quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Série Rendida - Novais J.

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Vou pedir licença ao Alexandre e a Fernanda para falar um pouquinho com vocês. Primeiramente FELIZ ANO NOVO gente! Que seja um ano de muita paz, saúde e bons fluídos para vocês e suas famílias. Dei uma sumidinha, estava precisando de um pouquinho de repouso para dar uma respirada. Mas já voltei \o/
Temos muitas novidades para esse ano: Final de Rendida/Volta de Laçados pelo Amor/Novos Projetos de Gisele/Livros Fodásticos para Serem Postados... Ufa... é muita coisa!
Acho que Rendida acaba no final do mês... Muito triste...
Fico por aqui e as deixo com mais um episódio de Rendida!

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Dois bicudos não se bicam...

Ele estava atrasado, muito atrasado. Para ser mais exata: uma hora, trinta minutos e quarenta e seis segundos de atraso. Pego o meu celular pelo que eu acho ser a nonagésima vez e ligo pra ele, a já decorada voz da caixa postal se faz ouvir.
Visto meu robe para cobrir a minha nudez e caminho até a sala com uma agonia insuportável dentro do peito, desabo no sofá já não aguentando mais esperar.
Será que alguém pode me explicar que merda está acontecendo?


Quando saí do estacionamento da empresa não consegui ir para o apartamento da Fernanda, quis adiar o nosso encontro a fim de pensar um pouco sobre tudo. As palavras da Rebeca estavam me deixando maluco, a simples hipótese de que ela poderia estar correta em relação a Fernanda de certa forma acabava comigo.
Talvez o Clube Sex não tenha sido a melhor escolha de lugar para refletir, a música alta e as dezenas de mulheres que vez ou outra acabam se aproximando da minha mesa com as piores intenções estampadas no rosto não colaboravam para que eu formasse alguma decisão.
Assim que sequei a garrafa de whisky chamei o garçom.
- Traga outra garrafa Matheus. – peço com a voz um pouco arrastada.
Ele olha para os lados e depois senta na cadeira vaga a minha frente.
- Sr. Alexandre não acha que já bebeu demais por hoje?
Franzo o cenho.
- Eu achei que você fosse pago para servir e não para dar conselhos.
Ele fica sem graça.
- Desculpe por me meter, mas garçons sempre se sentem um pouco íntimos e o senhor é um cliente antigo. – diz com sinceridade.
- Acho que soei um pouco grosso. – me desculpo envergonhado. – Acabei descontando em você os meus problemas.
Matheus sorri e dá alguns tapinhas em meu ombro.
- Não se preocupe. Que tal ir para casa agora?
Aquiesço me levantando da cadeira. Tiro da carteira meu talão de cheques e o preencho entregando a ele. Saio do Clube Sexy com duas certezas.
A primeira é que não vim até ali para pensar. Vim porque estava morrendo de medo de ir até o apartamento da Fernanda e descobrir que a Rebeca tinha razão.
A segunda é que eu não iria para casa.



Tentei me acalmar quando liguei de novo para o celular do Alexandre e deu caixa portal. Resolvi mudar de tática e ligar para a única pessoa que deveria saber de quase todos os passos dele.
- Oi Nanda. – Marta atende animada.
- Oi Marta. Eu liguei para saber se você sabe do Alexandre, ele me ligou a duas horas dizendo que estava vindo para o meu apartamento e até agora nada.
- Oh querida à última vez que o vi foi na empresa antes de sairmos. E ele não tinha nenhum compromisso marcado para a noite. – responde com pesar.
- Estou começando a ficar preocupada Marta. Onde ele se enfiou?
- Nanda mantenha a calma. Notícia ruim chega rápido. Tenho certeza que daqui a pouco a campainha toca e ele aparece.
Respiro fundo me arrependendo de ter ligado de forma tão histérica para a Marta. Ela está grávida e isso pode não fazer bem para o meu afilhado ou afilhada.
- Tudo bem Marta. Você tem razão. – me esforço para soar calma. – Boa noite.
- Boa noite. Qualquer coisa me liga.

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A campainha tocava insistentemente e me despertou. Não sei como, mas eu havia pego no sono ali mesmo no sofá. Acho que foi o efeito do chá (de espera) que o Alexandre me deu. Já sentia uma dorzinha irritante na cabeça que agravava a cada TIM-DOM e isso era a todo instante, visto que tinha alguém desesperado lá fora que não sabia a hora de parar de apertar a porra da campainha.
- Já estou indo! – grito para a porta.
O som irritante só para no exato momento em que abro a porta e dou de cara com um Alexandre, desalinhado e com cara de poucos amigos. Por um momento abro um sorriso de puro alivio por vê-lo vivo e bem, mas meu sorriso morre aos poucos quando ele passa por mim de supetão e entra no meu apartamento. Um cheiro inconfundível de bebida toma conta do ambiente e eu fico puta, enquanto estava aqui desesperada pela demora dele o filha da mã... digo, o Alexandre estava nos bares da vida tomando um porre!
- Você bebeu? – pergunto o obvio fechando a porta e cruzando meus braços.
Ele me encara como se estivesse vendo duas Fernandas.
Ai Deus diga que ele não veio dirigindo nesse estado!
- Você está sozinha? – ele olha desconfiado para os lados como se a qualquer momento fosse aparecer alguém.
- Claro que não. A liga da justiça está fazendo um lanchinho na minha cozinha e o quarteto fantástico está no meu quarto bolando um plano para salvar o mundo. – me irrito colando as mãos na cintura. – É claro que eu estou sozinha!
Ele continua me encarando só que agora de um jeito estranho, quase ameaçador.
- O que está acontecendo Alexandre? – pergunto dando alguns passos na direção dele. – Você me liga dizendo que está vindo para cá, mas então demora horas e chega bêbado fazendo perguntas estranhas e me olhando esquisito. Acho que você me deve explicações!
Ele inclina a cabeça para o lado e dá um sorriso diabólico.
- Por que você não começa a se explicar primeiro?
- Me explicar? Como assim?
- Que porra Fernanda! – ele grita me assustando. – Chega de me fazer de idiota!
- Te fazer de idiota? Eu não estou entendendo...
- Não está entendendo? Talvez isso te ajude então.
Alexandre enfia a mão no bolso da calça e retira um papel bastante amassado e me entrega. Eu o pego com as mãos tremulas o desamassando. À medida que vou lendo-o começo a entender aquela confusão.
- A inscrição. – abaixo a cabeça sem conseguir encará-lo por hora. – Eu passei.
- Devo te dar os meus parabéns? – pergunta amargo.
- Eu ia te contar. – engulo em seco.
- Quando? – abro a boca, mas ele me interrompe. – Me deixa responder por você. Quando você estivesse no aeroporto você iria me ligar e avisar que estava de partida.
O encaro.
- Claro que não Alexandre, eu iria te contar hoje, mas você descobriu antes e entendeu tudo errado...
- Isso mesmo Fernanda! Eu descobri! Tive que ouvir de outra pessoa o que eu deveria ter ouvido de você! – explode magoado.
- Mas eu ia te contar. – tento me aproximar e ele se afasta. – Tentei te ligar no dia da inscrição, mas seu celular só dava caixa. Então eu fiz com a intenção de te contar a noite só que... você me pediu para morar com você e...
- E você resolveu tirar um tempo para pensar no que seria mais proveitoso. Consolidar uma carreira na Itália ou morar com o namorado rico.
- Você está me ofendendo! Eu não admito que você fale assim comigo, eu nunca te dei motivos para pensar isso de mim. – me descontrolo e coloco o dedo na cara dele.
- Você deu! Eu te pedi para nunca mentir para mim e o que você faz na primeira oportunidade?
- Eu não mentir droga! Admito que errei em não contar logo, mas sempre acontecia alguma coisa. – passo as mãos pelos cabelos e tento me controlar, o jeito decepcionado com que ele me olha está acabando comigo. – Acredita em mim. De hoje não iria passar, juro. Eu ia te contar te dizer que não ia...
- Agora que descobri tudo é bem mais fácil dizer que ia contar! Pra que tudo isso? Pra que continuar bancando a santa?
Meus ouvidos se recusavam a escutar o que saia da boca dele. Eu não acreditava que ele estava me tratando daquele jeito.
- Quer saber de uma coisa? – o encaro furiosa. – Eu não vou discutir esse assunto com você hoje. Você está bêbado e não faz à menor ideia das idiotices que está dizendo.
Começo a andar até a porta, mas ele então me puxa pelo cotovelo e ficamos cara a cara.
- Eu começo a achar que a Rebeca no fim tem toda a razão. O que mais você esconde de mim?
Suas palavras estavam tomadas por uma amargura desconhecida e naquele momento pouco importava. Depois que ouvi o nome da Rebeca minha cabeça deu um nó.
- Ah agora está tudo explicado! – puxo o meu braço com força. – Foi ela não é? Claro que foi! Não sabia que os dois andavam batendo papo pelas minhas costas! Levou ela pra beber junto com você também?! – o acuso.
Seu rosto de transformou em uma máscara de pedra.
- Não Fernanda. Eu não ando batendo papo com ela e muito menos a chamando para beber porque ao contrário de você eu levo o nosso relacionamento a sério. Não sou eu quem esconde, mente e distorce as coisas por aqui.
Meu rosto queimou, no fundo eu sabia que estava errada, embora ele tenha carregado um pouco nas tintas.
- Se você achou que eu iria ficar aqui feito um panaca enquanto você curtia em Roma é porque realmente não me conhece. – volta a falar.
Ele estava nervoso e bêbado, eu sabia que não deveria nem sequer considerar oitenta por cento do que ele havia falado hoje, mas aquele comentário realmente me magoou.
- Foi pra isso que você acha que me inscrevi? Para curtir? Em nenhum momento você pensou que talvez eu queira trabalhar, crescer profissionalmente? Ter reconhecimento? Ajudar a propagar uma das organizações mais famosas do mundo?
Ele apenas me encarou e naquele momento eu disse algo que sabia que não ajudaria em nada na situação. Mas eu estava puta e meu raciocínio já tinha ido para as cucuías.
- Se é isso que você pensa então eu talvez tenha feito muito bem em não te contar. – ele cerra o maxilar e eu caminho até a porta a abrindo. – Agora se não for pedir muito eu gostaria que você saísse.  Talvez eu queira começar a fazer as malas hoje mesmo.
Ele caminha a passos duros até a porta e para me encarando. Estamos próximos o suficiente para que eu sinta a respiração dele no meu rosto.
- E talvez você não me veja mais cruzando essa porta. – diz passando por mim e me deixando sozinha.


3 comentários:

vi_meu_mundo disse...

Não a cobreca conseguiu... Chorando baldes até agora... Aaaaah mas a Fernanda tinha que jogar lá do escritório quando teve oportunidade.
E você Alexandre continua o mesmo... ARG, acorda Alexandre tire essas lentes cinzas e siga o seu coração.
(Preparada para Matar >:o

Unknown disse...

Kkk esse Alexandre e tão tolo affff coitada da Fernanda. ..quero entrar no grupo de vi meu mundo preparada pra matar...Rebecca que se cuide rsrsrs

Josi Novais disse...

Concordo Vi Meu Mundo, ela deveria ter contado lá no escritório. Saber pela boca venenosa da Rebeca foi caótico. Alexandre passou por maus bocados no passado então ele é inseguro e a bebida ajudou muito a piorar essa situação...
Meninas próximos capítulos serão tensos... Preparem os corações e as lágrimas.

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