?
- Eu vou ter que tirar o Yellow do prédio. – responde cabisbaixa. – Eu não quero abrir mão dele Alexandre, já me apeguei.
- Por que você não o deixa na casa de alguém até que encontre uma solução. – tento ajudá-la.
Ela ergue a cabeça para mim com um sorriso radiante no rosto, sei que teve uma ideia, consigo até ver uma lâmpada acesa em cima da sua cabeça.
- É isso amor! – ela beija o meu rosto e Yellow acaba pulando do seu colo para o chão com o movimento. – Ele vai ficar na sua casa!
Olho para ela assombrado e me levanto do sofá.
- Na minha? – grito. – Você está maluca?!
- Amor lá tem bastante espaço, Yellow é um fofo não vai te incomodar e eu até posso cuidar dele. – retruca explodindo de alegria. – Não é a solução perfeita?
O gato corre até mim e se enrosca em minhas pernas eu o encaro e ele mia me fitando com grandes olhos cinza. Eu não vou levar essa bola de pelos para a minha casa nem a pau. Abro a boca para dizer isso a Fernanda quando algo surge em minha cabeça.
Dou um sorriso de escárnio para o gato e então fito Fernanda que espera minha resposta em suspense.
- Eu levo o gato para a cobertura.
Fernanda dá um grito em comemoração e pula em meu pescoço. Envolvo sua cintura com meus braços e colo nossos corpos.
- Obrigada Alexandre. – agradece com olhos brilhantes.
- Mas tem uma condição. – contesto e ela ergue uma sobrancelha muito desconfiada.
- Qual?
- Você vem junto. – dou um sorriso torto.
Ela se solta de mim furiosa e coloca as mãos na cintura.
- Eu não acredito que você está barganhando com a situação do Yellow!
- Sou um homem de negócios. – me defendo dando de ombros. – Está tudo muito simples: você vem morar comigo e traz o gato a tiracolo.
Ela abre a boca em um O perfeito.
- Isso que você está fazendo é chantagem!
Abro um sorriso com a irritação dela.
- Chame do que você quiser. – pisco para ela.
Ficamos nos encarando por um tempo, sei que ela está pensando.
- E então? – me aproximo e lhe dou um olhar sedutor. – É só dizer sim, eu fico feliz, você fica feliz e o gato fica feliz.
Ela sorri e me dá um tapa no braço.
- Você é um cretino sabia?
- Isso é um sim? – sento no sofá e a puxo para o meu colo.
- Isso é um sim. – afirma acariciando meu rosto. – Eu e Yellow vamos morar com você.
- Acho que posso até gostar dessa bola de pelos. – brinco a puxando pela nuca e invadindo a sua boca com a minha.



Termino minha maquiagem e me olho no espelho, optei por algo leve na região dos olhos e um gloss nos lábios. Para vestir escolhi um vestido na cor champagne, com comprimento de meio palmo acima do joelho, ele era justo e ainda tinha um cinto preto para demarcar a cintura.
Escuto um assobio e me viro, Alexandre está parado na soleira da porta com os braços cruzados me olhando com fome. Minhas pernas amoleceram quando o encarei, ele estava deslumbrante em um terno risca de giz azul que combinava divinamente com a gravata azul escura de detalhes brancos.
- Você está linda. – ele sorri andando até mim.
- Você também. – enterneço quando suas mãos apertam minha cintura e me trazem para ele, sinto sua ereção roçar o meu ventre.
- A partir de hoje você dorme na minha casa. – ele sussurra me encarando. – A noite vou te jogar na minha cama e arrancar esse vestido provocador do caralho.
Suas mãos deslizam por minha perna provocando uma corrente de calor.
- E... eu acho melhor irmos. – gaguejo a beira de um desmaio. – Temos que deixar  Yellow na sua casa ainda e depois ir para a empresa.
Ele apresenta aquele sorriso que molha a minha calcinha e me puxa pela mão me tirando do quarto. Pego o Yellow e todas as coisas que havia comprado para ele no pet shop e jogo minha bolsa sobre o ombro, então saímos do meu apartamento. Na portaria dei de cara com a Dona Lucrecia, eu sabia que a bruxa ficaria de vigia para ter a certeza de que eu cumpriria a sua ordem, nem olhei na cara dela, passei direto e entrei no carro do Alexandre.

******

Yellow ficou aos cuidados da empregada do Alexandre, quando saíssemos da empresa ainda teríamos que voltar a minha casa para que eu pudesse fazer uma pequena mala, a minha mudança seria aos poucos, eu ainda teria que resolver o que realmente levaria para a cobertura. Na empresa passei metade da manhã em uma reunião com o Dr. Tomas, estávamos discutindo as melhores abordagens para apresentar a Luigi Buttelli em sua sala.
- Bom Fernanda, acho que é isso. – Dr. Tomas finaliza a nossa reunião. – Agora é com você, mostre para aqueles engravatados o porquê de eu ter te indicado para assumir o meu cargo.
Fico com um frio na barriga.
- Farei o meu melhor. – asseguro com um sorriso. Eu me levanto da cadeira e começo a recolher os papéis com minhas anotações. – Eu vou buscar um café, o senhor quer?
- Não minha querida, obrigado.
Assinto e saio da sua sala, vou até a cafeteira e coloco o líquido preto em um copo de plástico. Sento em minha mesa e percebo que não tirei as xerox das planilhas que apresentarei hoje, todos os presentes teriam que ter uma daquela em mãos. Pego a planilha e vou até a cafeteira colocar um pouco mais de café, depois me direciono até a sala de cópias.
******
Caminho pelo corredor distraidamente, a reunião aconteceria no inicio da tarde, Alexandre avisou que não almoçaríamos juntos, ele queria conversar com Luigi Buttelli e o convidaria para um almoço. Apresso os passos para chegar rápido a sala de cópias e acabo colidindo com um corpo forte, é inevitável e com a colisão derrubo o copo cheio de café na roupa do pobre coitado.
- Ai! – ele grita irritado, acho que devido ao contato do liquido fumegante contra a sua pele.
Coloco a mão na boca e me afasto um pouco.
– Você não olha por onde anda? – o homem pergunta em um português carregado de sotaque italiano.
Então ele me encara e aos poucos a irritação vai sumindo de sua expressão. Puta merda! Ele é gato, muito... muito gato. Um metro e oitenta, pele bronzeada, cabelos negros, sobrancelhas espessas e olhos azuis.
#Morri
- Mio Dio! – seus olhos passeiam por mim com tanto interesse que me fazem corar. – De onde saiu tamanha bellezza?
Ergo as sobrancelhas com o tom galante dele.
- Me desculpe eu não tive a intenção. – digo olhando para o seu terno sujo de café.
- Não importa. – ela pega a minha mão e leva aos lábios – Esse acaba de se tornar o meu terno da sorte bella. Prazer, Luigi Buttelli.
Jesus apaga a luz!
- Oh... Eu me chamo Fer... Fernanda. – merda porque eu estou gaguejando? E por que ele está me olhando desse jeito?
- Acaba de ganhar um ammiratore Fernanda. – ele me olha intensamente e eu retiro a minha mão da dele.
Engulo em seco e dou um sorriso fraco, ele disse que é meu admirador.
Puta merda ele está me cantando?! Alexandre o mata.
- Ah... eu tenho que ir. – digo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha com a minha mão direita, ele tem que reparar que uso aliança. – Com licença, Sr. Buttelli.
Tento passar por ele, mas ele segura em meu braço e encosta a boca em meu ouvido.
- Pra você é Luigi, mia cara. – então ele me solta e eu engulo em seco, saindo dali quase correndo.
É hoje que a vaca vai pro brejo! Ou melhor, essa reunião...


- Sr. Alexandre, o Sr. Luigi Buttelli está aqui. – Marta anuncia dando espaço para o italiano entrar, ela nos deixa a sós e eu o recebo com um aperto de mão.
- Como vai Luigi? – pergunto indicando a cadeira para que ele se sente. – Espero que o seu pai esteja melhor.
- Mio padre apresentou melhoras, mas precisa descansar. Por isto estou aqui. – ele sorri.
Assinto com a cabeça e dou a volta na mesa me sentando a sua frente.
- A reunião será no início da tarde, eu gostaria de conversar com você em particular antes dela, por isso marquei um almoço. – dou um sorriso vacilante.
Eu gostaria de explicar a ele os motivos dos escândalos, é importante que ele entenda que as Organizações McConaughey não tem nada a ver com isso.
- Será um prazer. – ele responde para o meu alívio.
Encaramos-nos por um tempo e minha atenção se volta para uma mancha enorme de café em seu terno, seu olhar acompanha o meu.
- Foi o meu banho de boas vindas. – ele brinca. – Uma bella donna esbarrou em mim.
- Parece que isso te deixou contente. – o avalio divertido.
Ele sorri torto se ajeitando melhor na cadeira. Acho que a maioria das mulheres o consideraria um homem bonito.
- A bella ragazza me fez entender porque os brasileiros apreciam tanto... – ele gesticula com as mãos procurando a palavra. – uma bunda.
Coço a cabeça e sorrio, o cara parece mesmo gamado na moça com quem se esbarrou.
- Bom então vamos aos negócios... – mudo de assunto para não ter que comentar sobre o assunto, se eu reparar em outra bunda que não seja a da Fernanda posso me considerar um homem morto.
Ela é ciumenta, no entanto acho que sou mais. Muito mais.



São duas e meia, acabo de entrar na sala de reunião. Todos os diretores estão presentes, só faltam o Alexandre e o Luigi Buttelli que devem chegar a qualquer momento. Estou com um pouco de vergonha, a cada olhada que algum diretor me dirige tenho a impressão de que a briga deprimente com a Rebeca nesta mesma sala é lembrada. Decido fazer algo para quebrar esse clima estranho. Limpo a garganta antes de começar e acabo chamando a atenção de todos.
- Bom eu gostaria de me desculpar. – começo e encontro o olhar do Dr. Tomas, ele me lança um sorriso encorajador. – Eu estou profundamente envergonha pelo episodio lastimável que protagonizei está sala com a Rebeca. Eu perdi a cabeça. – olho para cada um dos diretores. – Me perdoem, garanto que isso não se repetirá.
Eles assentem e Dr. Tomas sorri para mim. Nesse momento a porta da sala de reuniões é aberta e o Alexandre entra acompanhado de Luigi Buttelli. Abaixo a cabeça tentando não ser notada logo de cara pelo italiano galanteador.
- Boa tarde. – Alexandre cumprimenta a todos e se senta na cabeceira da mesa. – Bom daremos inicio a reunião com Luigi Buttelli, filho de Lorenzo Buttelli. Devido aos últimos escândalos envolvendo o nome da empresa é aceitável que ele queira rever a nossa parceria, no entanto durante o nosso almoço eu expliquei exatamente como as coisas aconteceram, creio que ele entendeu a situação.
Ergo a cabeça e olhos azuis estão me fitando com interesse. Meu Deus! Luigi Burttelli sentou bem a minha frente. Desvio os olhos para o Alexandre que continua o seu discurso.
- Mas como eu disse anteriormente, é um direito dele rever a parceria e esse é o motivo da reunião. Cada um dos diretores farão suas explanações referentes a sua área, apresentando como as negociações foram atribuídas no contrato. No setor comercial, a apresentação ficará a cargo da Fernanda, a pedido do Dr. Tomas que é o nosso Diretor Comercial.
Todos os olhares se voltam para mim, principalmente o do Luigi Buttelli que pisca me fazendo corar.


As apresentações começaram, o Diretor Financeiro da empresa foi a frente do data show começar a sua explanação, mas uma coisa estava me incomodando, Luigi não parava de olhar para a Fernanda e olhava com interesse.
Uma bella donna esbarrou em mim.
Ouço a voz dele na minha cabeça e cerro o maxilar. Ele não podia estar falando da Fernanda podia? É claro que sim!
Esbarrar nas pessoas é muito a cara da Fernanda... Mais que merda...
Tamborilo os dedos na mesa com impaciência, já não consigo prestar atenção a nada, somente no italiano filho da puta que hora ou outra fita a Fernanda. Eu conheço aquele olhar, é desejo puro, ele está cobiçando algo que é meu.
Caralho!
A reunião transcorre e a cada minuto fico mais irritado, chega a vez da Fernanda apresentar. Ela se levanta e vai para frente do data show, pego a caneta de cima da mesa e a aperto com muita força, Luigi não tira os olhos da bunda da Fernanda.
A bella ragazza me fez entender porque os brasileiros apreciam tanto... uma bunda.
Caralho! Mil vezes caralho!
- Alexandre. – Dr. Tomas me chama franzindo o cenho. – A caneta. – ele indica com a cabeça para a minha mão.
Devido ao meu aperto a caneta se partiu ao meio e minha mão se encontra cheia de tinta.
- Merda! – braguejo baixinho sentindo olhares em mim. – Essas canetas de hoje em dia não estão valendo nada. – falo na maior cara de pau. – Pode começar a apresentação Fernanda. – a encaro irritado e saio da sala a procura de um banheiro para me limpar.
Quando volto Fernanda está explicando algumas planilhas, me sento e tenho que aguentar o Luigi a olhando com cara de pidão. Cerro o maxilar desejando que ela termine o mais rápido possível de falar e se sente, não sei quanto tempo vou aguentar o italiano a olhando daquele jeito.


Dei maior ênfase as estratégias de inovação, queria que o Luigi visse o quanto o desempenho da empresa melhorou nos últimos anos, as Organizações McConaughey seria um investimento bastante rentável. Ao final explanei os recursos e talentos da empresa como também a avaliação da execução dos projetos, quando terminei recebi um festival de aplausos. Voltei a me sentar orgulhosa de mim mesma, Dr. Tomas pegou em minha mão e gesticulou com os lábios “parabéns”.
- Estou satisfeito com as apresentações. – Luigi Buttelli toma a palavra. – o mio padre se estivesse aqui tomaria a mesma decisão que a minha, a parceria será mantida.
Alexandre se levanta e apóia as mãos na mesa.
- Todos estão dispensados. – ele é curto e grosso o que surpreende a todos.
Os diretores começam a sair e eu ajeito as minhas coisas na mesa antes de me levantar, vejo quando um dos diretores chama o Alexandre para uma conversa particular, ele me dirige um olhar e depois se afasta.
- Estou impressionato cara mia. – reconheço a voz galante e ergo a cabeça para fitar Luigi Buttelli.
- Obrigada. – digo simplesmente louca para dar o fora dali.
- Eu posso te convidar para jantar Fernanda? – ele pergunta tocando a minha mão que está sobre os papéis.
- Não. – Alexandre responde por mim, ele acaba de se materializar bem ao meu lado e me aperta forte contra ele.
Os dois homens se encaram e meu coração dá um salto.
- E então Fernanda? – Luigi insiste ignorando o Alexandre. – Aceitar jantar comigo?
- Luigi...
- Ela não vai! – Alexandre me corta. – Não ouviu o que eu disse?
Luigi fulmina o Alexandre com o olhar.
- Não perguntei para você. – responde irritado. – Qual é o seu problema?
- Ela é a minha noiva. – Alexandre diz entredentes e eu posso ver a expressão de choque de Luigi.
- Ela não me disse que era noiva. – Luigi insinua e eu queimo ao sentir o olhar do Alexandre em mim.
- Você não perguntou. – me defendo irritada pela insinuação dele.
Ele olha para o Alexandre e sorri, parece estar se divertindo com a situação.
- Eu não sabia que a ragazza era sua. Perdono. – Luigi se desculpa, mas não tira o sorriso da boca, o que me faz crer que não está nem um pouco arrependido.
Então ele sai.
Engulo em seco e fito o Alexandre, ele tem o maxilar cerrado e a postura rígida.
- Amor...
- Depois a gente conversa. – ele me corta seco e começa a sair da sala de reuniões.
Corro atrás dele e o intercepto segurando em seu braço.
- Você está bravo comigo? Por quê? Eu não fiz nada!
Ele me encara e solta uma respiração pesada.
- Eu disse que não quero conversar agora. – retruca se controlando para não gritar.
- Eu sei o que você está pensando. – coloco o dedo no peito dele. – Eu não dei mole para o Luigi!
- Não estou pensando nada. – sua voz sai fria. – Por Deus eu não quero brigar com você, então espera eu me acalmar e depois conversamos. Você não sabe o esforço que eu estou fazendo para não quebrar a cara daquele filho da puta!
Alexandre gira os calcanhares e me deixa plantada.

******

Era para estarmos comemorando porque a parceria seria mantida, mas não estamos. Quando entrei no carro do Alexandre depois do expediente ele estava com uma tromba maior que a de um elefante. Conversou meia dúzia de palavras comigo e depois se concentrou no trânsito. Paramos no meu prédio para que eu fizesse a minha mala e depois seguimos para a sua cobertura. Quando entrei Yellow veio ao meu encontro miando aos meus pés, me abaixei e fiz um cafuné em sua cabecinha, ele fechou os olhinhos feliz da vida.
- Vem Yellow, vamos arrumar um cantinho para você ficar. – me ergo e começo a andar, Alexandre segura no meu braço.
- Depois você cuida do gato. – seu tom de voz era baixo, ameaçador.
- Por quê? - pergunto num fio de voz. Não sabia como lidar com esse lado sombrio dele.
Alexandre não responde, ele apenas se abaixa e segura em minhas pernas me pondo em seu ombro. Solto um grito de espanto e ele bate com força em minha bunda.
- Calada! – exige subindo as escadas.
Devo me preocupar?


Jogo Fernanda na minha cama e ela me olha assustada. Eu estava furioso, mas não com ela. Começo a tirar meu terno sem tirar os olhos do seu corpo.
- Amor vamos conversar... – ela tenta.
Já nu eu a puxo da cama e a olho com um olhar feroz.
- Ele olhou o tempo inteiro para a sua bunda. – dou um tapa em seu traseiro e ela dá um pulo. – Essa bunda é minha. – sussurro.
Ela arfa e eu sei que esta excitada, nós dois estamos. Somos fogo e gasolina.
- Tira a roupa. – ordeno sentando na cama.
Ela parece estar no automático, se livra das sandálias e começa a tirar o vestido que atormentou o meu juízo o dia inteiro. Fernanda fica apenas de calcinha e sutian e ergue uma sobrancelha em desafio.
Hum... então ela quer jogar também...
- Tira tudo. – mando masturbando o meu pau.
Calcinha e sutian estão fora do seu corpo em poucos minutos.
- Vá para a parede e fique de costas.
Ela dá uma gargalhada.
- Vai me por de castigo?
- Não... – a olho ameaçador. Isso está me excitando pra porra. – Eu vou comer o seu rabo... e te fazer gozar bem gostoso. Sua cachorra.
Ela fica surpresa e anda até a parede ficando de costas para mim. Avanço e sussurro em seu ouvido.
- Essa bunda é minha... só minha... você todinha é minha...
- Eu sou... – ela murmura. – Eu só quero você amor...
Minha mão desliza por sua pele macia, vai das costas a bunda e eu coloco dois dedos dentro dela. Pego um pouco da sua lubrificação natural e levo até seu anus, Fernanda se contorce e os coloco ali. Vou alargando-a para me receber enquanto seus gemidos se misturam com os meus. Meu pau lateja e ela já está pronta, abro sua bunda e vou entrando, seu anus aperta meu pau e me leva a loucura. Agarro seu cabelo e ela grita meu nome.
- Rabo gostoso... – digo me movimentando, fazendo-a me sentir, por inteiro.
Minhas estocadas são duras e minha mão abre caminho até o seu sexo, estimulo o seu clitóris e ela relaxa pendendo a cabeça para trás. Continuo a comendo, entrando até o fundo naquele rabo gostoso. Fernanda me deixa louco.
- Alexandre! Ah... – ela goza intenso.
- Como você é gostosa! – digo rouco tentando adiar a minha liberação, mas não consigo. Fernanda rebola no meu pau e eu enterro a minha cabeça em suas costas liberando o me prazer.
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Fernanda está apagada na cama, tomamos banho e comemos algo, depois fiz amor com ela bem devagar. Eu estava feliz. Não, teriam que encontrar outra palavra para superar felicidade, porque essa não cabia na minha situação atual. Olhar Fernanda dormir acaba me tirando o sono, então eu me levanto da cama e pego meu notebook, abro o meu e-mail e a primeira mensagem na caixa de entrada é do Lucas.
Assunto: Artigo sobre Reversão de Vasectomia.                         
Passo o mouse em apagar, mas não consigo. Dou um suspiro e olho para Fernanda que ainda dorme tranquilamente. É só um artigo, Lucas me enviou e eu lerei por educação.
Apenas isso.












2 comentários:

vi_meu_mundo disse...

Céus quando penso que já vi tudo de bom entre a Serie o que acontece?
Josi Novai me surpreende.

Josi Novais disse...

Obrigada! S2

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