O Fundo do Poço...
OITO
MESES DEPOIS...
Rebeca
Foram
meses vividos em um completo inferno, meu corpo ainda não havia se recuperado
da última surra que levei de uma das detentas, eu estava sofrendo, meu
julgamento se arrastava pelo tribunal sem nenhuma data prevista para acontecer.
Enquanto isso eu fico aqui, sendo humilhada, espancada e abusada. Sofro abusos
da minha colega de cela e o pior é não posso contar a ninguém, temo pela minha
vida. A nojenta disse que enquanto eu permanecer calada, a satisfazendo,
permanecerei viva, mas se eu abrir a boca ela cortará a minha garganta.
A culpa é dele, Alexandre armou para mim, me
fez acreditar em suas promessas... no seu amor e eu burra confessei tudo. Agora
estou trancafiada, meu advogado disse que minhas chances de passar a vida
inteira presa são grandes, as vezes penso que o melhor seria morrer, se tiver
que passar a minha vida inteira dentro deste presídio nojento não irei
aguentar. Prefiro a Morte!
A
cela é aberta e a mulher com quem a divido entra escoltada por uma policial,
ela me dá um olhar nojento e eu sei que assim que ficarmos sozinhas ela tocará
em mim, começo a me desesperar, não aguento mais ser abusada por essa vadia. Da
primeira vez que ocorreu tentei me defender, mas ela era muito mais forte que
eu, seu corpo é bastante masculinizado, cheios de músculos e não tive a menor
chance.
-
Rebeca Ventura, você tem visita, seu advogado está a sua espera. – a policial
avisa e eu respiro aliviada por ter a chance de sair dali.
Passo
rápido por minha colega de cela nojenta, mas ela me segura pelo braço me
fazendo parar.
-
Não fique tão alegrinha vadia, você vai voltar e eu vou estar aqui ansiosa...
esperando por você. – sussurra em meu ouvido.
Fecho
os olhos controlando a raiva e então ela me libera.
Saio
da cela escoltada pela policial.
******
-
E então? Ele aceitou vim? – mal me sento na cadeira da sala de visitas e vou
logo perguntando ao meu advogado.
-
Dessa vez não fui sequer recebido Rebeca. Esqueça, ele não virá.
Meus
olhos se enchem de lágrimas, há alguns meses eu vinha insistindo para que o meu
advogado contatasse o Alexandre, eu queria que ele viesse aqui. Precisava
vê-lo, ele era o culpado por minha situação, tinha que me ajudar!
-
Desista Rebeca, o Sr. Alexandre deixou claro na última vez que me recebeu que
não quer mais olhar na sua cara. – meu advogado fala em seu tom sério.
Lágrimas
caem dos meus olhos.
-
Continue insistindo! – bato a mão na mesa. – Uma hora ele virá, conheço o
Alexandre, ele tem...
-
Ele vai se casar. – meu advogado diz de repente e eu fico em silêncio.
-
O que? – pergunto entredentes.
-
Semana que vem ele oficializa a união com a noiva, me parece que eles já moram
juntos há alguns meses, foi o que li por acaso em uma coluna social do jornal.
Meu
rosto queima e a qualquer momento sinto que irei explodir.
-
Isso é mentira sua! – me levando e aponto um dedo acusador para o meu advogado.
– Ele jurou que nunca mais se casaria quando assinou os papéis do nosso
divorcio!
-
Parece que mudou de ideia... – dá de ombros.
Não!
Não pode ser. Alexandre não pode se casar com aquela vagabunda! Ele é meu! Ele
não pode ser feliz e me deixar nesse lugar maldito sofrendo horrores.
-
Você tem que impedir esse casamento. – avanço no meu advogado e o seguro pelo
colarinho. – Ele não pode se casar com aquela sonsa!
-
Eu não posso fazer nada Rebeca! – ele se defende e tira minhas mãos de cima dele.
Ando
pela sala desesperada. Eu estou presa, não posso impedir! Alexandre não pode
fazer isso comigo, ele é meu marido! Aquela loira aguada nunca irá fazê-lo
feliz!
-
Você disse que eles se casam na semana que vem? – pergunto derrotada.
-
Isso. Na coluna do jornal li algo sobre o local da cerimônia, se não me engano
será na Catedral da Sé. – profere arrumando o nó da gravata.
-
Então ele vai levar a cadela para o altar. – dou um sorriso amargurado.
Meu
advogado me olha com pena. Sabia o que ele estava vendo, uma mulher acabada,
pareço ter envelhecido anos nesses últimos meses.
- Eu desejo toda a infelicidade do mundo para
aqueles dois. – amaldiçoo com todas as minhas forças. – Você sabe onde eles
estão morando?
-
Creio que na cobertura do Sr. Alexandre. – ele responde sem entender o teor da
minha pergunta.
-
Então você vai mandar um presentinho para os dois pombinhos. – ergo uma
sobrancelha.
Ele
corre a mão pelos cabelos.
-
Rebeca chega! Esquece isso... a sua situação já está por demais complicada e...
-
Cala a boca! – grito. – Eu te pago muito bem para fazer o que mando!
E
era verdade, minhas contas haviam sido bloqueadas, mas eu tinha outra secreta
na Suíça, era de lá que vinha o dinheiro para pagar o meu advogado, que por
sinal era caríssimo.
-
O que você quer que eu faça? – ele pergunta começando a ceder.
-
Você vai comprar o que eu mandar, o meu presente deverá ser entregue na
cobertura... – dou um sorriso.
-
Não é assim que você vai conseguir que o Sr. Alexandre venha te visitar. – ele
tenta aconselhar.
-
Ele nunca virá de qualquer forma. – digo em voz alta o que no fundo eu já
sabia. – Não adianta implorar ou insistir, ele não vai vim.
-
Então esquece Rebeca... Para que tanta amargura?
-
Eu não preciso dos seus conselhos de merda. – me irrito. – Me obedeça e ponto. Pena
que não poderei estar lá para ver o que eles acharão do meu presente. É obvio
que eu não poderia ficar de fora de um momento tão especial como este...
3 comentários:
Quase mas quase fiquei com dó da cobreca. O que será que ela vai aprontar de novo.
Quase mas quase fiquei com dó da cobreca. O que será que ela vai aprontar de novo.
Verdade Graziela. Quando pensa que o ser vai mudar, continua a mesma cobra :/
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