sábado, 17 de janeiro de 2015

Série Rendida - Novais J.


E o amor se diluiu ao vento, como se nunca tivesse existido...
Levanto da cama totalmente desanimada, tive uma noite péssima. Só consegui cochilar um pouco quando os primeiros raios da manhã já entravam pela janela do meu quarto. A minha briga com o Alexandre a todo o momento voltava a minha cabeça, principalmente porque eu sabia que tinha a minha parcela de culpa.
Meu celular toca me distraindo, é a Marta.
- Nanda e então? Não consegui esperar até chegar à empresa para descobrir o que aconteceu. – sua voz está ansiosa.
- Ele apareceu... – começo a dizer, mas a maluca solta um grito me interrompendo.
- Uhuuu! Eu disse que ele apareceria!
- É você disse. – sussurro.
- Nanda o que aconteceu? Você parece... triste.
- Ele descobriu sobre a inscrição, pela Rebeca. Tivemos uma briga feia. – revelo fechando os olhos.
- Oh merda! – exclama. – Como aquela serpente descobriu?! – Marta pergunta o que eu mesma gostaria de saber.
- Eu não sei Marta. – digo cansada.
- Querida onde você está agora?
- Em casa.
- Estou passando aí para te dar uma carona, você aproveita e me conta tudo pessoalmente.
Eu nem pensei em recusar, precisava mesmo de uma carona até porque eu não seria burra de achar que depois de ontem o Alexandre passaria aqui para me pegar.

- Vou estar lá embaixo quando você chegar. – respondo antes de desligar.
******
Tive que fazer um verdadeiro milagre aquela manhã. Só a maquiagem não foi o suficiente para esconder minhas oreilhas, o jeito seria apelar para óculos escuros.

Deixei os cabelos soltos, não teria tempo de fazer um penteado mais elaborado, vesti uma blusa branca com mangas longas, uma saia lápis preta, calcei scarpins e coloquei os óculos escuros descendo para me encontrar com a Marta.
******
Avisto o carro da Marta virando a esquina e a espero ansiosa no meio fio. Ter trago a Marta para a empresa foi sem dúvida uma das melhores coisas que o Alexandre fez, eu não sei o que faria sem ela nesses momentos.
- Bom dia. – uma voz rouca me assusta e eu me viro ficando de frente para o Murilo. – Espero que esteja melhor hoje.
- Oi. – dou um sorriso amarelo me lembrando da cena constrangedora de ontem à noite. – Estou melhor sim.
Ele sorri.
- Eu estava pensando se você não aceitaria sair comigo um dia desses.
Puta merda como ele é direto!
- Oh... eu... não...
- Fernanda! – Marta me grita abaixando o vidro do carro.
- Murilo eu tenho que ir. – digo apontando para o carro.
Ela se aproxima tanto de mim que preciso dar um passo para trás a fim de obter espaço.
- Pensa com carinho. – sussurra antes de entrar no prédio.
Engulo em seco e entro no carro da marta com as pernas bambas.
- Quem é o bofe escandalosamente quente? – me olha curiosa.
- Meu novo vizinho de prédio.
- E o meu chefinho sabe que o seu novo vizinho de prédio anda invadindo o seu espaço pessoal como fez agora a pouco? – ela ergue uma sobrancelha.
- Não Marta, ele não sabe. – respondo irritada. – Já tem problemas demais rondando o meu namoro, quer dizer, isso se eu ainda estiver namorando.
- Ok garota. – ela diz ligando o carro. – Pode começar a me contar.
Enquanto Marta fazia o percurso para a empresa eu contei tudo o que aconteceu ontem. Talvez ela pudesse ver a luz no fim daquele túnel escuro que eu havia me metido.
- Fernanda eu sei que isso não é algo legal para se dizer nessas horas, mas... eu bem que te avisei.
Cruzo os braços e olho pela janela acompanhando o tráfego de carros.
- Você vacilou e a Rebeca só aproveitou. – ela continua. – Ela deve ter enchido a cabeça dele de merda.
- Ele deu ouvidos a ela Marta! – desabafo indignada. – E me acusou de coisas horríveis, poxa ele me acusou de estar interessada no dinheiro dele!
- Ele estava bêbado. – ressalva e eu cerro os olhos para ela. – O que?! Foi você quem disse.
- Até parece que você está do lado dele! – reprovo.
- Fernanda pra ser sincera, não estou do lado de ninguém. – ela fala me surpreendendo. – Nenhum dos dois está certo. Você vacilou em não contar logo e ele errou em cair na conversa da Rebeca. Eu fico pensando aqui... talvez o que tenha deixado o Alexandre realmente chateado não foi o fato da inscrição em si, mas sim você não ter contato que iria fazer. É como se houvesse sido pelas costas dele entende, mesmo que você não tenha tido essa intenção.
- Não custava nada ele ter ouvido a minha explicação, mas o problema é que ele sempre pensa o pior das pessoas.
- Fernanda quem mais sofre com isso é ele mesmo. Ou você acha que é fácil viver esperando que mais cedo ou mais tarde as pessoas te decepcionem?
- Eu não sou a Rebeca. – minhas feições se apertam.
Marta me dá um sorriso doce.
- Eu sei disso. Você sabe. E eu tenho absoluta certeza que ele também.
- Ontem a noite ele não parecia saber...
- Ontem a noite ele estava magoado, você também deve ter dito coisas das quais se arrepende. – ela me estuda.
- Sim eu disse.
- Hoje é outro dia. – ela pega em minha mão. – Você ama o Alexandre. O Alexandre te ama. Não deixe que coisas bobas e a cascavel da Rebeca atrapalhem vocês. – encaro a Marta e ela como sempre tem toda a razão.

Fazemos o restante do trajeto em um completo silêncio.
******
Já havia se passado metade da manhã e o Alexandre ainda não havia me procurado. Assim que termino de digitar um contrato pego o meu celular e ligo pra ele, cai na caixa postal.
- Fernanda?
Ergo a cabeça e encaro o Dr. Tomas.
- Oi. O senhor precisa de algo? – pergunto me levantando da mesa.
Ele sorri amável.
- Eu vim lhe dar os parabéns. A lista de aprovados para formar a equipe da Itália foi divulgada hoje e você passou.
Se só foi divulgada hoje como a Cobreca descobriu ontem? Aquela mulher tem pacto com o demo. Só pode!
- Obrigada Dr. Tomas.
- Alexandre deve ter ficado orgulhoso. – comenta.
Fico sem graça.
- Na verdade não. Ele descobriu pela boca venenosa da ex-mulher dele. – dou a volta na mesa e fico frente a frente com ele. – Dr. Tomas eu não vou para a Itália, não queria decepcioná-lo, mas há outras coisas que eu quero mais que isso.
Acertar-me com o Alexandre é uma delas...
- Você não me decepcionou. – ele diz pousando a mão no meu cabelo. – Você é talentosa, sagaz e inteligente. Está era realmente uma grande oportunidade, mas aparecerão outras. Talvez até melhores.

- Fico feliz que me entenda. – respiro aliviada.
******
Não aguentei esperar o Alexandre me procurar nem mais um segundo, subo até o andar dele e paro na mesa da Marta.
- Eu preciso falar com ele Marta? Ele está sozinho? – aponto para a sala fechada.
Ela me encara e sorri com falso humor.
- Querida você e metade do mundo precisa falar com ele, mas ele fez o favor de não vim.
- O que?
- Ele não apareceu na empresa hoje. – reafirma.
Começo a ficar preocupada. Será que aconteceu alguma coisa?
- Já ligou pra casa dele?
- Liguei mais cedo e ninguém atendeu. Ele tinha três reuniões, desmarquei duas menos urgente, mas a outra tive que assumir eu mesma. Ainda bem que estava por dentro de todo o processo. Quando ele aparecer vou querer um aumento.
Ela para de falar ao perceber minha expressão preocupada.
- Relaxa, notícia ruim chega rápido. No mínimo deve estar curtindo ressaca. Você disse que ele havia bebido. – ela tenta me tranquilizar.
- É você tem razão. – dou um suspiro me apoiando na mesa.
- Por que você não vai até lá? – pergunta de repente.
- Você está maluca?! Eu não posso ir até lá!
- É claro que pode! Vá até lá e assim que aquele cabeça dura abrir a porta diga que você não vai para a Itália e quer morar com ele.
- Marta não é certo eu ir até lá. É melhor eu esperar ele me procurar e...
- Querida você quer estar certa ou quer ser feliz? – eu não consigo sustentar o olhar dela.
- Eu quero ser feliz.
- Então se mecha e vá até lá. Hoje é sábado, o expediente é até meio-dia, ninguém se importará se você sair mais cedo.
- Então eu acho que vou lá. – fala ainda insegura.
Ela levanta da cadeira e me abraça. É como se estivesse me passando coragem.

- Vá ser feliz minha amiga.

Eu me sentia melhor.
Definitivamente falar tudo aquilo para a Rebeca me fez muito bem. Pelo menos dessa vez ela pareceu entender que nada no mundo me faria ficar com ela novamente.
Quem foi o filho da puta que deixou aquela maluca entrar aqui? Ah mas isso não vai ficar assim. Quero nomes.
Entro em um dos banheiros que tenho em casa a fim de tomar um banho, preciso tirar o cheiro da Rebeca de mim. Encosto-me na pia do banheiro e me olho no grande espelho, não havia um só lugar do meu tórax que não estivesse marcado de batom.

Filha da mãe...
O porteiro interfonou para a cobertura e a empregada autorizou a minha subida. Enquanto o elevador sobe torço minhas mãos nervosamente, espero sinceramente que possamos conversar e nos acertar.
Marta estava certa, poxa eu batalhei tanto para ficar com o Alexandre que agora que consegui não posso deixar coisas bobas ficar entre nós. Eu errei em adiar o assunto da inscrição, mas o destino também fez uma puta de uma sacanagem comigo ao deixar a Cobreca descobrir.

Quando o elevador parou e abriu as portas eu já estava um pouquinho mais calma. Foi com toda a coragem do mundo que toquei a campainha e esperei.
Eu me perguntava como iria explicar aquela situação para a Fernanda. Estava fora de cogitação esconder dela esse episódio com a Rebeca, foi por ela me esconder algo que toda essa confusão começou.
Porra! Eu ainda estava tão puto com ela.
Ontem definitivamente eu meti os pés pelas mãos, não me lembrava de tudo que havia dito, mas só o que eu lembrava já era suficiente para querer me bater.
Onde eu estava com a cabeça quando insinuei que ela era interesseira?!
Caralho!
Eu vou atrás da Lindinha, tomarei um banho rápido e resolverei a minha vida.
Preparo-me para tirar a calça e entrar no chuveiro quando a campainha toca três vezes e continua a tocar pelos próximos segundos.
Será que a Andréia, minha emprega, não havia escutado?
Não estou esperando ninguém e muito menos autorizei visitas.

Desisto do banho para atender a porta.
Quando a porta se abre e meus olhos encontram os do Alexandre meu coração bate em um ritmo diferente. Ele está com a cara péssima e parece mais do que surpreso em me ver.
Mordo meus lábios sem saber o que dizer.
- A gente precisa conversar. – digo o óbvio do óbvio.
Oh meu Deus como sou idiota!
Ele engole em seco e passa a mão pelos cabelos, parece nervoso. Meus olhos se deslocam do seu rosto para seu corpo e meu coração para de funcionar, acho que meus olhos perdem o brilho também, na verdade a minha vida perde.
Ele tem no peito marcas de batom da boca de alguma vagabunda com quem passou a noite enquanto eu... eu...
- Fernanda... – ele começa a falar e tenta me pegar pelo braço, mas eu recuo. – Fica calma. – calma?! Agora só falta ele falar a frase típica de todo traidor. – Não é nada disso que você está pensando.
- Pensando? Eu to vendo... – minha voz sai trêmula e cheia de rancor. – Eu não acredito que você pode ter sido tão... tão... idiota. Esse foi o seu jeito de se vingar por eu não ter te contado sobre a inscrição?
- Claro que não! – ele responde rápido e da um passo em minha direção. – Me escuta...
- Baby não consigo achar minhas roupas. Onde você as jogou? – ouço a última voz que eu imaginaria escutar.
Alexandre me olha desesperado e balança a cabeça negativamente. Oh meu Deus... de todas as mulheres do mundo tinha que ser... tinha que ser... ela?
O ar para de entrar em meus pulmões e eu começo a ofegar para sobreviver. Uma parte de mim não acredita, preciso ver com meus próprios olhos porque só assim serei capaz de acreditar. Empurro o Alexandre para que ele saia da porta e entro na cobertura para ver a Rebeca seminua usando uma camisa dele.
- Oh querido. – ela me olha em choque. – Eu não sabia que você tinha companhia. – lamenta.
- Cala a boca Rebeca! – Alexandre rosna pra ela. – Eu mandei você embora!
- Você me usa e depois me manda embora Baby?
- Para com isso Rebeca! – ele grita e depois se vira pra mim. – Fernanda é armação dela! Me escuta...
Eu tentava ser forte e lutava contra as lágrimas.
- Cala a boca seu mentiroso! Eu não quero ouvir nada de você!
Caminho em direção a porta, preciso sair daqui. Eu me sentia suja, traída e humilhada.
- Querida eu sinto muito. – Rebeca entra na minha frente. – Não era pra você ter descoberto assim...
Então ela faz a única coisa no mundo que não deveria naquele momento. Ela me toca no braço e com isso acaba acendendo meu pavio curto.
Desço a mão na cara daquela piranha com tanta força que ela roda e cai em cima da mesa de centro da sala.
- Eu vou matar você! – agarro seus cabelos a puxando de cima da mesa e a arrastando pela sala, ela grita e eu subo em cima dela. Tenho uma mão firme em seu cabelo enquanto a outra dá um festival de tapas na cara dela. – É isso que você merece! Toma vadia! Vagabunda! Piranha!
- Isso bate! – ela esperneia. – Me bate mesmo! Porque isso não vai mudar nada! Ele dormiu comigo!
- Fernanda para com isso! – Alexandre me segura pela cintura me tirando de cima dela. – Não escuta o que essa maluca está dizendo.
Viro-me para ele ofegante, estamos cara a cara. Então a dor volta e a raiva também. Sinto nojo dele, ele dormiu com a Rebeca. Eu nunca vou perdoar, nem superar isso.
- Me solta! – dou socos no peito dele até alcançar minha liberdade. – Não encosta mais essas mãos em mim. Você cheira a vagabunda.
Ele fica chocado com a expressão do meu rosto e se afasta.
Olho Rebeca estirada no chão e minha vontade é de bater mais e mais até que não sobre nada dela, mas eu preciso sair desse lugar. Passo pela porta e saio pelo corredor, sinto o cafajeste vindo atrás de mim.
- Fernanda espera! – ele pede desesperado, mas eu não paro.
Ele me puxa pelo braço e me obriga a olhar pra ele. Meu corpo inteiro dói, a dor que sinto é muito forte e está me matando.
- Eu não dormi com ela. – diz desesperado. – Me escuta eu posso explicar!
- Escuta você o que eu vou te falar agora. – lágrimas descem pelo meu rosto. – Acabou.
- Não faz isso comigo Lindinha...
Ouvi-lo me chamar daquele jeito doeu mais que tudo. Não pensei duas vezes e bati na cara dele com toda a força que consegui. Ele não tinha mais o direito de me chamar assim.
Alexandre coloca a mão no rosto e me fita paralisado.
- Eu não sou mais a sua Lindinha. – aviso baixo.

Entro no elevador e aperto o botão para descer. As portas se fecham e só então eu me permito cair no chão frio de metal e gritar.
Quando as portas do elevador se fecharam com a Fernanda dentro eu me apoiei na parede derrotado. O que eu faria para que ela me ouvisse ou acreditasse em mim se nem mesmo eu se estivesse no lugar dela conseguiria acreditar?
“Deus não deixe que eu a perca. Ela é tudo pra mim... Eu nunca te pedi nada, mas peço agora. Por favor, Senhor...”
Passo as mãos pelo cabelo.
Não posso perdê-la assim. Ela precisa me ouvir, saber que eu nunca tocaria um dedo na Rebeca e em nenhuma outra mulher.
Porra eu pertenço a ela... De corpo, alma e coração. Para sempre...
“Ajude-me Deus. Por tudo que lhe é mais sagrado. Eu a amo”
******
Eu tinha que fazer alguma coisa. Não poderia deixá-la ir assim. Volto correndo para a cobertura e pego o interfone.
- Pois não? – o porteiro atende.
- Aqui é o Alexandre, da cobertura. Uma moça vai descer agora pelo elevador, ela é loira, bonita e está vestida socialmente. Não a deixe ir embora antes que eu chegue aí!
- Mas senhor eu não posso prendê-la. – rebate atônito.
- Ou você faz o que estou mandando ou me encarregarei de que nunca mais arrume um trabalho na vida! – rosno.
- Si... sim senhor. Ela não sairá daqui.
Desligo e Rebeca está parada na porta.
- Ela vale tanto sacrifício assim? Nem ao menos quis te escutar. – sorri.
Eu quero grudar no pescoço dela até que nenhuma rajada de ar entre mais em seus pulmões, mas não tenho tempo para isso agora. A minha vida está prestes a ir embora para sempre.

Puxo-a pelo braço a jogando bem longe da porta e saio correndo para pegar o elevador.
- Será que vou ter que chamar a polícia para sair daqui! – grito com o porteiro que trancou a chaves a portaria.
- Por favor, senhora, o Sr. Alexandre já deve estar descendo. – ele tenta me acalmar gentilmente.
Olho ao redor e devido ao escândalo uma pequena multidão observava toda a cena. Fico com vergonha e tento mais uma vez persuadir o porteiro a me deixar ir.
- Moço me deixa ir embora, por favor. – peço com a voz embargada.
Ele me olha com pena e parece vacilar, mas então encara um ponto além de mim e abre um sorriso aliviado.
- Ele chegou.
Viro-me para dar de cara com o Alexandre saindo do elevador. A raiva e a escuridão tomam conta de mim. É estranho olhar pra ele assim, até poucos minutos atrás ele era o centro do meu mundo.
- Vamos conversar. – se aproxima devagar.
- Eu quero ir embora. – cruzo os braços. – Quero você e a sua vadia longe de mim.
- Me escuta só uma vez. Não aconteceu nada... eu nem sei como ela entrou no meu apartamento...
- Para de mentir! – grito pouco me lixando para os curiosos que observavam tudo. – Você acha que sou idiota?! Você está todo marcado de batom e o cheiro dela está impregnado em você! Ela está lá em cima com as suas roupas! – lágrimas descem dos meus olhos sem cessar.
Puta merda isso dói.
 - Eu estava bêbado e acho que inconsciente e ela... – ele tenta falar.
- Cala a boca! – me aproximo colocando o dedo na cara dele. – Você não passa de um fraco, eu amaldiçoo o dia em que entrei naquela sala para fazer aquela porra de entrevista e te conheci!
Ele me encara. Acho que minhas palavras o atingem em cheio.
- Você é um filho da puta mentiroso e traidor. – volto a chorar, meus lábios tremem. – Como eu fui burra meu Deus em acreditar em você, no que você me dizia, me prometia!
- Eu nunca menti pra você porra! Você acha mesmo que tudo não passou de uma mentira?! – ele berra.
- Acho. – respondo sem titubear. – Volta lá pra cima! Está esperando o que?! – o desafio.
- Você é muito burra mesmo! Só uma pessoa muito burra pra não ver o que está acontecendo!
Dou um sorriso sarcástico, meu sangue está fervendo.
- Volta pra sua vadia e deixa a burra aqui em paz.
- Ela não é minha vadia! – ele grita comigo.
Lágrimas enchem meus olhos. Ele arrasou com o meu coração e eu quero fazer o mesmo com ele, embora achasse impossível ele sentir o que eu estava sentindo.
Resolvo jogar sujo.
- No fundo vocês dois se merecem. Os dois são secos. Ela de coração e você... bem... você sabe do que.
Alexandre me encara estupefado, seus olhos se escurecem, era covardia jogar a inseminação na cara dele, mas simplesmente não consegui parar.
- Isso que aconteceu hoje só serviu para me mostrar que eu nunca seria feliz com você. – meu coração me pedia para parar imediatamente e não fazer isso com ele, mas dessa vez eu não ouviria o meu coração. – Que tipo de vida eu teria com um homem que nunca poderia me dar filhos?!
Ele olhou ao redor envergonhado. O expus na frente de todos.
- Cometi um erro me envolvendo com você. – digo por fim.
Ele fecha os olhos e dá um passo para trás como se estivesse com dor física.
Puta merda ele está chorando.
Seu semblante reflete uma amargura devastadora. Então ele me dá um sorriso triste enquanto lágrimas fazem um caminho por seu rosto.
- Eu nunca imaginei... – começa com a voz rouca. – Nunca imaginei que era isso que você pensava de mim... de nós... Eu achava que você... – ele se interrompe não conseguindo mais falar, sua voz desaparece.
Engulo em seco.

Ele me olha uma última vez antes de me dar as costas e voltar para o elevador. Na portaria todos me olham agora, alguns com pena, outros com revolta. O porteiro abre a porta e eu saio para fora do prédio levando comigo a dor que vi nos olhos do Alexandre.

11 comentários:

Unknown disse...

Ohhh em lagrimas..... Espero anciosa pelo próximo. Bjsos. Parabéns pelo conto e blog demais.

Josi Novais disse...

Grazi sua sumida!
Também chorei pelo Alexandre.
Obrigada pelo carinho!

Unknown disse...

Chorando alto aqui,fiquei com dó da Nanda mais meu coração está rasgando por causa do Alexandre tadinho dele...:'(:'(:'(

Josi Novais disse...

Regina você não está sozinha... Também chorei pelo Alê. :(

Anônimo disse...

Tó em lagrimas quando sai o próximo

Unknown disse...

Sumida nada. Sempre apreciando e adorando o site e obrigada pelos livros da nana pavolli são otimoooooooooss. Bjos.

Josi Novais disse...

Anônimo acho que ainda essa semana!
Grazi postarei mais deles *----*

Anônimo disse...

estou super curiosa seus contos são incríveis PARABENS

Josi Novais disse...

Obrigada! Feliz que esteja gostando... *---*

Anônimo disse...

Agora Alexandre abalou todas as estrutura do meu Coraçãozinho de papel !

Josi Novais disse...

OMG que comentário mais fofo gente!

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