Primeiramente desculpas pela demora, vocês sabem como ficamos quando se trata de feriadão. Hahahaha
Agora vamos a novidade sobre Rendida.
Foi criada uma página no Facebook para o conto.
Amaria ter vocês por lá!!
Para curtir a página no Facebook aqui está o endereço:
https://www.facebook.com/www.rendidajosinovais.com.br
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Quanto mais alto o voo...
A
campainha do meu apartamento estava sendo apertada sem intervalo por algum
idiota que não sabia o significado da palavra esperar. Acendi a luz do meu
quarto e olhei no relógio do criado-mudo, que droga já eram quase duas da
manhã.
Levanto
da cama com o diabo encarnado no corpo e vou abrir a porta.
-
Mas o que significa isso? – pergunto pasmada.
Murilo
entra de mala e cuia no meu apartamento. Ele tem o rosto detonado e o nariz
torto.
-
Vou ficar aqui esta noite. – fala displicente se jogando no sofá.
Bato
a porta com força e coloca as mãos na cintura.
-
Que merda é essa Murilo? O que aconteceu com você? Por que você saiu do seu
apartamento?
-
Alexandre descobriu tudo!
-
Como é que é?!
Murilo
leva as mãos ao cabelo.
-
Ele me pegou beijando a Fernanda na porta da empresa.
Meus
olhos brilham mais que estrela cadente.
-
Isso é maravilhoso! – bato palminhas. – Agora ele deve estar pensando que ela é
uma vadia desqualificada.
-
Não ele não pensa isso Rebeca! Não sei como, mas alguém contou pra ele que
estamos juntos nessa.
Dou
um soco no ar.
-
Como... como ele descobriu? Me explica direito essa merda Murilo!
Ele
se levanta do sofá.
-
Sempre tenho o costume de observar a empresa de longe, faço isso quando o
expediente acaba, mas hoje a Fernanda estava lá sozinha, caia uma chuva
descomunal e ela se protegia debaixo da cobertura da empresa. Estava no meu
carro e ofereci uma carona, ela não aceitou, então desci para insistir.
Fernanda ficou um pouco nervosinha e eu já estou irritado com esse chove não
molha, forcei um beijo e o Alexandre apareceu do quinto dos infernos para
atrapalhar.
-
E então o que aconteceu depois?
Murilo
me fulmina com o olhar.
-
Ele quebrou a minha cara Rebeca! Foi isso o que aconteceu! Ficou cega?!
Reviro
os olhos.
-
É claro que não seu idiota. Quero saber o que rolou além da briga! Ele deve ter
detonado a sonsa da Fernanda... – dou um sorriso.
-
Ele começou com acusações e ela não entendia nada, tentei levá-la embora, mas o
Alexandre contou tudo. – bufa impaciente andando pela sala. – Ele foi embora
deixando ela em choque. Depois ela veio pra cima de mim e sacou o lance, então
começou a defender o Alexandre e eu fiquei fora de mim, acabei jogando na cara
dela que ele a havia traído. Ai que fodeu mesmo, Fernanda nunca tinha comentado
nada disso comigo e é óbvio que ela ligou dois mais dois.
-
Você é muito burro mesmo Murilo! – grito com ele. – Jogou todo o nosso plano no
lixo! Aposto que a vadia foi atrás do Alexandre se explicar!
-
Não! Se ele descobriu não foi por ela, eu estava em casa quando ele invadiu o
apartamento atrás dela.
-
Se não foi aquela puta quem foi então?
-
Eu não sei Rebeca! O Marcos deve ter nos detonado para alguém!
-
Alexandre comentou algo sobre o Marcos? – pergunto tenebrosa.
-
Não.
-
Menos mal, se ele soubesse teria comentado. Então nem tudo está perdido...
-
E se ele estiver jogando conosco?
Reviro
os olhos.
-
Você mesmo disse que o Alexandre não tocou no nome do Marcos! Quando a policia
encontrar o presunto o Alexandre será o principal suspeito. Ninguém sabe da
nossa ligação com o Marcos. – dou um sorriso.
Murilo
fica sério.
-
Eu não sei Rebeca... Estou sentindo algo feder nessa história.
-
Me poupe Murilo! Não venha estragar a minha noite com as suas paranóias. – dá
de ombros.
-
Eu vou ficar aqui está noite... Amanhã procuro um lugar pra ficar.
-
O sofá é todo seu, mas e a Fernanda? Vai desistir?
-
Depois que ela sacou que estamos no mesmo barco tentei colocá-la a força no
carro, mas ela conseguiu escapar. Pegou um táxi e simplesmente sumiu, nem
sequer voltou para o apartamento dela.
-
O que você ia fazer com ela? – ergo uma sobrancelha.
-
Não é da sua conta. – ele dá um sorriso macabro.
Fecho
mais o meu robe e passo por ele.
-
Fique com o sofá. Amanhã penso em como remediar a merda que você fez.
Ele
segura em meu braço e me faz parar.
-
Engraçado, Alexandre me pegou na cama com você e não fez nada, mas bastou me
pegar beijando a Fernanda para quebrar o meu nariz. – comenta sarcasticamente.
-
Porque ao invés de me amolar você não arruma um jeito de sumir com aquela
vadia? – me irrito. – Se eles se reconciliarem estamos na lama.
Ele
cola o corpo dele no meu, sinto o seu membro pressionar a minha barriga.
-
Eu vou encontrar a Fernanda. – fala convicto.
Minha
mão passeia por seu rosto machucado.
-
E o que você fará? – sussurro.
-
Quer que eu fale ou quer que eu mostre? – sorri torto me soltando.
O
puxo pela mão e ele vem sem pestanejar.
-
Me mostra.
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O cerco está se fechando
Marta
tinha um vizinho médico, ela o chamou e ele veio imediatamente. Corpo mole e
dolorido, dor de cabeça, frio, visão desfocada... bem esse era um belo resumo
do meu estado. É obvio que eu não poderia ter escolhido um pior momento para
ficar doente, não quando eu precisava tanto falar com o Alexandre. O médico me
examinou e disse o que eu já sabia, devido à chuva que tomei ontem eu estava
com uma gripe forte. Ele receitou alguns remédios e disse que se eu tomasse nos
horários certos a noite já estaria melhor.
-
Minha sogra já foi embora. – Marta disse com um sorriso aberto assim que o
médico saiu. – Que tal você se mudar para o quarto de hospedes? Ficará mais
confortável lá.
Olhei
em volta, eu gosto do quarto do bebe da Marta. Apesar de ter poucos móveis e a
decoração estar apenas começando já é muito aconchegante.
-
Eu gosto daqui.
Ela
me olha carinhosamente.
-
No quarto de hospedes você ficará melhor Nanda, sem contar que lá tem uma cama.
Com que cara irei olhar para o senhor Alexandre quando ele vier aqui e te ver
deitada em um colchão?
Fiquei
triste quando ela mencionou o Alexandre.
-
Você acha que ele vai vim?
Ela
me dá um olhar decidido.
-
Ele vem, nem que seja arrastado.
Fico
cabisbaixa.
-
Eu tinha tudo o que sempre sonhei, batalhei para conseguir o amor dele, passei
por muita coisa e quando finalmente consegui joguei tudo fora. Que tipo de
maluca eu sou?
Ela
me encara e pega na minha mão.
-
Não vai adiantar se lamentar agora Nanda. O que está feito está feito,
infelizmente o que você disse também. Use esse momento para você evoluir,
crescer interiormente. Você deve isso a você mesma.
Respirei
fundo e olhei para ela de cabeça erguida.
-
Você sempre tem razão. Chega de fazer do seu ombro o meu muro das lamentações,
eu preciso agir. Eu preciso ter de volta aquele homem.
-
Isso garota! – Marta me dá um beijo no rosto. – Agora eu tenho que ir, você não
vai ficar sozinha, minha emprega está ai e daqui a pouco trará alguma coisa
para você comer. Qualquer coisa pode me ligar, volto no meu horário de almoço
para te ver.
-
Marta será que você poderia passar na minha casa e trazer algumas roupas para
mim?
Ela
sorri.
-
É claro que sim. Já ia mesmo te pedir as chaves.
-
Você pode trazer o meu CD do Ed Sheeran também? Acho que o deixei em cima do
criado-mudo.
Ela
pisca para mim.
-
Eu trago, pode deixar. Você acha que consegue andar até o quarto de hospedes? É
no final do corredor.
-
Com um pouco de ajuda acho que consigo sim.
Ela
se aproxima e me ajuda a levantar do colchão. Marta segura em minha cintura e
me leva até o quarto de hospedes.
Cheguei
à empresa com uma hora de atraso, demorei a pegar no sono, mas quando peguei
dormir como uma pedra. Infelizmente tive pesadelos à noite inteira envolvendo o
Murilo, a Rebeca e a Fernanda. Quando cheguei ao meu andar Marta já estava, me
aproximei de sua mesa e ela me pareceu um pouco nervosa.
-
Bom dia Marta. Como ela está?
-
A Nanda amanheceu gripada e com uma febre alta devido a chuva que pegou ontem.
Não veio para a empresa.
Minha
decepção não podia ter sido maior.
-
Você a levou a um médico? Eu posso chamar um para ir até a sua casa e...
-
Eu chamei um médico. – ela me interrompe. – Ele já a examinou e passou alguns
remédios.
Solto
o ar dos meus pulmões.
-
Marta como está a minha agenda hoje? Preciso ir a delegacia ainda pela manhã.
Ela
me olha um tanto preocupada.
-
Eu acho que o senhor não irá precisar.
Franzo
o cenho.
-
Como assim?
-
A polícia está lá dentro. – ela aponta para a minha sala. – Eles chegaram há
meia hora a sua procura, achei melhor deixá-los entrar e esperar. Fiz mal?
Pisco
os olhos algumas vezes.
-
Não Marta, está tudo bem. Eles disseram do que se trata?
-
Não senhor.
Minha
nuca começa a esquentar, quando isso acontece é sinal de algo errado. Encaro a
Marta.
-
Eu vou falar com eles. – digo caminhando até a minha sala.
******
Quando
entrei na minha sala três homens me esperavam sentados no sofá. Um estava
vestido socialmente e os outros dois com a farda da policia civil.
Quando
me aproximei eles se levantaram.
-
Bom dia. Alexandre McConaughey. – me apresentei estendendo a mão para eles.
-
Bom dia. Sou o delegado Garcia. – o homem de terno tomou a frente apertando a
minha mão. – E estes são os policiais Moura e Assunção. – aponta para os homens
a sua direita e esquerda respectivamente.
Após
o cumprimento sentei em uma poltrona e eles no sofá.
-
Deve estar se perguntando o motivo da nossa visita Sr. McConaughey? – pergunta
o delegado.
Dou
um sorriso lento.
-
Realmente estou um pouco curioso.
-
Conheceu Marcos Alencar?
Contrario
o maxilar e minha nuca esquenta mais.
-
Ele trabalhou para mim, mas foi demitido.
-
Qual o motivo da demissão?
Encaro
o delegado e o sinto me observar, sei que ele está me testando.
-
Tivemos um desentendimento.
-
Parece que vocês brigaram no estacionamento de um clube durante um coquetel da
sua empresa. – o delegado comenta.
-
Sim nós brigamos. – respondo por fim já irritado com esse lenga-lenga.
-
Antes de qualquer coisa gostaríamos de te dizer que tivemos acesso as câmeras
de monitoramento do estacionamento Sr. McConaughey. O senhor confirma que disse
a Marcos Alencar as seguintes palavras “Eu vou te matar! Vou acabar com você!”
naquela noite?
Franzo
o cenho.
-
Se o senhor diz que teve acesso as imagens por que está me perguntando?
-
Quero uma confirmação. – dá de ombros.
Coço
a barba e afronto os três homens.
-
Se você pega um cara passando a mão na sua mulher e a obrigando a fazer algo
que não quer qual seria a sua reação? – indago ao delegado.
-
Imagino muitas Sr. McConaughey, mas não são as minhas reações que estão em
questão e sim as suas. – ergue uma sobrancelha.
Respiro
fundo.
-
Sim eu disse isso ao Marcos depois de encher a cara dele de porrada.
O
delegado se levanta e eu e os outros dois homens fazemos o mesmo.
-
Parece que terá que nos acompanhar até a delegacia Sr. McConaughey.
-
Não vai me explicar o que está acontecendo delegado?
-
Encontramos ontem no inicio da manhã o corpo de Marcos Alencar em uma lago
próximo a uma estrada deserta.
Engulo
em seco.
-
Parece surpreso Sr. McConaughey. – o delegado me analisa.
-
E como era para eu estar? – averiguo desconfiado. – O senhor não está achando
que fui eu...
-
A justiça não é feita de achismos Sr. McConaughey, trabalhamos com fatos. Só
estou fazendo o meu trabalho que é o de achar o assassino deste crime bárbaro.
Agora queira me acompanhar...
Fico
tenso e acompanho o delegado para fora da minha sala.
******
Assim
que Marta me vê saindo da sala com o delegado ela me puxa para um canto da
sala.
-
Sr. Alexandre o que está acontecendo? – olha desconfiada para os homens da lei.
-
Eu vou ter que ir até a delegacia Marta. Encontraram o corpo do Marcos em um
lago.
Ela
fica branca e coloca a mão na boca.
-
Meu Deus... como foi isso?!
Corro
as mãos pelos cabelos.
-
Eu não sei. Talvez o delegado me explique melhor na delegacia.
-
Mas por que vieram atrás do senhor? – ela franze o cenho.
-
Parece que eu sou suspeito.
-
QUE ABSURDO! VOCÊ NÃO MATOU NINGUÉM!!!! – Marta grita chamando a atenção do
delegado e dos dois policiais.
Fulmino-a
com o olhar e coloco a mão na boca dela.
-
Marta fala baixo! – digo entredentes. – Você quer me complicar?!
Tiro
a mão da boca dela em seguida.
-
Desculpa! – ela cochicha agora. – Mas isso é um absurdo! Meu Deus do céu o
Marcos morto?! Você tem ideia de quem pode ter sido?
-
Para toda a merda que vem acontecendo em minha vida sempre tem dois
responsáveis. – digo puto.
-
Meu Deus... você acha que foram eles?
-
Talvez. Marcos sabia demais você não acha?
-
Claro o CD! Você contou isso ao delegado?
-
Não, mas teremos muito tempo na delegacia. Eu tenho que ir Marta, preciso que
você ligue para o Umberto, meu advogado, e peça para ele me encontrar na 15ª
DP.
-
Ligarei imediatamente. Dê noticias, por favor.
-
Assim que eu puder.
******
-
Onde você estava no sábado a noite? – o delegado me pergunta.
Chegamos
a delegacia a meia hora, Umberto ainda não havia aparecido. Ajeito-me melhor na
cadeira de frente para a mesa do Delegado Garcia.
-
Está perguntando se tenho um álibi? – ergo uma sobrancelha.
-
Estou. Você tem?
Coço
a barba um pouco desconfortável. Sábado foi o dia em que a Fernanda pegou a
Rebeca no meu apartamento. Depois da nossa briga fiquei tão destruído que
fiquei o dia inteiro em casa.
-
Eu estava no meu apartamento.
-
Sozinho?
-
Sim.
-
Assim que encontramos o corpo e o identificamos começamos a investigar.
Interrogamos algumas pessoas das redondezas e parece que achamos uma
testemunha. Segunda essa pessoa que não
será identificada ela viu quando um carro preto na madrugada de sábado para
domingo parou em frente ao lago, um homem encapuzado desceu e arrastou um saco
para a água, assim que o saco afundou ele entrou no carro e foi embora.
-
A pessoa não viu a placa?
-
Estava tampada. – o delegado me estuda.
-
Eu não matei o Marcos delegado. – digo por fim em uma respiração profunda.
-
Ninguém aqui está dizendo isso Sr. McConaughey, estamos apenas lhe fazendo
algumas perguntas. – o delegado retruca recostando-se na cadeira.
Ele
me encara por um tempo em uma paciência irritante.
-
Sabe Sr. McConaughey conseguimos identificar qual o modelo do carro também, foi
um Gmc Yukon Hybrid. Esse não é o mesmo modelo do seu carro? – insinua.
Ergo
as sobrancelhas surpreso. Agora eu tinha absoluta certeza: queriam me incriminar.
Senti
minha paciência se esgotar, por sorte o Umberto chegou.
-
Olá a todos. – cumprimentou antes de se sentar a cadeira ao meu lado. – Sou
Umberto Cerrara, advogado do Sr. Alexandre McConaughey. Qual é o problema em
questão delegado?
O
delegado Garcia me encara enquanto responde ao Umberto.
-
Encontramos o corpo de um ex-funcionário do seu cliente domingo pela manhã em
um lago, ainda não sabemos a causa da morte. O corpo foi para a perícia. O Sr.
McConaughey protagonizou uma briga bastante acalorada com a vítima em um
estacionamento de um clube, com direito a agressões físicas e ameaças de morte.
Tiro
de dentro do bolso do meu paletó o CD que recebi ontem o colocando em cima da
mesa do delegado.
-
Eu acho que a sua lista de suspeitos vai aumentar delegado. – dou um sorriso
petulante. – Mas antes de te deixar ver esse CD eu gostaria de te contar a
minha história. Espero que esteja com tempo.
-
Sou todo ouvidos Sr. McConaughey.
O
relógio marcava uma da tarde, me remexi na cama entediada. Não aguentava mais
ficar deitada, já me sentia um pouco melhor, mas meu corpo ainda estava fraco.
Ouço
uma batida na porta e logo em seguida ela é aberta. Marta entra trazendo uma
mala cinza que reconheço bem.
-
Estou vindo do seu apartamento, o Sergio me levou. Trouxe de tudo um pouco. –
ela coloca a mala em um canto do quarto.
Quando
me encara vejo que sua expressão não é das melhores.
-
Obrigada. Você viu o Murilo lá?
-
Não. – ela responde sentando na cama. – Trouxe o CD do Ed. Vou trazer o meu SOM
para cá, assim você poderá escutar.
Abro
um sorriso.
-
Valeu Marta.
Ela
me dá um sorriso que não chega aos seus olhos.
-
Nanda aconteceu uma coisa.
-
O que? Foi com o Alexandre?! – meu corpo gela de imediato.
-
Não... quer dizer... mais ou menos...
-
Marta você está me deixando nervosa. Fala logo!
-
O Marcos está morto.
-
Morto? – minha voz sai tremula.
Ela
assente e eu estou em um estado alarmante de choque.
-
E tem mais. – ela me olha preocupada sem saber se deve me contar ou não.
-
Mais? – ofego em um fio de voz.
-
A polícia teve na empresa hoje pela manhã e levou o Alexandre para dar
explicações.
Agora
que capoto de vez!
-
O Alexandre?! Por que Marta? Ele não tem nada a ver com isso?! – seguro nos
ombros dela e começo a chocalhá-la.
-
Nanda eu não sei! O senhor Alexandre não disse muito, mas parece que
encontraram o corpo em um lago.
Levanto
da cama em um supetão.
-
Para onde levaram ele Marta?! Eu preciso ir até lá!
Abro
a minha mala e procuro uma roupa. Marta me segura pelos ombros e me obriga a
encará-la.
-
Nanda não complica as coisas! O advogado foi para lá também... tenho certeza
que o senhor Alexandre vai esclarecer tudo!
-
E se prenderem ele Marta? – ofego.
-
Não podem fazer isso... não sem provas. – ela me puxa para um abraço. – Ele
prometeu dar notícias assim que puder.
-
Foi ela Marta. – digo com a voz tomada pelo ódio. – Foi a Rebeca. Ela deve ter
dado um fim no Marcos para que ele não contasse nada ao Alexandre.
-
O senhor Alexandre acha que foi ela e o Murilo. – Marta comenta e eu a encaro.
-
Meu Deus... estou com medo Marta... se eles mataram o Marcos, o que não podem
fazer contra o Alexandre?
-
Não vai acontecer nada. – Marta fala segura me levando de volta para a cama. –
Deita e se acalma. O senhor Alexandre tem o CD que liga aqueles dois malucos ao
Marcos.
-
Eu preciso vê-lo Marta...
-
Ele deve me ligar quando sair da delegacia Nanda. Fica calma.
-
Então você acha que sua ex-mulher com a ajuda do seu irmão matou a vítima. – o
delegado me pergunta depois de ouvir a minha história e o CD.
-
Tenho certeza. – digo seguro.
-
E acha também que ambos querem te incriminar?
-
Sim.
Ele
coça o queixo.
-
É uma história e tanto, mas quem me garante que você não obrigou a vítima a
fazer esse vídeo antes de matá-la?
Olho
para o delegado incrédulo. Umberto percebe que estou a ponto de cometer uma
loucura e resolve tomar conta da situação.
-
Delegado o meu cliente é inocente, está sendo vítima de uma armação. Está na
cara quem são os verdadeiros culpados. Além do mais não existe provas que ligam
o Alexandre ao assassinato.
-
Temos o carro e as ameaças desferidas a vítima.
Reviro
os olhos já irritado. Começo a entender o porquê da justiça ser cega.
-
Leve o meu carro para a perícia senhor delegado. – digo irônico. – Quem sabe
não encontra as provas definitivas para me por na cadeia.
-
Quer me ensinar a fazer o meu trabalho Sr. McConaughey? – o delegado me
pergunta bastante irritado.
-
O senhor está a mais de três horas praticamente me obrigando a assumir um crime
que eu não cometi mesmo depois de tudo o que lhe contei! – me exalto.
-
Alexandre se acalma... – Umberto segura em meu braço e cochicha no meu ouvido.
Respiro
fundo para me acalmar.
-
Vamos fazer a pericia no seu carro Sr. McConaughey e chamaremos a senhora
Rebeca e o senhor Murilo para dar explicações. – o delegado fala, mas minha
cabeça trabalha rápido em outra coisa.
-
Quando foi mesmo que supostamente ocorreu o assassinato?
-
Sábado a noite. – responde o delegado.
-
Recebi o CD na segunda a noite, o Marcos já estava...
-
Morto. – ele completa. – Quem quer que tenha deixado esse CD não foi o Marcos.
-
O Marcos não tinha parentes? – pergunto.
-
Parece que tinha um primo... estamos tentando localizá-lo.
O
delegado me analisa atentamente.
-
Sobre o que está pensando Sr. McConaughey?
-
Que talvez nem a Rebeca, nem o Murilo tenham conhecimento deste CD. – digo
olhando para ele. – Se o que eles querem é me incriminar talvez devêssemos
deixá-los pensar que estão conseguindo.
-
Qual é o seu plano Alexandre? – Umberto me pergunta.
Encaro
o delegado.
-
Se o delegado me apoiar talvez amanhã a esta hora os culpados já estejam
presos.
-
O que você tem em mente Sr. McConaughey?
-
Eu vou te explicar delegado... – dou um sorriso, meu humor já começa a
melhorar.
******
-
Para fazer isso preciso de uma autorização judicial. – o delegado fala assim
que conto o meu plano.
-
Consiga uma.
-
Não é tão simples e não estou totalmente certo de sua inocência. – ele diz
erguendo uma sobrancelha. – Levaremos o seu carro para a perícia, é o meu
trabalho, tenho que investigar todos os suspeitos.
-
Estou disposto a colaborar com a justiça. – digo. – Mas o senhor não irá me
ajudar?
Quando
ele vai responder o telefone em cima da mesa toca.
-
Delegado Garcia falando. – ele escuta o que a pessoa do outro lado da linha
fala e então abre um sorriso. – Localizaram? – outra pausa, só que dessa vez
mais longa. – Que história interessante, vou querer ouvi-la pessoalmente. Traga
o rapaz aqui.
O
delegado me encara após desligar o telefone.
-
Parece que encontramos a pessoa que deixou o CD com o seu porteiro Sr.
McConaughey.
-
Como assim?
-
Tudo indica que foi um primo do Marcos. – o delegado explica. – Assim que soube
da notícia pelos meus policiais o rapaz contou que ele e o primo estavam de
viajem marcada para o Recife. Disse também que na última vez que viu o Marcos,
o mesmo deixou com ele uma caixa que deveria ser entregue em um endereço caso
ele não aparecesse em dois dias.
-
E onde está esse rapaz? – pergunto exaltado.
-
Neste momento vindo para cá.
-
Ótimo! Assim esclarecemos essa história de uma vez. – dou um sorriso.
-
Conversarei com o rapaz em particular Sr. McConaughey, por enquanto você está
dispensado.
-
Mas eu faço questão de ficar! – protesto.
-
Não preciso de ninguém para fiscalizar o meu trabalho. – o delegado me fulmina
com o olhar. – Ou você vai para casa ou o prendo por desacato.
Minha
vontade é de avançar nele. Era a minha liberdade que estava em jogo e aquele
delegadozinho não parecia ser dos melhores.
-
É melhor irmos Alexandre! – Umberto cochicha para mim.
-
E quanto ao meu plano? – pergunto ao delegado.
Ele
pega um lápis e coloca na boca.
-
Conversarei com o primo da vítima primeiro, se você estiver falando a verdade
serei o primeiro a apoiar o seu plano. – ele se levanta e abre a porta. –
Entrarei em contato assim que tomar a minha decisão.
-
Espero que ainda hoje. – digo irônico.
-
Alexandre! – Umberto me repreende. – Você vai ser preso se continuar a falar
assim com o delegado.
Eu
me levanto e Umberto me acompanha.
-
Tudo bem, darei um voto de confiança a justiça. Esperarei o seu contato
delegado.
******
-
Onde está o seu carro? – Umberto me pergunta já do lado de fora da delegacia.
-
Deixei na empresa, vim na viatura. – explico. – Pode me dar uma carona?
-
Claro eu te deixo em casa. A essa altura o delegado já deve ter mandado
apreender o seu carro para fazer a perícia.
-
Não vão encontrar nada. – dou de ombros entrando no veículo do Umberto. – Não
estou botando fé nesse delegado...
-
Conheço o trabalho do Garcia, ele sempre gosta de investigar todos os lados,
ele vai te ligar e apoiar o seu plano. – Umberto liga o carro. – É só esperar
ele conversar com o primo do Marcos.
Ficar
sem saber notícias do Alexandre estava me enlouquecendo, pelo menos eu já
estava praticamente boa. A dor no corpo havia passado juntamente com a febre,
tomei um banho e vesti apenas uma regata preta e calcinha. Marta não me deixava
sair do quarto para nada mesmo.
-
Ele ligou!! – Marta entra no quarto de supetão.
Sento
na cama instantaneamente.
-
O que ele disse?!
-
Que já está em casa, a voz dele estava bastante cansada. – Marta fala com
pesar.
-
Ele não disse mais nada?
Marta
me dá um pequeno resumo do que o Alexandre disse ao telefone. Ao final fico
mais nervosa do que já estava.
-
Tomara que esse primo do Marcos saiba algo de útil. – comento. – E esse plano?
Ele não explicou nada sobre?
-
Não... não disse uma palavra e olha que eu insisti bastante. Acho impossível o
Alexandre ser preso por esse assassinato, a perícia no corpo do Marcos trará
algumas respostas Nanda. Vai dar tudo certo...
-
Tomara que você esteja certa Marta.
-
Eu dei o endereço daqui para o senhor Alexandre, é bem capaz dele aparecer...
-
Ele nem quis falar comigo Marta...
-
Mas ele perguntou por você. – ela sorri. – Aposto que ele vem.
******
Minha
noite avançou ao som do Ed Sheeran, Marta me emprestou o seu SOM para que eu
ouvisse o CD. Foi impossível não lembrar do Alexandre e mais impossível ainda
não ficar melancólica.
O
que eu faria se ele não perdoasse as barbaridades que eu havia dito? O que
seria de mim se nunca mais pudesse sentir o toque dele na minha pele?
Olhei
no relógio na parede do quarto e já se passavam das nove da noite, as
esperanças de que ele viria já não existia mais. Ele não queria me ver.
O
Alexandre era bom, generoso e decente. Talvez a errada na história fosse
realmente eu... talvez eu que não merecesse ele...
Foi
quando me lembrei de um pedido do Alexandre...
...é
querer demais pedir para que nunca desista de mim?
-
O nosso amor vale muito apena para que eu desista. – digo em voz alta a mesma
frase que respondi quando ele me fez aquela pergunta.
Eu
não iria desistir dele. Nunca.
-
Nanda? – Marta entra no quarto e me chama.
-
Oi. – respondo a encarando.
-
Ele está aqui.
Engulo
em seco umas três vezes.
-
Ai meu pai... – clamo aos céus. – Marta como eu estou?
-
Linda como sempre. – ela responde rindo.
Pego
o espelho para dar uma conferida, não que eu não confiasse na palavra da Marta.
Meu rosto estava até corado e os meus cabelos em uma bagunça organizada. Decidi
não trocar de roupa, continuei com a regata preta e calcinha, o coberto me
cobria da cintura para baixo de qualquer forma.
-
Eu vou mandar ele entrar. É só deixar o seu coração falar por você Nanda. –
Marta avisa.
Eu
assinto e ela sai.
No
SOM a voz do Ed rolava suave, resolvi deixar. Eu me sentia mais calma dessa
forma, afinal essa seria de longe a conversa mais importante da minha vida...
Que
Deus me ajudasse.
4 comentários:
Louca para saber o plano do Alexandre e quase morta pela espera da série Rendida mas compensou cada segundo, porque simplesmente amei...
Josi você é fantástica ;3
Lindo como sempre. Parabéns. Esperando o próximo.
Super ansiosa para o próximo capítulo contando os minutos....
Meninas sem palavras aqui para agradecer tanto carinho!
Amo vocês!!!!!!
Postar um comentário
Olá pessoal, gostaria muito de saber a opinião de vocês sobre o que está sendo postado. Comentem a vontade...