Bastardo Apaixonado
Fernanda estava furiosa, andava pela
sala de um lado para o outro.
- Ainda não consigo acreditar que
você foi tão mal educado com o Ivo.
Revirei os olhos e me acomodei
melhor no sofá, ela parou de andar e me encarou.
- Ele me provocou o tempo inteiro. –
comentei coçando a barba.
- Eu não o via há dez anos
Alexandre! Ivo é um amigo da família e depois do que você fez, ele nunca mais
colocará os pés aqui dentro outra vez!
Levantei-me do sofá soltando faíscas
de raiva e me aproximei dela.
- E isso seria uma pena não é mesmo?
– falei sarcástico. – Será que devo pedir desculpas por melar o reencontro com
o ex-namoradinho?!
- Não seja ridículo!
- Ridículo?! O cara deu em cima de
você na minha cara e ainda tive que aguentar os seus flertes com ele!
Ela abriu a boca em espanto.
- Você está maluco?! Que flertes?!
Eu fui educada e só. Ah esqueci, você não sabe o que é ser educado!
Agarrei-a pelo braço e a puxei para
perto.
- Não me faça de idiota.
- Então não haja como um! – gruniu
puxando o braço. – Você não tem razões para esse ataque de ciúme.
Suas últimas palavras me fizeram
parar.
- Eu não estou com ciúmes! – gritei.
Um sorriso zombeteiro dançava na
boca dela.
- Então não foi o ciúme que te fez
se apresentar como meu namorado sem nem ao menos me consultar? – ergueu uma
sobrancelha.
Abro e fecho a boca procurando uma
resposta, mas ela não vem.
- Viu?! É ciúmes. – concluiu com um
sorriso.
Cruzo os braços e começo a bater o
pé no chão em sinal de impaciência. Nesse momento pareço uma criança de cinco
anos.
- Até parece que sentiria ciúmes de
um cara que tem cabelo de menina.
- Ele não tem cabelo de menina! –
ela o defende e aquilo me deixa puto.
- Tem cabelo de menina, jeito de
menina e voz de menina! – solto lhe lançando um olhar zangado.
Ela me fita com raiva.
- Sabe qual é o seu problema? Você
está se sentindo ameaçado porque o Ivo é um rapaz gentil, atencioso, amigo e
engraçado, bem diferente de... – ela para percebendo o que iria dizer.
- De mim. – completo sentindo uma
angustia em meu peito. – Não era isso que você iria falar? Quem sou eu para
competir com o Sr. Perfeito não é mesmo? Aposto que ele tem todas as dez
qualidades essenciais, um legítimo Top
Ten! Acho que estou sobrando aqui.
Dou um sorriso sem humor e me viro
andando em direção a porta, Fernanda me puxa pelo braço ficando na minha frente.
- Eu não quis dizer aquilo, você me
deixou nervosa e acabei falando sem pensar. – ela diz com uma expressão
culpada.
Minha vontade é de deitá-la no chão
e provar que posso ser tudo o que ela quer, mas no fundo sei que por mais que
eu tente nunca serei bom o suficiente. Talvez o melhor para ela seria ficar com
alguém menos fodido e complicado, como o boca aberta do Ivo.
Nossos olhos se encontram e a fito
desesperado, minha cabeça está um turbilhão e preciso pensar um pouco.
- Eu vou dar uma volta. – consigo
dizer antes de abrir a porta e sair da casa dos pais dela.
Trinta minutos antes...
Fernanda e eu nós afastamos da porta
para que Ivo passasse, ele andou até a sala e sentou em uma das poltronas
confortavelmente.
- Você tinha que chamá-lo para
entrar? – cochichei para a Fernanda.
- E você tinha que insistir?! – ela
cochichou de volta.
- Vocês não vêm? – Ivo gritou da
sala.
Eu e Fernanda nos entreolhamos.
- Você não vai fazer nada não é? –
perguntou cautelosa.
Curvei a boca em um sorriso cínico.
- Vem, é falta de educação deixar a
visita esperando. – disse sarcástico a puxando pela mão.
Sentei no sofá de frente para o Ivo
e puxei Fernanda para junto de mim, na verdade junto não era a melhor palavra
que denunciava como estávamos, certifiquei-me de que ela ficasse colada em mim
de tal forma que nem uma rajada de ar passasse por nós dois.
Ivo limpou a garganta e a nossa
atenção se voltou para ele.
- Então vocês estão namorando?
Fernanda abre a boca para responder,
mas eu o faço primeiro.
- Estamos. - o encaro com um
sorriso.
Ele assente e fita a Fernanda.
- Há quanto tempo?
Olho para a Fernanda com o coração
na boca, estou morrendo de medo dela me desmentir e me fazer passar por
ridículo na frente daquele mané. Tecnicamente o que falei não era mentira, nós
só ainda não tivemos tempo de conversar sobre o assunto.
Fernanda me olhou e eu torci para
que ela visse o pedido silencioso em meus olhos.
- Alguns dias. – respondeu por fim e
eu suspirei aliviado.
- Isso me surpreende. – comentou
Ivo.
Pendi a cabeça para um lado e o
encarei.
- É mesmo? Por quê?
Ele ergue uma das sobrancelhas.
- Nunca imaginei que homens como
você fizesse o tipo dela.
Fernanda tem um ataque de tosse e eu
respiro fundo imaginando como aquele idiota ficaria com o braço quebrado.
- Os gostos dela melhoraram ao longo
do tempo. Agora ela prefere homem com cara de homem. – provoquei levando em
seguida uma cotovelada da Fernanda.
Cacete!
A lindinha andava fazendo musculação? Aquilo doeu!
Ivo me fitou como se a qualquer
momento fosse partir pra cima de mim.
- Você está querendo dizer o que com
isso? – perguntou enfurecido.
Dei um sorriso pronto para dizer o
que eu pensava, mas Fernanda me interrompeu.
- Ah... não ligue para o que o
Alexandre fala Ivo. Ele tem um humor bastante peculiar. – interveio nervosa me
fulminando com o olhar. – Mas me conta, como anda a sua vida?
Ivo abre um sorriso orgulhoso pelo
interesse da Fernanda.
- Eu me formei em Tecnologia da Agroindústria.
- Fico feliz por você. Era o seu
sonho. – ela afirmou.
- Era um dos meus sonhos. – Ivo fala
em entrelinhas dando um olhar significativo para a Fernanda. – Eu tinha outros,
na verdade nós tínhamos.
Como é que é? Será que fiquei invisível
de repente? Esse mané vai mesmo ficar debatendo sobre os sonhos que tinha em
comum com a Fernanda aqui na minha frente?
- Tinham. Acho que isso fica no
passado não é? – afirmo tentando me controlar.
Ivo ignorou o meu comentário e
desviou sua atenção para a estante na sala. Ele se levantou da poltrona e caminhou
até chegar ao móvel, com as mãos nos bolsos da calça ele analisava os
porta-retratos.
Esse
filho da puta está me provocando...
- Poxa Nanda você ainda guarda essa
foto da época em que namorávamos? – pergunta pegando o porta-retrato em que ele
aparece abraçado a Fernanda.
Engulo em seco.
Agora está tudo explicado! Além de
amigo da família e vizinho o mané também é ex-namorado.
- Há anos que ela está ai Ivo. Nem
me lembrava mais. – Fernanda justifica com um sorriso sem graça.
- Foi a melhor época da minha vida.
– ele diz fitando a Fernanda com uma cara de bocó.
Contraio o maxilar.
Agora
já chega!
- Qual é o seu problema hein? – digo
me levantando do sofá e ficando na frente dele.
- Meu problema? – ele pergunta
franzindo o cenho. – Se tem alguém com algum problema aqui esse alguém é você.
Fernanda levanta do sofá e me segura
pelo braço.
- Alexandre para, por favor.
- Esse idiota está me provocando desde
o momento em que pós os pés aqui dentro!
- Fernanda o que você viu nesse
cara? – Ivo pergunta cruzando os braços.
- Ivo para com isso. – Fernanda pede
entrando no meio de nós dois.
- Eu que me pergunto o que ela viu
em você! Vamos deixar as coisas claras aqui, ela é minha namorada agora. – ao
dizer isso puxo Fernanda para os meus braços. – E eu posso te garantir que ela
está satisfeita em todos os sentidos, portanto se não for pedir demais dá o
fora e leva este porta-retrato ridículo com você.
- Alexandre! – Fernanda me
repreende.
- Deixa Fernanda, parece que o seu
namorado está um pouco estressado. A gente conversa outra hora. – ele diz
irritado caminhando até a porta.
- Só em seus sonhos idiota. – grito
para que ele escute.
Em resposta ouço a batida forte da
porta então desabo no sofá com um sorriso no rosto.
Alexandre saiu a mais de uma hora,
não tenho a menor ideia para onde ele possa ter ido. Pela décima quinta vez
seguida ligo para o celular dele e cai na caixa postal novamente.
Meu estômago ronca e me lembro que
ainda não comi nada, vou até a cozinha na esperança de que a minha santa
mãezinha tenha deixado algo na geladeira. Encontro uma lasanha de frango e minhas
lombrigas dizem amém. Tiro um pedaço gigante e coloco em um prato no microondas,
pego colher e garfo no armário e espero.
******
Ouço a porta da frente abrir, largo
o prato que eu lavava em cima da pia e corro até a sala. Alexandre está em pé
com a sua mochila nas costas e a minha mala na mão.
- Onde as coloco? – pergunta.
O observo tentando decifrar se ainda
está com raiva.
- Lá em cima.
Ele sobe as escadas e eu o sigo. Pego
a minha mala e a coloco dentro do meu quarto, ele me espera na porta.
- Você pode ficar no quarto de
hospedes. – digo indicando a porta ao lado do meu quarto. – Você vai ficar não
é?
O tempo que ele demora a responder
parece uma eternidade.
- Você ainda quer que eu fique? – me
pergunta distante.
- Claro que eu quero. – dou um
sorriso sincero.
Ele me encara sério e abre a porta
do quarto.
- Tem lasanha na geladeira, você não
quer um pedaço?
- Eu comi algumas coisas na rua. Vou
tomar um banho e em seguida te levar no hospital. – diz fechando a porta.
******
- Mãe tem certeza que não quer que
eu passe a noite aqui. A senhora poderia ir para casa descansar. – tento
convencer a mamãe no hospital.
- Ninguém me tira de perto do seu
pai querida. – ela afirma.
- Mas mãe...
- Fernanda eu disse não.
Reviro os olhos.
- Tudo bem. – me rendo.
Olho para o Alexandre sentado em uma das
cadeiras da sala de espera a alguns metros de nós.
- Filha, é impressão minha ou vocês
brigaram? – ela cochicha em um tom confidente.
- Foi só uma discussão mãe. –
explico.
- Só uma discussão? Vocês mal estão
olhando na cara um do outro.
Na verdade era o Alexandre que mal
estava olhando na minha cara. Ele fez o percurso da casa dos meus pais até o
hospital em um silencio irritante.
- Mãe...
- Fernanda como você pode brigar com
um homem tão cavalheiro? – pergunta mamãe indignada.
Abro a boca em O e franzo o cenho.
- Por que a senhora não cria logo um
fã-clube pra ele? – digo desdenhosa.
Ela põe a mão no peito ofendida.
- Você é tão injusta às vezes com a
sua mãe.
Dou um suspiro e resolvo bater em
retirada antes que ela comece a sua famosa cena de drama.
- Já que o papai está dormindo e não
pode mais receber visitas eu vou para casa, amanhã bem cedo volto com o
Alexandre para buscar vocês.
- Meu bem, faça as pazes com ele.
Fitei a mamãe e ela olhava para o
Alexandre com uma expressão carinhosa, ele havia mesmo conquistado ela.
- Eu vou tentar. – dou um sorriso.
Já era final de tarde quando eu
dirigia o carro de volta à casa dos pais da Fernanda. Paramos o carro em um
sinal e eu quebrei o silêncio.
- O que rolou entre você e o cabelo
de menina?
Ela me olhou por um tempo antes de
responder.
- Eu e o Ivo sempre fomos amigos,
estudávamos juntos, na verdade fazíamos tudo juntos. Durante a adolescência os
nossos sentimentos começaram a mudar e viramos além de amigos, namorados.
O sinal abriu e voltei a atenção
para a direção.
- Por que acabou? – perguntei
friamente.
- Cursar Tecnologia da Agroindústria
era o sonho dele. Ivo prestou vestibular e acabou passando em uma faculdade no
Rio de Janeiro. O resto da história você deve imaginar, ele foi embora e eu
fiquei. Não deu certo.
- Aposto que ele se arrepende disso.
– comentei.
- De cursar Tecnologia da Agroindústria?
– ela me olha confusa.
- De deixar você.
- Como você pode saber?
- Experiência própria.
Termino o meu banho e me sento na
cama com a toalha envolvendo o corpo, aguço os ouvidos tentando escutar algum
barulho no quarto ao lado, mas não ouço nada, acho que o Alexandre dormiu.
Preparo-me para fazer o mesmo quando
vejo a luz do meu celular piscando. É uma mensagem do Alexandre.
Se
te interessa saber ainda estou bravo com você.
Coloco um sorriso no rosto e digito
uma resposta.
Eu
não queria ter dito aquilo, você sabe.
Alguns minutos se passam e outra
mensagem chega.
Comparar-me
ao cabelo de menina é quase imperdoável!
Dou uma gargalhada e recebo outro
SMS dele.
Vai
ficar rindo da minha cara?! E não negue, eu ouvi.
Eu respondo.
Você
com ciúmes é engraçado... Me Desculpa?
A resposta chega.
E
adianta dizer não? Você sempre me faz mudar de ideia. Boa noite Lindinha.
Deito na cama e abro um sorriso
bobão.
Boa
noite S2
******
Ver o papai em casa novamente foi
maravilhoso. Assim que chegamos do hospital meus tios, tias e primos nós
esperavam em casa. Todos trouxeram um prato para o almoço e acabamos nos
reunimos em uma grande mesa para almoçar. Tudo transcorreu bem, é claro que o
assunto na mesa foi o Alexandre, na minha família é assim, sempre quando alguém
novo aparece vira objeto de estudo.
Meu pai por sua vez quis saber de
tudo sobre o Alexandre, desde o seu trabalho até os seus antecedentes
criminais. E estou falando sério, meu pai realmente perguntou se o Alexandre
tinha passagem pela polícia. Nem preciso dizer que isso foi o maior mico, quase
enfiei a cara no prato de macarronada a minha frente.
Depois do almoço nós despedimos dos
nossos parentes e papai subiu para o quarto a fim de descansar, Alexandre então
me puxou para um canto da sala.
- Seu pai me chamou para uma
conversa. – disse com um sorriso.
Jesus
me abana!
- O que?! – coloco a mão na boca. –
Você não precisa ir, eu vou falar com ele...
Começo a caminhar até as escadas
quando Alexandre me puxa pelo braço.
- Ei é claro que eu vou... – sorriu.
– Não precisa se preocupar. Que tipo de homem eu seria se me escondesse debaixo
das suas saias só porque o seu pai quer conversar comigo?
O encarei sabendo que depois desse
gesto o amaria mais.
- Ah... tudo bem então. Boa sorte. –
dou um sorriso.
Ele me dá um selinho rápido nos
lábios e sobe as escadas.
- Posso entrar? – pergunto abrindo a
porta do quarto do Sr. Fernando.
- Por favor. – responde se sentando
na cama.
Aproximo-me e puxo uma cadeira me
sentando.
- Você deve imaginar o assunto dessa
conversa. – comentou me observando.
Limpei a garganta antes de responde.
- A Fernanda.
Ele assentiu.
- Você é bem sucedido, rico e Fernanda
pode até se fazer de forte às vezes, mas no fundo ela é sensível, sonhadora e
romântica. Eu só quero ter a certeza de que no final desta história a minha
filha não sairá com o coração quebrado.
O encaro entendendo a sua
preocupação, portanto dou a única garantia que tenho no momento.
- Eu amo a sua filha, senhor.
Seu Fernando me olha de um jeito
profundo.
- Você já disse isso a ela?
Aquela pergunta me afeta muito mais
do que eu gostaria, percebo que já disse aquilo para mim mesmo, para o pai da
Fernanda, mas a pessoa mais importante e interessada naquilo ainda não sabia.
- Ainda não disse não é? – Seu
Fernando concluiu pela minha expressão. – Vou te dizer uma coisa sobre as
mulheres filho, por mais que você passe a vida inteira provando com ações o seu
amor se você não as disser elas nunca terão certeza. Ouvir isso é importante,
mas não tem que ser da boca para fora. Tem que vim carregado de emoções, de
verdades e o principal, de amor.
- Eu vou me lembrar disso quando disser
a ela. – afirmo.
Ele assente e sorri.
- Quando ela era ainda um bebe e
sorriu pela primeira vez, eu eternizei aquele momento e prometi a mim mesmo que
faria de tudo para que ela sempre carregasse aquele sorriso no rosto. – ele
pega em minhas mãos e eu congelo. – Agora eu estou passando essa missão para
você rapaz, não deixe que nada, nem ninguém, apague aquele sorriso do rosto
dela.
- Sua filha tem o sorriso mais lindo
que eu já vi, senhor. Ele foi capaz de trazer luz a minha vida. Não deixá-lo
desaparecer do rosto dela é uma questão de sobrevivência para mim.
Ele passa a mão pelos cabelos e se
levanta da cama abrindo os braços.
- Seja bem-vindo a minha família
rapaz.
Meio sem jeito me ergo o abraçando
também.
Papai e Alexandre estão trancados no
quarto a mais de uma hora. Estou com um medo terrível do papai por o Alexandre
para correr. Vou até o meu quarto para mandar alguns e-mails, ainda nem avisei
ao Dr. Tomas que ficarei aqui alguns dias.
Ligo o computador e abro a minha
caixa de e-mails. Existe um e-mail com endereço desconhecido. Penso em jogá-lo
imediatamente nos excluídos, mas o assunto do e-mail em questão me chama
atenção: O que uma vadia como você
merece?
Respiro fundo e o abro.
“Vingança é um prato que se come frio. Você ainda vai pagar pelo que
fez.”
Franzo o cenho e não entendo necas
de pitibiriba. A pessoa que enviou nem sequer se identifica! Está claro que
aquilo é uma ameaça, mas de quem?
E
que ameaça mais cafona vamos combinar!
Excluo o e-mail e decido não me
preocupar com aquilo, pode ser alguma brincadeira sem graça, ou até mesmo um
engano. Envio os e-mails que tenho que enviar e saio do quarto para ajudar a
mamãe com o jantar.
******
Jantamos somente eu, mamãe e o
Alexandre. Papai preferiu ficar no quarto, estava com sono devido aos remédios.
Depois do jantar mamãe subiu com uma sopa para dar ao papai e eu e o Alexandre
sentamos no sofá para assistir TV.
- Você não me falou o que você e
papai conversaram. – comentei olhando para ele.
- Papo de homem. – piscou.
- Ah! – protesto dando um tapa no
ombro dele. – Fala logo!
- Não foi nada demais, ele só queria
saber as minhas intenções. – disse de um jeito serio bastante engraçado.
- Hum... e quais são suas intenções?
– pergunto sentando no colo dele e aproximando nossas bocas.
Ele enrola o meu cabelo em uma das
mãos e segura firme.
- No momento é te fazer rebolar em
cima do meu pau. – fala rouco.
Fico mais mole que sorvete fora do
congelador e gemo.
- Então por que não damos uma
voltinha no seu carro.
Ele cheira o meu pescoço, sobe a
boca até a minha orelha e sussurra.
- Porque eu tenho que dar alguns
telefonemas.
Alexandre levanta do sofá e abre um
sorriso descarado.
- Boa noite lindinha.
Fico parada com a boca aberta.
Ele
me dispensou?
Que
porra é essa?!
O
filho da mãe me deixou na vontade de novo!
Ah merda!
******
Nem um banho frio resolveu a minha
situação. Visto a minha camisola e passo um óleo em meu corpo para me ajudar a
relaxar. Minha vagina já deve estar com o prazo de validade vencida por falta
de uso. Se o Alexandre com esse celibato quer me enlouquecer está conseguindo. Deito
na cama com um bico maior do que o de um tucano.
Para
que ele quer um pau se não usa?!
Embrulho-me com o cobertor e fecho os
olhos contando carneirinhos para fazer o sono vir. Ouço umas batidas e me
levanto da cama de supetão, coloco o ouvido na porta, mas o ruído não parece
vim dali. Ouço-as de novo e a minha atenção se volta para a minha janela.
Ai
Jesus! Tem um ladrão especado na minha janela!
É obvio que a minha reação é de
gritar por socorro, mas antes que coloque minhas cordas vocais para funcionar
avalio o “ladrão”. Ele está sem camisa e com a calça do pijama, franzo o cenho
e me aproximo da janela a abrindo.
- O que você está fazendo aqui seu
maluco?! – cochicho irritada.
Alexandre imediatamente coloca as
pernas e depois o corpo inteiro para dentro do meu quarto.
- Se eu batesse na porta acordaria a
casa inteira.
Coloca as mãos na cintura e o
encaro.
- O que você está fazendo aqui?!
Ele passa o olhar pelo meu corpo e
coloca um sorriso no rosto.
- Se eu soubesse que você dormia
assim teria vindo antes. – pisca.
Dou um passo para trás entendo as
intenções dele.
- Nã... não... não, nem pensar! Meus
pais dormem no final do corredor e você pode sair de onde veio! – aponto com o
dedo para a janela.
Ele faz aquela cara de criança
abandonada que sabe que mexe com o meu coração, ou melhor, com a minha vagina.
- Tudo bem se você não quer, mas
pelo menos um beijinho eu deveria ganhar. Escalar janelas na minha idade é
difícil, não sou mais adolescente.
Tento conter um sorriso.
- Ok, mas só um beijo. Depois rua!
Aproximo-me e fico na ponta dos pés.
Ergo a cabeça e dou um selinho rápido nele, me afasto e o Alexandre segura
firme em meu braço e me puxa para si colando a boca na minha. Ele segura a
minha cintura e pressiona o corpo no meu me mostrando toda a sua exigência.
Seu pau comprime a minha barriga
enquanto sua língua explora toda a minha boca, em segundos minhas mãos já estão
cravadas em suas costas. Ele anda até a parede comigo presa a ele. Sua boca
desliza para o meu pescoço e eu gemo baixinho erguendo as pernas para contornar
a cintura dele.
- Vai me deixar ficar? – provoca
amassando os meus seios com as mãos.
- Canalha...
- Vai ou não? – sussurra.
- Vou. – respondo deslizando minha
mão até o volume generoso da sua calça.
Alexandre chupa o meu lábio e eu me
entrego. Minha mão não para um instante sequer de apertar aquele pau que agora
eu sabia que seria meu. As alças da minha camisola são deslizadas para baixo e
meus seios ficam a mostra. Ele os chupa, degustando um de cada vez. Minha mão
puxa seus cabelos enquanto minha boca solta palavras em um idioma que nem
conheço.
Alexandre tira as minhas pernas de
sua cintura e me coloca de pé. Ele escorrega a minha camisola até o chão
descendo junto com ela, agacha e apóia as mãos em minhas pernas.
- Eu vou foder você a noite inteira.
Encosto-me na parede para não cair
no chão depois dessa frase. Ele se ergue e me puxa pela mão até a minha cama,
um pensamento desagradável ronda a minha cabeça e eu preciso resolver isso
antes de ir em frente.
- Alexandre. – o chamo e ele para de
andar.
- Você não vai desistir agora não é?
– ele pergunta tenebroso.
- Não. – dou um sorriso. – Eu só preciso
saber... – suspiro e tento continuar. – Dessa vez não é só sexo, não é?
Encaro aqueles olhinhos azuis e pego
na mão dela.
- Nunca foi só sexo. Eu menti para
você e menti para mim mesmo quando disse que o que tínhamos era apenas sexo.
Ela dá um sorriso iluminado e morde
os lábios. Fernanda me empurra na cama e cai em cima de mim.
- Você é um idiota, mas eu amo você.
Nossos olhos se encontram e meu
coração palpita no peito, ela devora a minha boca em um beijo apaixonado que
correspondo na mesma intensidade.
Fernanda tira a minha calça e em
seguida minha cueca, meu pau duro lateja de desejo e ela não o decepciona, o
pega com ambas as mãos e me fita.
- Eu vou te chupar bem gostoso
agora, Sr. Alexandre.
Eu gemo quando ela coloca a cabeça
do meu pau na boca. Meu membro vai entrando pouco a pouco até que o sinto
completamente dentro da boca dela.
- Porra Fernanda... como senti falta
disso... – arqueio o copo e seguro em seus cabelos a obrigando a me chupar mais
forte.
Ela o lambe e fita os meus olhos,
lamento baixinho sentido aquela boca abocanhar o meu pau. Passo a mão por suas
costas e aperto sua bunda sentindo que estou bem perto.
- Para Fernanda... eu vou gozar...
Puxo-a ante o protesto dela e a faço
sentar na cama. Tiro sua calcinha e lambo os lábios ao ver sua boceta rosada
pronta para minha língua experiente.
- Vou te chupar até fazê-la gozar. –
aviso puxando suas pernas.
Detenho-me primeiramente em seu
clitóris, o lambo degustando o seu sabor maravilhoso, depois passo a beijar sua
boceta circundando seus grandes lábios com a língua.
- Oh Alexandre... Ah... – ela se
contorce agarrando os lençóis.
- Fala pra mim que sua boceta me
pertence. – ordeno prendendo entre os dentes a pele sensível.
- Ahhh.... – Fernanda grita.
- Fala cachorra.
- Ela pertence a você... a minha
boceta pertence a você... – gagueja.
Trabalho mais rápido com a língua
enquanto os gemidos da Fernanda são frequentes, ela prende o meu cabelo com as
mãos e libera o seu gozo. Bebo todo o seu mel até que não reste nenhum
resquício. Arrasto-a para o meio da cama e a coloco de lado, pego o meu pau e
passo na sua abertura.
- Eu vou te foder agora, nada de
gritos. Lembre-se de onde estamos. – sussurro com um sorriso.
Meu pau entra e eu agarro um dos
seios dela, seguro em seu pescoço e a obrigo a me encarar enquanto dou as
estocas, ela morde os lábios para conter os gemidos e aumento a velocidade até
meu pau ser engolido por sua boceta.
- Ah Fernanda... isso é o paraíso...
a porra de um paraíso. – gemo.
Saio de dentro dela e deito na cama
a puxando para que fique em cima de mim.
- Rebola em cima do meu pau. – peço
rouco.
Fernanda senta e eu reviro os olhos
de tesão, ela cavalga e eu seguro em sua cintura. Quando a sinto rebolar a
sensação é que meu pau faz giros de trezentos e sessenta graus dentro dela.
Agarro sua bunda com as mãos enquanto nossas bocas se encontram para um beijo
selvagem.
Aquela
mulher me enlouquecia! Cacete!
Desço minha boca pelo seu pescoço
até chegar ao bico de um de seus seios, o puxo entre os dentes e ela agoniza
acelerando o movimento de vai-e-vem. Sento desesperado a trazendo comigo e ela
passa a pular em cima do meu membro, enterro minha cabeça no vale de seus seios e
ela bamboleia no meu pau mais uma vez.
- Porra! – gruni a jogando na cama e
caindo em cima dela.
Abri suas pernas o máximo que pude e
entrei forte, uma... duas... três... quatro... vezes. Aumentei as estocadas com
toda a força que me restava, dei o meu melhor, me entreguei e explodi dentro
dela no mesmo instante em que ela atingia o seu segundo orgasmo.
Eu
amo essa mulher mais do que tudo...
Estou acabada, o êxtase de mulher
bem comida ainda percorre todo o meu corpo. Ajeitamo-nos na minha cama pequena.
Minha cabeça descansa no peito nu do Alexandre e nossas pernas estão
entrelaçadas embaixo dos lençóis. Ele faz cafuné em meu cabelo e meus olhos
pesam.
- Fernanda.
- Hum... – respondo imóvel.
- Você aceita não é?
- O que? – pergunto quase dormindo.
- Ser a minha namorada.
Abro os olhos, levanto a cabeça e o
encaro.
- Que história é essa Alexandre?! –
ele me fita sem nada entender e eu continuo. – Não esperei uma eternidade para
você me fazer um pedido sem sal desses?!
Ele ri.
- Vamos, faça um pedido decente! –
exijo tentando não rir também.
Ele passa a mão pelo cabelo e me olha
de um modo terno. Mordo meus dedos em antecipação.
- Você enfeitiçou o meu corpo e a
minha alma. Eu não sou bom nesse lance
de romantismo, acho que perdi a prática. – ele sorri e faço o mesmo. – Então
presta bem atenção no que irei te dizer. – eu aquiesço e ele respira
pausadamente. – Eu amo você Lindinha.
Puta
que pariu!
- A... ama? – pergunto incrédula.
- Mais que tudo.
Ai
minha nossa... Minha Nossa Senhora!
Lágrimas descem pelos meus olhos sem
que eu consiga conter, o cara que eu amo me ama também. E ele disse que me ama
mais que tudo.
O
que de mais perfeito pode acontecer a uma mulher?
- Eu sei que você merece alguém
melhor. Que me chamem de egoísta se quiserem, mas não consigo te deixar ir.
- Eu não quero ir. Meu lugar é aqui.
Ele dá um sorriso lindo e se
possível me apaixono mais.
- Quer namorar comigo? – sussurra
dando um beijo no meu nariz.
A felicidade que sinto é tão grande
que me acho capaz de fazer o mundo inteiro feliz. Não vou dizer que não estava
preparada para isso, há muito o meu coração vem se preparando para receber o
amor dele. Porque quando você ama alguém isso volta a você.
- Quero... quero muito... – respondo
com a voz embargada agarrando o seu pescoço. – Eu te amo seu babaca.
- Eu também te amo meu amor.
Deus
é bom...
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Você me ensinou o que é o amor
Por Melody Olivatti
Eu era um homem quebrado. Não acreditava no
amor, mas você me mostrou que o amor existe, e isso espantou o inferno de mim.
Sua ousadia me fascina e me excita. Eu tentei te afastar, mas senti um vazio no
meu peito, que só sua presença preenchia. Não posso dormir direito, se seu
corpo não estiver colado ao meu. Não consigo manter minhas mãos longe da sua
pele. Quero acariciá-la e venerá-la como você merece. Quero beijar sua boca com
volúpia, bebendo seus gemidos enlouquecidos, enquanto nos afundo no paraíso do
prazer, nos conduzindo ao êxtase da paixão.
4 comentários:
Lindo.......
Ownnt Grazi *---*
Foi muito lindo mesmo...
♡♡♡ lindo lindo chorei com a Nanda. .
Regina ainda estou flutuando com esse final de capítulo... O Alexandre é tão... intenso!
Foi muito lindo mesmo! S2
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