segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Série Rendida - Novais J.


Antes da tempestade vem a calmaria...

Cheiro profundamente os cabelos dela, estamos deitados de conchinha em sua cama. Devem ser uma três horas da manha e sua respiração não está constante, um sinal claro de que ainda não dormiu.
- O que está te incomodando Fernanda? – pergunto e não ouço resposta. – Sei que você não está dormindo...
Ela se remexe na cama e então se vira pra mim.
- Se eu falar você vai ficar nervoso. – diz baixinho.
- Eu não vou. Prometo. – beijo meus dedos cruzados.
Ela me dá um sorriso triste.
- É que... é que... toda vez que eu fecho os olhos a imagem da Rebeca te beijando vem na minha cabeça.
Dou-lhe um olhar cansado e passo a mão pelos cabelos um pouco irritado.
- Viu? Eu falei ia ficar nervoso. – diz desviando os olhos dos meus.
- Eu não estou nervoso. – ela cerra os olhos para mim. – Ok só um pouquinho. O fato é que eu já lhe disse tudo o que aconteceu e você afirmou que havia acreditado em mim.
- Eu acreditei. – assegura com sinceridade. – É essa imagem que não sai da minha cabeça.
Eu suspiro introduzindo uma mão em seus cabelos macios.
- Você me acha uma boba não é? – pergunta vacilante.
- Acho. – dou um sorriso. – Mas está é uma das coisas que mais amo em você.
Consigo arrancar um sorriso dela.
- Agora vem cá. – a puxo fazendo com que deite a cabeça em meu peito. – Está tarde. Hora de dormir.
- Estou sem sono. – teimou emburrada.
- Vamos resolver isso. Feche os olhos, respire devagar e tente não pensar em nada além de nós dois. – sussurro.
Descanso uma mão em suas costas e com a outra trabalho movimentos circulares por seu couro cabeludo.
- Você faz o melhor cafuné do mundo.
- Eu sei, mas se concentre porque agora vem a melhor parte. – fiz suspense. – Eu vou cantar pra você dormir.
- É sério isso? – ela levanta a cabeça para me fitar com o cenho franzido.
Ajeito-a de novo para que deite em meu peito na mesma posição que estava anteriormente.
- Sim é sério. Agora feche os olhos. – digo com um traço de humor na voz.
Ela fica quieta apenas me esperando começar. Fecho os olhos também e começo a cantar baixinho para ela a nossa música.
- Give me love like her
'Cause lately I've been waking up alone
Pain splattered teardrops on my shirt
Told you I'd let them go

And I'll fight my corner
Maybe tonight I'll call ya
After my blood turns into alcohol
No I just wanna hold ya


- Eu não acredito que perdi a briga mais esperada do milênio! – Marta fala desolada bebericando o seu café no refeitório.
Andamos até uma mesa vaga e sentamos.
- Marta eu não me orgulho de ter metido a mão na cara dela. Foi como se eu estivesse metendo as mãos em um monte de merda. – confidenciei.
Marta gargalhou.
- Pode até ser, mas ela mereceu.
- Você falando assim, acabei me lembrando do estado em que ela ficou. – ri alto colocando a mão na barriga.
Marta ri também.
- Você acredita que ela chegou à empresa com uns óculos escuros enormes para esconder os machucados?
- Ela teve a cara de pau de vim hoje? – perguntei parando de rir.
- Sim, com o mesmo nariz em pé de sempre. Você sabe que está todo mundo comentando não é? – perguntou cautelosa.
- Imagino... A briga foi na casa de um dos diretores. – digo envergonhada.
- Você e o Alexandre viraram as celebridades instantâneas da empresa. – Marta diz com impacto.
- Meu relacionamento amoroso virou novela das nove.
- Será que ela vai infernizar para sempre vocês dois?
- Ontem depois da briga o Alexandre me disse no carro que estava mexendo os pauzinhos para tirá-la da empresa. Ele só me pediu um pouco de paciência.
- Tenho certeza que ele dará um jeito. – ela sorri confiante.
Bebo um pouco do meu café e me distraio olhando para um ponto fixo. A história da inscrição estava rondando a minha cabeça desde hoje pela manhã. Ainda não havia falado com o Alexandre.
- Você ficou séria de repente. – Marta comenta me encarando.
- Lembra da inscrição para formar a equipe que irá para a Itália?
- Sim.
- Eu me escrevi. – digo esperando sua reação.
- Oh... E o que o Alexandre achou?
- Bem é complicado... – começo sem graça. – Ele ainda nem sabe.
- Puta que pariu! Você não contou Fernanda?!
- Foi tudo rápido Marta, foi logo quando cheguei de Ribeirão Bonito. Dr. Tomas me chamou dizendo que era o último dia, não consegui falar com o Alexandre antes, lembra que te liguei e você disse que ele estava em reunião? – ela assentiu e então continuei. – Não daria tempo de esperá-lo terminar e eu me escrevi.
- Mas porque você não contou depois? – pergunta confusa.
- Eu ia contar a noite, mas ele me chamou para morar com ele.
Marta abre um sorriso enorme.
- E você aceitou?
- Ele me deu uns dias para pensar, quer dizer para me mudar. – me corrijo ao me lembrar da fala dele. – Ele diz que me traz a força se eu não for por vontade própria.
- Nanda eu não estou entendendo uma coisa. Você vai para a Itália ou vai morar com ele?
- É uma oportunidade maravilhosa, mas eu amo o Alexandre, estamos em um momento tão bom. Não quero perder isso...
Marta fica séria.
- Já passou pela sua cabeça que ele pode acabar descobrindo sobre essa inscrição por outra boca que não seja a sua?
- Eu sei e é por isso que irei contar hoje à noite sem falta. Ontem com o jantar e a confusão simplesmente não deu. – respondo determinada.
- Fernanda eu acho que você vacilou... Esse é o tipo de coisa que não se esconde.
- Eu sei Marta. – falo um pouco desesperada. – Eu não escondi! Eu ia contar no mesmo dia, mas ele me faz um pedido daqueles. – coloco a mão na cabeça. – Eu fiquei atordoada...
Ela me olha com compaixão.
- Eu acredito em você. Tenho certeza que ele irá entender também. – me dirige um sorriso doce. – Mas você tem que contar logo.
Assenti.
- Eu vou contar a noite.
- Mudando de assunto, tem como você sair mais cedo hoje?
- Para que?
- Vou fazer umas compras para o meu bebe e queria a opinião da madrinha dele. – diz sorridente.
- Acho que posso adiantar o meu trabalho e sair mais cedo. – afirmo pegando na mão dela em cima da mesa.
- Obrigada. – agradece olhando ao redor. – O dia hoje está calmo não é?
- Está. E espero que continue assim. Ando precisando de paz.


Abria a minha caixa de e-mail todos os dias na esperança de que o detetive me mandasse alguma novidade, eu estava ansioso e depois do que aconteceu ontem a situação já havia chegado ao limite máximo. Eu não era burro, sabia que a Fernanda era insegura em relação à Rebeca. Não poderia dar espaço para que a Rebeca aprontasse uma das suas, Fernanda era a minha vida agora.
Meu computador soa um pequeno bip e eu praticamente dou um pulo da cadeira. Há um e-mail do detetive, que abro instantaneamente.

Caro Alexandre McConaughey,
Desculpe a demora em mandar notícias, mas sempre gosto de dar informações significativas aos meus clientes.
Nos últimos dez anos sua ex-esposa teve uma vida bastante movimentada em Auckland na Nova Zelândia. Envolveu-se em três relacionamentos com homens ricos de meia idade, o mais interessante é que não encontrei nenhum deles para conversar sobre o assunto porque todos estão mortos infelizmente.
Consegui marcar um encontro com a filha de um dos homens com quem a Rebeca se envolveu para uma conversa. Ela disse que tem coisas interessantes para me contar.
No momento isso é tudo o que consegui descobrir, creio que o meu trabalho aqui não demorará, tenho algumas linhas de raciocínio para seguir, sua ex-esposa deixou alguns fios soltos.
Até breve.

Não sabia exatamente o que pensar depois do e-mail, mas uma pergunta começava a martelar em minha cabeça.
Seria coincidência esses homens estarem todos mortos?
Não... a Rebeca é uma víbora, mas matar? Ela não seria capaz.
Ou será que seria?
Algo dentro de mim queria acreditar que ela não seria louca a esse ponto, não é pela Rebeca, mas por mim, porque pela segunda vez na vida eu teria que me perguntar:
Com que tipo de mulher eu me casei?



Consegui adiantar o meu trabalho e informei ao Dr. Tomas que sairia uma hora mais cedo. Peguei o elevador e subi até o andar do Alexandre para pegar a Marta.
- Pronta?
- Sim.
- Ele está sozinho? – pergunto apontando para a sala do Alexandre.
- Humrum. – ela sorri maldosa.
- Então eu vou... ah... falar com ele... explicar... sobre nossa...
- Tudo bem Nanda. Eu vou te esperar no saguão. – ela corta divertida.
- Não precisa. Não vou demorar.
- Eu acho que você vai sim. – provoca.


Ouço uma batida na porta e em seguida Fernanda entra na minha sala.
- Oi.
- Oi. – respondo bobo.
- Estou saindo mais cedo, Marta me chamou para acompanhá-la em algumas compras para o nosso afilhado ou afilhada.
- Afilhado... – digo aquela palavra ainda desconfortável. – Ainda não acredito que aceitei.
Fernanda sorri.
- Agora você terá que aprender a trocar fralda, colocar para dormir e outras coisas mais.
Levanto-me da cadeira e fico na sua frente.
- Eu acho que vou deixar para você essas coisas difíceis. Vou ser aquele tipo de padrinho shopping.
- Padrinho Shopping? – pergunta com um traço de humor na voz.
- É aqueles que dão presentes até em dia do índio. – pisco.
Ela se finge de indignada.
- Nem pensar, acha que ficarei com todo o trabalho duro?
Olho-a febril me aproximando. Inclino sobre ela e começo a passar a mão sobre a mesa derrubando tudo no chão.
- Por falar em duro... eu me lembrei de uma coisa.
- Alexandre nem pensar! Estamos na empresa, na sua sala. – censura.
- E daí? Até parece que nunca fizemos aqui... – digo me lembrando da nossa primeira vez. – Além do mais eu sou dono da empresa.
Meus lábios encontram os dela enquanto a sento na mesa, suas pernas se abrem para que eu fique entre elas.
- Nós não podemos. – diz de encontro a minha boca.
- Sim podemos. – minhas mãos percorrem as cochas dela até a barra de sua saia puxando-a para cima. – Cacete você está usando cinta-liga!
Ela sorri sensual e meu pau endurece dentro da calça.
- Você está sexy Lindinha, mas eu vou ter que te livrar disso. Tenho que foder você. Agora.
Solto da meia a alça da cinta-liga e tiro sua calcinha.  Abro a braguilha da minha calça, puxo as pernas dela com força a empurrando sobre a mesa e penetrando fundo dentro dela.
Gememos juntos.
Porra como ela estava molhada!
Estar dentro da Fernanda era melhor do que qualquer coisa no mundo. Meus quadris começam a bater cada vez mais rápido contra as coxas dela colocando-me cada vez mais fundo. Como ela era incrível...
- Ah Alexandre... mais rápido...
Meus movimentos se intensificam e Fernanda explode em um orgasmo intenso que molha o meu pau completamente. Minhas pernas estão bambas, dou mais algumas estocadas e me derramo dentro dela. 
- O que você faz comigo Fernanda? – são minhas ultimas palavras antes de desabar sobre ela.


Fazer compras com a Marta era garantia de diversão. Acabamos levando praticamente a loja inteira, eu me empolguei e comprei muitos presentes para o meu afilhado ou afilhada. Não saber o sexo do bebe estava me deixando maluca.
- Obrigada pela carona. – agradeço quando ela para o carro na porta do meu prédio.
- Obrigada por ter ido comigo e pelos presentes. – agradece.
- Até amanhã. – me despeço dando um beijo em seu rosto e saindo do carro.
- Nanda. – ela me chama. – A inscrição. Não se esqueça de falar com ele.
Dou um sorriso e a encaro.
- Eu não vou para a Itália Marta. Eu vou morar com o Alexandre.
- É isso o que você realmente quer? – pergunta erguendo uma sobrancelha.
- É isso o que irá me fazer realmente feliz.

******

Coloco a chave do meu apartamento na fechadura quando ouço alguém me chamar. Viro-me para dar de cara com o meu novo vizinho de prédio.
- Oi Murilo.
- Você chegou cedo hoje. – comenta.
Franzo o cenho.
- Não sabia que você prestava atenção nos meus horários.
- Calma não ando te vigiando não. – se defende sorrindo abertamente. – É só que você sempre chega mais tarde.
- Eu não quis soar grossa. – me desculpo um tanto sem graça. – Mas o que você faz aqui neste andar?
O sorriso dele aumenta.
- Queria te entregar isso.
Ele estende um pequeno vaso com flores de tonalidade rosa. Pego o vaso sem conseguir identificar a espécie.
- São azaléias. – ele diz. Acho que a minha confusão foi visível. – Eram as flores preferidas da minha mãe, estava passando hoje a tarde na porta de uma floricultura e resolvi comprar uma muda, então eu pensei:  por que não comprar outra para a minha vizinha preferida? – sorri.
- Ah... obrigada Murilo. Foi um gesto muito gentil. – digo admirando as flores.
- Já ouviu a história por trás das azaléias? – chama minha atenção.
Faço um movimento de negação com a cabeça e ele continua.
- Segundo uma lenda chinesa havia um imperador destemido que alcançava vitórias fantásticas em guerras. Apesar disso, ele não era feliz.  Isto porque ele não tinha o amor de uma mulher que só conseguia vislumbrar nos seus sonhos. Certo dia, quando estava regressando de mais uma batalha, um vendedor lhe ofereceu uma bela planta com flores maravilhosas. Deslumbrado pela beleza das flores, o Imperador não demorou a plantá-las no seu jardim. Pouco tempo depois disso, o Imperador finalmente encontrou a mulher que via nos seus sonhos. Lembrando da indicação do vendedor, o imperador e a sua amada bebiam todos os dias um chá feito com as pétalas dessa flor. E a cada dia eles ficavam mais apaixonados.
- Que lindo.
Ele me encara e fico paralisada.
- Também acho.
O clima fica estranho e ele dá um passo em minha direção invadindo o meu espaço pessoal. Murilo tira uma flor da planta e em seguida a coloca em meu cabelo. O toque dele resulta em um calafrio por todo o meu corpo.
Limpo a garganta e dou um passo para trás esbarrando na porta do meu apartamento.
- Ah... eu tenho que entrar. Meu... ah... namorado deve estar chegando. – sim eu tenho um namorado e você precisa saber disso. Um namorado ciumento que seria capaz de quebrar esse vaso na sua cabeça.
Ele coloca as mãos nos bolsos da calça e sorri de lado.
- Até mais Fernanda.
- Até.
Ele caminha até o elevador e eu solto a respiração que nem sabia que havia prendido.
Puta merda!
Isso foi estranho...

6 comentários:

vi_meu_mundo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vi_meu_mundo disse...

Meu Deus do Céu... Como tem homens deliciosos nesta série...
Mas a Fernanda tem que ficar alerta se não a cobra disfarçado de gato dá o bote.... E que gato *-*

vi_meu_mundo disse...

E falando de gato e o Jon dos lançados pelo amor??

Josi Novais disse...

O Murilo é gostoso mesmo *.* hahahaha
Olha sobre Laçados eu deixei um comunicado no blog! Tentarei postar um capítulo semana que vem...

Unknown disse...

Fernanda Fernanda não dá mole para o Murilo fica esperta, , mesmo que ele seja um gato prefiro o Alexandre ★★♡♡♡

Josi Novais disse...

Verdade Regina, ela tem que ficar esperta!

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