A Regra de Cinco da Fernanda (Parte I)
Dez
minutos.
Há
exatamente dez minutos Marta não abria a boca. Sabia disso porque olhava
impacientemente para o meu relógio de pulso na esperança de que ela falasse
algo, Marta ouviu tudo o que eu disse atentamente e depois simplesmente se
calou olhando para frente com as mãos apoiadas no volante. Aquilo não era bom
sinal, a qualquer momento ela perguntaria se eu estava ficando maluca.
-
Marta fala alguma coisa! Que droga! – me impaciento batendo a mão na perna, ela
se assusta.
-
Falar o que?
Franzo
o cenho.
-
Você não disse que se fosse muita loucura me falaria para desistir?
Marta
apóia a cabeça no encosto do banco.
-
Mas eu não achei muita loucura, só achei... diferente.
-
Diferente como?
-
Não muito convencional, só isso. – ela me encara.
Começo
a roer as unhas.
-
E então, acha que devo seguir em frente?
Ela
pondera.
-
Depende. Você tem certeza? Porque isso não é brincadeira.
Eu
dou um sorriso tímido.
-
Eu sei que ele é o cara Marta.
Ela
sorri de volta.
-
E essa tal Regra de Cinco?
Ajeito-me
no banco do carro procurando ficar de frente para ela.
-
Na verdade a Regra é dele, eu só estou pegando emprestada.
Marta
ri.
-
Vocês dois são uma comédia. Tão complicados quanto a Matemática. – ela fica
séria. – Nanda você sabe que o resultado disso pode não sair como você espera
não é?
Engulo
em seco.
Sim,
eu sabia. Mas me recusava a pensar nisso, caso contrario não teria coragem.
- Eu prefiro ser otimista e pensar que tudo
dará certo. – respondo. – Poxa Marta! Acho que já basta de coisas dando erradas
nesta história.
Ela
pega em minha mão em um aperto firme.
-
Com toda certeza já basta. Só estou um pouco surpresa com você. É muita
coragem. Acho que não conheço nenhuma mulher que teria peito pra isso, quer
dizer, não conhecia. – ela fala me estudando. – A questão não é o que você vai fazer, mas para quem você vai fazer. Convenhamos
que o Sr. Alexandre é o homem mais complicado do mundo quando se trata dessas
coisas.
Marta
tinha razão. Ele ia surtar.
Fernanda
para com isso! Pensamento positivo.
Ele não vai surtar.
Ele não vai surtar. Ele não vai surtar.
-
Eu já estou com os dois pés atolados na história de vocês. – Marta chama minha
atenção. – Não vai fazer diferença atolar o corpo inteiro. Eu vou te ajudar no
que for preciso.
O
apoio dela era o pontapé que faltava para me encorajar. Dou um sorriso a
abraçando bem forte.
Isso tem que dar
certo!
Quando
chegamos à empresa Dr. Tomas foi para sua sala e Alicia me acompanhou até a
minha. Acomodo-me a minha mesa e ela se senta na cadeira a minha frente.
Ligo
o computador e enquanto ele se inicia a encaro.
-
Você queria conversar sobre alguma coisa? – pergunto.
Ela
dá de ombros.
-
Não, mas me diz você. Aconteceram muitas coisas nas ultimas vinte e quatro
horas. Não quer desabafar?
Dou
um suspiro me acomodando melhor na cadeia.
-
Sei que prometi te contar tudo quando as coisas se resolvessem, mas
sinceramente não estou com saco para voltar a esse assunto.
-
Tudo bem, até porque a imprensa já tratou de expor a sua vida para todo o
mundo. – ela sorri sem graça. – Só perguntei porque achei que talvez você
precisasse conversar...
-
Obrigado Alicia, mas eu estou bem. Eu não gosto muito de falar sobre o que
passou.
Ela
assente entendendo.
-
É impressão minha ou a Fernanda estava de cara fechada quando saímos do
cemitério? – inquire mudando de assunto.
Reprimo
o sorriso que teima em surgir na minha boca e desvio os olhos para a tela do
computador.
-
É impressão sua.
-
Acho que ela não gostou muito quando me ofereci para ir com você ao Rio não é?
– insiste e dessa vez não contenho o sorriso. – Mas foi como amiga, juro que
desta vez eu não estava com más intenções. É que acho triste você passar por
isso sozinho. Apesar de tudo ele era o seu irmão.
Ergo
a cabeça para encará-la.
-
Eu realmente preciso ir sozinho Alicia. – defendo o meu ponto de vista. – Vai
me fazer bem ficar um pouco longe e eu preciso colocar uma pedra em cima deste
assunto. Pela primeira vez sinto uma necessidade quase urgente de superar.
-
Eu fico feliz. – ela sorri se levantando. – Bom eu tenho que ir, não quero
tomar mais do seu tempo.
-
Você é sempre bem-vinda Alicia. – levanto-me e a acompanho até a porta.
-
Eu não devo te ver até você voltar do Rio. Então boa viagem. – diz me
abraçando. Eu retribuo de bom grado agradecendo aos céus por ela não ter
apertado a minha bunda desta vez.
-
Se cuida Alicia. – me despeço.
-
Você também.
******
Como
eu já previa o corpo do Murilo foi liberado no meio da tarde, assim que saísse da
empresa passaria em casa só para tomar um banho e pegar a minha mala que já
estava pronta.
Eu
odiava ter que voltar ao Rio de Janeiro, evitava ao máximo. Desde a minha
vasectomia não colocava os meus pés lá, mas desta vez não teria jeito.
Procuro
na agenda do meu celular o número do Lucas e disco, tenho que avisar da minha
chegada, eu ficaria na mesma cidade que ele durante todo o final de semana,
seria idiotice não contatá-lo e além do mais ele era o meu amigo.
- Alexandre... que
surpresa! Muito bom ouvir sua voz. – ele saúda assim
que atende.
-
Lucas não é para tanto, nos falamos com frequência. – retruco mordaz.
-
Nos falávamos com frequência. Faz alguns
meses que não conversamos e sempre era eu que ligava, porque se dependesse de
você... – ele joga na minha cara me deixando sem jeito.
Reconheço
que o maior culpado pela nossa distância era eu mesmo. Lucas sempre corria
atrás para que não ficássemos sem saber notícias um do outro.
-
Eu sei que deveria ligar às vezes... – admito um tanto desconfortável. – Bom eu
estarei no Rio durante o fim de semana, acho que você deve estar por dentro do
que aconteceu...
- É eu soube pela
imprensa, ia até te ligar mais tarde para saber de você. Eu sinto muito por
toda essa situação. – lamenta.
-
Obrigado. O enterro do Murilo será aí, este é o motivo da minha volta.
- Imaginei que
seria... em todo o caso será muito bom te ver, acho que não nos vemos desde...
-
O procedimento da vasectomia. – completo. – Há quatro anos.
- Exato. –
ele confirma. – Onde pretende ficar?
-
Em algum hotel. – respondo trocando o
celular de ouvido. – Serão poucos dias...
- Você está me
zoando?!
-
Não estou entendendo.
- Que história é
essa de hotel? Você vai ficar na minha casa e nem cogite dizer não!
– determina naquele tom de médico aborrecido.
Levanto-me
da cadeira e vou até a janela da minha sala.
-
Lucas eu não quero incomodar a Clarisse e as crianças.
Clarisse
era a esposa do Lucas, com quem ele tinha quatro filhos: três meninos e uma
menina.
- Não vai incomodar
em nada, a Clarisse vai gostar de te ter aqui. Faz muito tempo que ela não te
vê.
-
Tudo bem então. – concordo, afinal a ideia de ficar em um quarto de hotel
sozinho não era nada atraente.
Lucas
pergunta o horário do meu voo e diz que me buscará no aeroporto, conversamos
mais um pouco sobre os últimos acontecimentos e depois eu desligo.
A
Nanda ama o Sr. Alexandre.
O
Sr. Alexandre ama a Nanda.
É
só eu que acho que estes dois tem algum problema por ainda não estarem juntos?
Quando
a Nanda me disse que tinha uma ideia para trazer o Sr. Alexandre de volta eu
imaginei que seria algo bem louco, mas ela conseguiu me surpreender. Fernanda
está apostando alto e eu torço com toda a força do meu coração que eles tenham
um final feliz.
Hoje
o dia na empresa estava sendo bem corrido, o telefone não parava de tocar um só
minuto. Eram repórteres e jornalistas querendo falar com o Sr Alexandre,
investidores questionando sobre toda essa confusão que acabou respingando na
empresa e ate o Sr. Buttelli, aquele italiano que fez parceria com a empresa,
ligou avisando que semana que vem viria ao Brasil rever a negociação.
Assim
que o Sr. Buttelli desligou, fui até a sala do Sr. Alexandre, dei uma pequena
batida na porta e entrei. Ele estava sentado a sua mesa olhando para o nada, quando
me viu sorriu.
-
Pensei que iria demorar a chegar, imaginei que passaria em casa para trocar de
roupa. – ele fala me analisando.
Cruzo
as mãos antes de responder.
-
Nanda e eu achamos melhor vim direto.
Ele
assente começando a mexer no computador.
-
Sr. Buttelli ligou há pouco. – assim que digo aquilo ele ergue a cabeça para
mim preocupado.
-
Por que você não me passou a ligação? – levanta uma sobrancelha.
-
Ele disse que não havia necessidade, só mandou avisar que viria ao Brasil na
semana que vem rever a negociação por conta do escândalo.
O
Sr. Alexandre bateu a mão na mesa fazendo tremer tudo o que estava em cima
dela.
-
Merda!
-
A papelada já foi assinada, alguns dos nossos funcionários que fizeram a
inscrição e passaram estão embarcando semana que vem para a Itália para começar
os trabalhos na nova filial, seria insensato da parte dele desfazer tudo a essa
altura do campeonato. – tento tranquilizá-lo.
-
Eu não teria tanta certeza Marta, Buttelli não gosta de ver o seu nome
envolvido em escândalos e se ele já está sabendo de tudo é porque as notícias
já chegaram as manchetes da Itália. – ele passa a mão pelos cabelos derrotado.
– Trabalhamos tão duro para conseguir essa parceria...
Sento
na cadeira a sua frente e coloco no rosto um sorriso confiante.
-
Quando ele chegar aqui mostraremos porque somos a multinacional mais rentável
do país.
Ele
sorri de volta.
-
Você tem razão. Não deixarei este escândalo prejudicar os meus negócios. Avise
a nossa equipe para ir se organizando, viajarei hoje, mas na segunda bem cedo
estarei de volta para ajudar no que for preciso. Fale com o Dr. Tomas também,
como Diretor Comercial, ele saberá o que fazer. Buttelli disse quando chega?
-
Quarta-feira. Mas ele ficou de ligar para confirmar.
-
Ótimo.
O
Sr. Alexandre volta a mexer no computador e eu o observo em silencio imaginando
a sua reação ao que a Nanda iria preparar, dou um sorrisinho que chama a
atenção dele.
-
Qual é o problema Marta? – pergunta curioso. – Qual é a piadinha oculta?
Faço
cara de surpresa.
-
Nada. Só estava refletindo sobre a vida.
Ele
franze o cenho.
-
Me pareceu que você estava rindo de mim.
Coloco
a mão no peito ofendida.
-
Eu? Imagina... Por que eu riria?
-
Não sei, mas você está estranha.
Levanto
da cadeira pronta para bater em retirada. Não queria que ele desconfiasse de
absolutamente nada.
-
As grávidas são estranhas. – respondo passando a mão na barriga. – Os hormônios
ficam a mil.
Pisco
para ele e saio.
Ao
final do expediente, Marta me esperava no saguão. Corro o mais rápido que posso
até ela, queria muito me despedir do Alexandre antes dele embarcar.
-
Ei calma garota. – ela ri assim que chego colocando os bofes para fora.
Tento
respirar antes de dizer algo.
-
O Alexandre... – ofego. – Ele já desceu?
O
sorriso dela morre e ela olha no relógio.
-
Poxa Nanda o Sr. Alexandre saiu a mais de uma hora, eu pensei que ele passaria
no andar do Dr. Tomas para se despedir de ti.
Pisco
os olhos não acreditando.
-
Ele já foi?
-
Já. – Marta dá um sorriso amarelo.
-
Que horas o voo dele saía?
-
Eu não sei... ele não me disse.
-
Ele nem me deu um tchau. – deixo meus ombros caírem em tristeza.
-
Nanda deve ter ocorrido algum imprevisto. – ela tenta remediar.
-
Ele poderia ter me ligado. – rebato. – Aposto que dá Alicia ele se despediu.
-
Talvez ele ainda esteja em casa, você não quer passar lá? – Marta opina.
Eu
queria, mas não iria. Sim, eu estou chateada. Poxa custava ele ter subido para
me dar um tchau? Ou me ligado?
Talvez
em sua cabeça ele achasse que não precisava, pois já tinha me comunicado no
cemitério que viajaria. Ou então, como terminamos não tinha porque ele me dar
satisfação.
Abaixo
a cabeça brincando com as minhas mãos.
-
Não Marta deixa... vamos para a sua casa, eu tenho que pegar as minhas coisas e
voltar para o meu apartamento.
Ela
passa a mão no meu rosto o erguendo para que eu a encare.
-
Nanda ele não é de fazer isso, você é importante para ele. Aposto que foi algum
imprevisto, quem sabe ele não te liga do Rio?
Eu
me esforço para melhorar a minha cara de taxo e dou um sorriso sem sal.
-
É, quem sabe...
******
Passamos
na casa da Marta para arrumar as minhas coisas, não demoramos muito, era
somente uma mala. Despedi-me do Sergio e agradeci pela hospitalidade, depois
Marta me deu uma carona até o meu prédio. Fizemos o percurso em silêncio, ela
sabia que eu estava chateada com o Alexandre e não quis iniciar uma conversa.
-
Está entregue. – disse assim que estacionou o carro.
Eu
sorri amistosa.
-
Obrigada Marta, não só pela carona, mas por tudo o que você fez por mim. Eu
acho que nunca agradecerei o suficiente.
-
Fiz de coração e faria tudo de novo se fosse preciso. – ela afirma apertando
minha mão. – Animada para amanhã?
Marta
se referia aos preparativos do que eu estava organizando para o Alexandre.
-
Sim.
Ela
sorri erguendo uma sobrancelha.
-
Esse sim não me pareceu nada animado.
– insinua.
Abaixo
a cabeça.
-
Nanda não fica triste, ele vai te ligar você vai ver.
-
Ai Marta é que eu vou fazer uma baita de uma surpresa na segunda e ele viajou
hoje sem nem ao menos se despedir de mim, isso foi um balde de água fria. –
cruzo os braços.
-
Vai desistir? – inquiri.
Solto
uma respiração profunda.
-
Não. – a encaro determinada. – Eu vou até o fim.
Dou
um beijo no rosto dela e abro a porta do carro pegando a minha mala. Marta
acena antes de ligar o carro e sair. Encaminho-me para a entrada do prédio
quando um miado chama a minha atenção. Eu me viro para trás e vejo um gatinho
amarelo com cara de pidão e olhos cinza, ele é ainda filhote e parece estar com
fome. Dou um sorriso e ele mia de novo se aproximando de mim, eu me agacho e
faço um cafuné na cabeça dele.
-
Parece que você gosta de carinho não é? – ele fecha os olhinhos e mia.
Ergo-me
e volto a andar para dentro do prédio quando ele corre até mim se enroscando em
minhas pernas, fico imóvel para não machucá-lo com os meus saltos altos. O fito
e ele ergue a patinha, eu me derreto com o gesto e acabo me agachando de novo,
só que desta vez para pegá-lo.
Ele
é tão pequenino e tão fofinho.
-
Dona Fernanda! Você voltou! – Matias, o porteiro do meu prédio, me assusta com
sua euforia.
-
Pois é. – dou de ombros sorrindo. – Voltei.
-
Eu acompanhei pelos noticiários tudo o que aconteceu... – me olha sem graça.
-
Pois é Matias, infelizmente as coisas não terminaram bem.
-
A senhora sabe dizer quando será o enterro do Seu Murilo? – ele percebe que o
olho de forma interrogativa e completa. – É que eu gostaria de ir.
-
Matias será no Rio de Janeiro, o Alexandre decidiu assim.
Ele
assente e só agora olha para o gatinho que eu tenho na mão.
-
Quem é esse? – pergunta fazendo um cafuné na cabeça do bichano.
-
Eu não sei... encontrei aqui na rua.
-
Ainda é filhote, deve estar com fome.
Encaro
o gatinho e dou um sorriso.
-
É parece estar faminto.
-
Vai ficar com ele?
Fitei
Matias sem saber o que responder. O gatinho miou e eu desviei os olhos para
ele, aquele danadinho já tinha me fisgado.
-
Vou. – abro um sorriso largo.
Eu
e aquele gato estávamos ligados pela solidão, então porque não fazer companhia
um ao outro?
-
A Dona Lucrecia vai pirar quando souber que tem um gato no prédio. – Matias faz
uma careta.
A
Dona Lucrecia era uma bruxa disfarçada de sindica. Pense em uma mulher
insuportável. Pois bem, agora multiplica por 1000.
-
Ai Matias você vai contar? – minha voz sai chorosa propositalmente. – Olha pro
bichinho, você quer que eu o deixe sozinho na rua?
O
gatinho além de fofo era artista, assim que termino de falar ele fita o Matias
e mia fazendo cara de abandonado. Matias abre os lábios e em seguida fica em
silêncio, coça a cabeça e volta a me encarar.
-
Tudo bem, mas se a Dona Lucrecia me perguntar eu vou dizer que não sabia. –
avisa.
Dou
um pulo e enlaço Matias pelo pescoço lhe depositando um beijo no rosto, ele
fica muito sem graça.
-
Obrigada Matias.
******
Entrar
em casa depois de um tempo fora foi reconfortante, agachei-me para colocar o
gatinho no chão que saiu correndo para conhecer o novo ambiente, amanhã iria
levá-lo a um veterinário para ver se estava tudo bem.
Coloquei
a mala em meu quarto e depois fui para a cozinha ver o que eu poderia dar ao
bichano. Esquentei o leite que tirei da geladeira e coloquei em uma vasilha, em
poucos minutos ele apareceu na cozinha e começou a se deliciar. Deixei-o lá e voltei
para o quarto, tomei um banho, lavei os cabelos e vesti uma regata branca
nadador e um shorts curto listrado de algodão. Secava os meus cabelos com um
secador quando ouvir o som da campainha tocar.
Encaminhei-me
até a sala para atender a porta com o cenho franzido. Por que Matias não
interfonou avisando que deixou alguém subir?
Abri
a porta e ergui as sobrancelhas surpresa. Alexandre estava ali, bem na minha
frente com um sorriso naquele rosto perfeito. Dei uma geral nele com os olhos, vestia
uma calça escura, um moletom de botão em corte V que mostrava a camisa branca
usada por baixo e calçava sapatênis de cano longo.
-
Eu liguei para o seu celular, mas só dava caixa. Então liguei para a Marta e
ela me disse que você estava em casa. Eu vim...
Não
o deixei terminar de falar, pulei em cima dele enlaçando sua cintura com as
minhas pernas e afundando meu rosto na curva do seu pescoço.
-
Eu achei que você tivesse ido sem se despedir. – lamentei baixinho.
Ele
segurou o meu rosto obrigando-me a encará-lo.
-
E perder o meu abraço da sorte? – perguntou de bom humor. – Jamais.
Eu
sorri juntando as nossas testas, sua mão desceu para a minha cintura em um
aperto forte e ele entrou para dentro do meu apartamento comigo ainda grudada a
ele. Alexandre fechou a porta com o pé e me pressionou contra ela. Olhamo-nos
com uma explosão de amor incalculável, sua mão tocou meu rosto e meus olhos se
fecharam instantaneamente. Minha pele queimou sob o seu toque e eu suspirei
buscando o ar.
-
Você é tão cheirosa... – sussurra em meu ouvido.
Eu
me desmancho inteira e gemo quando sua mão boba entra por baixo da minha blusa
e aperta o meu seio direito que intumesce instantaneamente. O que acontece é inevitável, sua boca invade a
minha selvagemente, prendo seus cabelos em minha mão e brinco com sua língua de
forma erótica o enlouquecendo. Sua outra mão acaricia a minha coxa acendendo um
fogo grandioso por todo o meu corpo.
O
beijo continua numa troca de caricias há muito tempo contidas até que ele se
separa ofegante.
-
Eu tenho que ir, o taxi que me levará até o aeroporto está lá embaixo me
esperando. – explica, mas ta na cara que ele quer ficar comigo.
Minhas
pernas soltam-se de sua cintura e meus pés descalços tocam o chão.
-
Eu não estou mais aguentando ficar sem você. – murmuro enquanto as lágrimas
invadem meus olhos.
Os
olhos dele se escurecem quando passam por meu corpo e eu sei que o que ele mais
quer agora é me tomar de encontro à parede. É o que eu também quero.
Desesperadamente.
-
Eu volto. – promete. – E então daremos um jeito nisso.
Alexandre
me dá um selinho demorado e então ouvimos um miado. Ele se vira e olha o meu
gatinho com uma careta.
-
O que é isso?
Dou
uma risada.
-
Um gato. – falo o obvio.
-
Engraçadinha. – ele cerra os olhos pra mim. – Desde quando você tem um gato?
-
Desde hoje. – respondo e o bichano se enrosca nas pernas dele. – Olha ele gostou
de você. – brinco.
Ele
faz uma cara engraçada e me puxa pela cintura para os seus braços.
-
Me prometa que irá se cuidar.
-
Eu vou me cuidar. – asseguro.
-
Prometa. – exige mandão e eu reviro os olhos.
-
Prometo, satisfeito? – ergo uma sobrancelha.
Ele
me fita com uma expressão indecifrável.
-
Não Fernanda, eu não fico satisfeito há um bom tempo. – rebate no duplo
sentindo e o olhar que ele me lança transforma a minha calcinha nas Cataratas
do Iguaçu. – Eu tenho que ir.
Engulo
em seco assentindo. Alexandre beija o meu pescoço me arrepiando inteira e
depois sai pela porta.
Minhas
pernas estão bambas.
Meus
batimentos cardíacos acelerados.
E
minha calcinha molhada.
Puta Merda! Esse é
o efeito Alexandre...
Respiro
fundo me jogando no sofá e o gato me acompanha se deitando aos meus pés. Dou um
sorriso me lembrando da minha Regra de Cinco.
Ah Alexandre...Qual
será a sua reação?
P.S.: Gente liberei a primeira parte deste capítulo. A segunda estou querendo postar amanhã (sei que é loucura pois vou ter menos de um dia, mas nada é impossível), mandem energias positivas para que eu consiga!
Até eu tô curiosa para saber o que a Nanda aprontará. '-'
3 comentários:
Eu também. Obrigada. Parabéns.
Eu também. Obrigada. Parabéns.
Eu também super curiosa. ..
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