quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Série Rendida - Novais J.




Happy Birthday Fernanda (Parte II)

Às vezes até nós mesmos somos pegos de surpresa por nossas reações. Ele me queria de volta e eu sonhei em ouvir aquela frase tantas vezes que já até perdi as contas, mas simples palavras não apagam toda a dor e sofrimento que as ações causam. Quero segurança e um relacionamento de verdade. Quem me garantirá que daqui a alguns meses ou até mesmo dias ele não entrará pela minha porta disposto a terminar tudo de novo?
Não sou peteca para ele me jogar pra lá e pra cá!
Sua vontade de me ter de volta seria mais forte que todos os seus medos e barreiras? Estaria o Alexandre disposto a se entregar por inteiro?
Acho que não.
- Fernanda esse é perfeito! O que acha?!
A voz animada da Marta me trouxe de volta fazendo-me lembrar onde eu estava. Como só trabalhamos meio expediente ela praticamente me arrastou até o shopping com o intuito de escolher um vestido para ela.
- Anda Fernanda! Desembucha e fala o que achou!
- Você está linda Marta. – sorri.
O vestido verde-limão caiu como uma luva nela, estava deslumbrante.
- Ai que bom que você gostou. Quero estar linda hoje, vou levar o Sérgio para o coquetel.
- Quem é Sergio?
- Meu marido. Vamos comemorar. Ele conseguiu um novo emprego. Não é um máximo?!
A animação da Marta foi contagiante fazendo-me sorrir também.
- Estou muito feliz por vocês.
Ela chegou mais perto e me olhou nos olhos como se guardasse um segredo.
- Esse emprego veio do céu. Ainda mais agora...
Franzi o cenho.
- Como assim?
Ela pegou a minha mão e colocou em seu ventre.
- Ai meu Deus! – exclamei. – Você está...
- Grávida! De três semanas!
Abracei-a com direito a rodopios e gritinhos animados. Meio que sem querer acabamos nos aproximando nas últimas semanas, ela era um tanto maluquete, mas era uma boa pessoa.
- Tenho medo da reação do Sr. Alexandre. – revelou insegura assim que terminamos de comemorar.
- Ele não tem que ter reação nenhuma, você está grávida e ponto. Ter estabilidade no emprego é um direito seu garantido por lei, mas quanto a isso pode ficar despreocupada ele pode ser o pior chefe do mundo, mas é também o homem mais correto que conheço.
Ela sorriu confiante e a abracei mais uma vez.
- E você?
- Eu o que?
- Não pensa em ter filhos um dia?
O modo curiosa da Marta acabou de ser ativado com sucesso!
- É claro que penso, mas preciso encontrar um pai para eles primeiro. – dei de ombros com humor.
Marta me fitou de um jeito tão profundo que senti um friozinho na barriga.
- Você acredita em pressentimento de grávida?
- Deste eu nunca ouvi falar. – gargalhei.
- Pois existe. – ela pegou em minhas mãos e continuou. – E ele está me dizendo que o pai dos seus filhos vai estar hoje à noite naquele bendito coquetel.
Sério, quase morro de rir.
- Ai Marta pelo amor de Deus! – falei entre risadas. – No mínimo deve ter uns trezentos homens lá hoje.
- Ah querida você não vai precisar nem procurar. Ele vai vim até você. – disse com aquele tom de cartomante fajuta. – Portanto, como já encontrei o meu vestido vamos agora procurar um para você. Quero te ver divando, não é todo dia que uma mulher encontra o homem da sua vida.
Não pude nem protestar, ela já me puxava pelo braço me levando até o mostruário da loja.

******

 - Ai meu Deus!
Exclamaram juntas Marta e a vendedora assim que saí do vestiário.
- O que foi? – perguntei assustada.
- Estou sem palavras! – disse Marta com a mão no peito.
- Você parece uma estrela de Hollywood! – completou a vendedora.
- Vocês não acharam este elegante demais? – disse insegura
- Querida é perfeito! Você vai ficar com ele e fim de papo! – Marta ditou.



Não fazia ideia do que faria para a Fernanda reconsiderar. Nem até onde estaria disposto a ir para tê-la de volta. Se eu fosse sensato nunca teria dito aquilo a ela, mas minha vontade era mais forte, quase doentia. É estranho porque nem ao menos sou capaz de expressar o que eu sinto em relação a ela.
Essa necessidade do outro, essa carência constante é como se nunca tivesse o suficiente. Fernanda parecia ser uma fonte inesgotável que preciso usufruir para sempre.
Sempre...
Só em pensar nessa palavra meu corpo fica tenso.
A promessa de nunca mais desejar o sempre foi por água abaixo desde quando transei com a Fernanda pela primeira vez.
Em todas as vezes que fiquei com ela alcancei o sempre.
Eu a quero, mas é possível lutar pelo que se quer quando você ainda não se decidiu até o que está preparado? Bom eu não sabia, mas iria descobrir, ou pelo menos esperava que ela pudesse me ajudar nessa questão.
Vesti o meu smoking e fui atrás de respostas!



Nunca me senti tão bonita, custava em acreditar que a mulher que o espelho refletia era eu. Fui até a porta do quarto pronta para sair e estaquei, a caixa em cima da minha cama parecia me chamar.
Aproximei-me devagar e sentei na cama com cuidado para não amassar o vestido. Peguei a caixa preta e abrir namorando o colar por alguns instantes, em uma atitude nascida da curiosidade tirei-o dali o colocando em meu pescoço.
Assim que cheguei à frente do espelho fui seduzida pela beleza da jóia, ela ficava ainda mais vibrante de encontro a minha pele, além de me lembrar muito do Alexandre. Era como se eu sentisse a mão dele a todo o momento em volta do meu pescoço.
Assim que a vi na vitrine eu soube que ela se parecia com você. Bela, alegre, cheia de vida. A joia é sua. Você não precisa nunca usá-la se não quiser, mas eu quero que fique com ela.
Seria um pecado nunca usá-la não é?
Mordi os lábios indecisa e resolvi me permitir aquele luxo. Hoje era o meu aniversário, pelo menos nesta data era o meu dever fazer coisas insensatas.

******

O táxi que contratei chegou pontualmente às 21h ao meu prédio, na volta pediria ao Dr. Tomas uma corona. A porta do clube estava lotada de pessoas com seus carros importados que se encaminhavam para o estacionamento privativo. Caminhei até a porta principal e entreguei o meu convite ao segurança que permitiu a minha entrada, mas não antes de piscar o olho pra mim.
Acho que essa noite promete!
O salão de festas estava deslumbrante, cheio de mesas com gente bonita e rica. Havia uma banda, pista de dança e um bar. Muitos garçons circulavam pelo ambiente com bandejas servindo champanhe.
Avistei o Dr. Tomás sentado sozinho em uma das mesas e resolvi me juntar a ele. Fui agarrada pelo pulso e me virei dando de cara com o Marcos em um terno fino.
Oh merda!
- Quase não te reconheci Nanda. Você está uma coisa de louco nesse vestido.
- Será que dá pra você soltar o meu pulso? – me irritei.
- Calma. – disse na defensiva levantando a mão livre. – Nanda a gente se dava tão bem, será que não poderíamos voltar a sermos amigos?
Ele se aproximou em uma tentativa de me intimidar e eu dei um passo para trás. Estava obvio que ele já havia bebido demais.
Eu estava em maus lençóis! 


Esqueci-me de respirar, de pensar e me desliguei completamente de tudo ao meu redor. Senti a presença dela no exato momento em que adentrou no salão.
Estava saindo um belo psicótico de merda.
Fernanda era linda de todas as formas e jeitos. O vestido longo preto que usava moldava cada curva do seu corpo não deixando espaço para a imaginação. O vestido era no modelo tomara que caia com um superdecote que valorizava seus seios, seus cabelos estavam presos em um coque displicentemente dando a ela aquele ar sexy que era só seu, mas o que fez meu coração parar de bater foi o que ela trazia no pescoço. Fernanda usava o colar que eu a havia presenteado naquele dia. Um sorriso se apossou dos meus lábios. A causa pela qual eu lutava ainda não estava perdida.
Acompanhei-a com o olhar como um gavião, vendo-a se movimentar pelo salão com desenvoltura e classe. Ela era a personificação de uma das princesas dos contos de fadas que tanto gostava, porém para o meu completo azar a grande maioria dos homens presentes resolveu perceber isso também. Fernanda recebeu um festival de olhares e aquilo me deixou puto.
Bando de filhos da mãe!
Ela parecia se encaminhar até a mesa do Dr. Tomas quando um cara segurou no seu braço a virando para ele.
Que porra é aquela?!
Não demoro a reconhecer o merdinha, minha vontade de quebrar a cara dele se multiplica por cem e é elevada ao cubo. Uma raiva assassina se apossa do meu corpo e caminho a passos duros até lá.
- Marcos eu vou pedir pra você me soltar pela última vez.
Escuto a voz nervosa da Fernanda assim que chego perto deles.
- Só depois de conversarmos em particu...
- Você vai soltá-la ou vou precisar quebrar a sua mão? – pergunto encarando o cara.
Ambos olham para mim dando a entender que só agora perceberam a minha presença então o filho da puta desvia os olhos do meu e encara Fernanda com uma interrogação no rosto, ela o fita também e eles parecem travar uma conversa no modo silencioso me deixando de fora.
Eu não gosto disso.
Na verdade eu não gosto nada disso!
- E então? – insisto com a paciência perdida em algum lugar.
Ele solta o braço dela e da alguns passos para trás, encaro Fernanda e ela abaixa a cabeça fugindo do meu olhar.
- Ta fazendo o que ainda aqui? – pergunto irritado percebendo que o filho da mãe ainda está parado no mesmo lugar.
Eu já me preparava para avançar em cima dele quando o idiota resolveu se afastar. Fernanda respira alto chamando a minha atenção e nos fitamos. Ainda estou puto. Alguma coisa me diz que perdi metade daquele filme!
A boa noticia é que sei muito bem quem vai me explicar!
- O que foi tudo isso? – perguntei furioso.
- Você não precisava ter se intrometido, eu estava com a situação sob controle.
Sorri sarcástico e cruzei os braços.
- Estava?
- Sim. – respondeu confiante.
Minha vontade era de sacudi-la até que me explicasse o que eu queria entender, mas me controlei. Olhei ao redor e as pessoas estavam distraídas, alheias ao que acontecia entre nós, menos mal. Dei a Fernanda um olhar extremamente frio e continuei:
- Tudo bem. Se você diz eu acredito. Só espero que o rapaz se controle, porque se eu descobrir que ele anda tocando no que não deve... – sorri gélido e me aproximei mais dela fitando seus olhos. – Eu nem sei o que sou capaz de fazer.
Ela piscou os olhos algumas vezes para em seguida desviar o olhar do meu.
- E... eu vou... me sentar com o... o Dr. Tomas. – balbuciou nervosa.
- Eu acompanho você até lá.
- Eu não preciso de segurança. – disse andando na frente e me deixando sozinho.


Ver o Alexandre de terno todos os dias era um ataque cardíaco do qual já estava habituada, agora vê-lo dentro de um smoking de bom corte e caimento já é pedir demais. Ele era o homem mais bonito ali presente e o homem mais bonito do mundo em minha opinião, mas é claro que isso se deve aos altos níveis de paixão aguda que o meu coração se encontrava.
Sentada a mesa com o Dr. Tomas, o observava de longe, seus cabelos estavam brilhantes penteados daquela forma sexy que eu tanto gostava e ele não havia feito a barba, não estava muito grande apenas o suficiente para ser notada.
Ele conversava com um italiano de meia idade bastante simpático, deveria ser o Sr. Buttelli, seu sócio. De repente Alexandre me encarou fazendo meu corpo queimar. Sabia que ele estava irritado pela cena do Marcos, eu também estava.
 Todas as vezes que Marcos passava próximo a minha mesa me mandava um olhar estranho, só não vou falar que estou com medo porque não sou mulher de ter medo de homem. No mínimo ele tinha certeza que entre eu e o Alexandre existia alguma coisa.
- Nanda!
Ergui a cabeça e vi Marta em pé ao lado de um moreno bonito.
- Oi. – me levantei os cumprimentando.
- Esse é o meu marido, Sergio. Amor essa é a uma amiga, a Fernanda.
Sergio acenou com a cabeça e fiz o mesmo.
- Nanda que colar lindo é esse? – Marta pergunta quase avançando em mim.
- Eu... eu...
Porra na hora de colocar o colar nem pensei o que falaria quando as pessoas me perguntassem!
- É falso não é? – perguntou.
Encarei-a com aquela cara de tacho sem saber o que dizer, se eu confirmasse estaria tudo resolvido, mas se falasse que era verdadeiro teria que dar mais explicações.
- É. Falsissímo.
Aquela calúnia iria para a minha lista de mentirinhas inocentes.
- Parece verdadeiro. É lindo, só não mais que você. – sorriu.
- Obrigada. – dei um sorriso tímido.
- Vou procurar uma mesa. Espero que tudo dê certo hoje. – piscou.
Despedi-me deles e voltei a sentar a mesa. Dr. Tomas me fitava.
- Por que você mentiu? A joia não é falsa.
Engoli em seco e peguei a taça de champanhe virando em um só gole.
Má noite. Má noite. Má noite.
- Dr Tomas eu...
- Não quer revelar quem a deu. – completou.
- Mais ou menos isso. – abaixei a cabeça.
- Ele gosta de você.
Não entendi o que ele quis dizer com aquilo até que o fitei e vi que olhava para o Alexandre que coincidentemente escolheu justo aquele momento para me olhar.
- Oh... Nã... Não... Nós não...
- Fernanda está tudo bem. – ele pegou minhas mãos sobre a mesa e deu aquele sorriso de pai que encobre as travessuras dos filhos. – A velhice dá ao homem muito mais que cabelos brancos minha filha, os anos ensinaram a esse velho muitas coisas que os dias nunca souberam. Eu gosto de você e por isso te digo que o Alexandre pode ter muitos defeitos, mas no fundo é um homem bom, ele só precisa de um empurrãozinho para se desvincular de alguns fantasmas. É como diz William Shakespeare: Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.
Seja lá o que tenha acontecido no passado do Alexandre o Dr Tomas sabia! E eu queria saber também!
- O que aconteceu entre ele e a ex-mulher?
Dr Tomas me olhou atentamente.
- Existem dois tipos de mulheres: as que levantam e as que derrubam. Não é necessário pensar muito para entender qual o tipo da Rebeca, ela o destruiu de todas as maneiras possíveis que uma mulher pode destruir um homem.
Meu coração se apertou como sempre se apertava quando o assunto era aquele. É inevitável não sofrer ao pensar no sofrimento dele, era como se tivéssemos um cordão umbilical nos unindo.
- Lembre-se de que você é das que levantam. – disse por fim.
Eu assenti com a cabeça e lhe dei um sorriso. Ele retribuiu beijando as minhas mãos.

******

Há mais ou menos uma hora que não via o Alexandre, de repente ele sumiu da festa. Já o Marcos parecia estar fazendo tour pela frente da minha mesa. Só nos últimos vinte minutos ele já havia passado por aqui doze vezes. Essa situação já estava ficando desconfortável, Marcos já tinha ultrapassado todos os limites do ridículo, ele mandava sinais para que eu me levantasse e o seguisse e já mandou até um bilhetinho pelo garçom. É claro que ignorei tudo. Ele que esperasse sentado.
- Dr. Tomas!
Um sotaque italiano bastante animado se fez ouvir, era o Sr. Buttelli que chegava para cumprimentar o Dr. Tomas. Eles conversaram por alguns instantes até que o homem percebeu a minha presença.
- E questa bella donna?
Minhas bochechas ficaram rosadas instantaneamente.
- Perdão. Não lhe apresentei o meu braço direito, está é Fernanda a minha secretária.
Sorri enquanto ele pegava a minha mão e a beijava.
- Encantado. – disse.
- É um prazer conhecê-lo, o Dr Tomas me falou muito sobre o senhor.
- Espero que bene. – disse com humor fazendo todos rirem.
Sr. Butelli ficou um bom tempo conversando conosco na mesa, nos falando sobre suas ideias e projetos para a nova filial. Ele nos contou de sua pretensão em levar uma equipe do Brasil para a Itália assim que a filial abrisse as portas. O Dr. Tomas me elogiou tanto que ele se interessou pelo meu currículo e me fez prometer pensar em me inscrever como candidata para uma das vagas. Comentei sobre a minha formação em administração de empresas e ele ficou ainda mais eufórico tentando me convencer de que aquela era uma excelente oportunidade para a minha carreira.
- Foi uma excelente proposta. – comentou o Dr Tomas assim que o Sr Butelli se despediu.
- Foi.
- Você não ficou muito animada.
- A ideia de sair do Brasil é que não me animou.
- Não precisa ser para sempre se você não quiser, até onde sei o prazo mínimo é de seis meses. Depois disso o candidato pode optar em voltar para o Brasil.
- Eu vou pensar, acho que ainda tenho um bom tempo antes que a nova filial abra as portas.
- Eu preferiria que você não fosse. – sorriu. – Mas não posso ser egoísta, você é jovem e inteligente. Merece uma oportunidade como esta.
Dr Tomas tirou os olhos de mim e olhou para a pista de dança.
- Quando jovem eu adorava dançar...
Lembrei-me da ultima vez que dancei. Eu e o Alexandre em Veneza tendo a Praça de São Lucas como cenário e um céu esplendoroso carregado de estrelas acima de nós. Foi um dos momentos mais bonitos que vivi.
 - Se eu fosse vinte anos mais novo te convidaria, mas hoje não vou aguentar dar mais que seis passos.
Eu gargalhei.
- Oh sem problemas Dr. Tomas.
Eu continuava rindo até que notei o Alexandre caminhando na direção da minha mesa. Meu sorriso morreu e meu coração foi parando aos poucos. Ele caminhava a passos lentos e seguros sem tirar os olhos de mim, por um momento foi como se o meu destino estivesse vindo ao meu encontro.
- Boa noite. – ele disse quando chegou.
Encaramos-nos e o gato comeu a minha língua, restou ao pobre do Dr. Tomas responder sozinho.
- Alexandre meu filho boa noite. Você chegou em uma ótima hora.
- Mesmo? – perguntou me fitando.
- Sim. Poderia fazer algo por esse pobre velho. – Alexandre assentiu e o Dr Tomas continuou. – Poderia tirar essa moça para dançar?
Virei à cabeça para o Dr Tomas como se fosse a menina do exorcista.
- Eu não... – tento dizer.
- Me daria a honra? – Alexandre já havia se aproximado e estendia a mão.
Cometi a burrice de olhá-lo nos olhos. Eles me chamavam e eu não pude dizer não. Quando peguei em sua mão e ele me deu aquele sorriso matador compreendi que havia feito a escolha certa.



Fitei Fernanda enquanto colocava o braço em volta de sua cintura e pegava sua mão na minha.
- Do que você está rindo? – ela me perguntou.
- Eu tenho muitos motivos para sorrir está noite, mas o maior deles é ter você nos meus braços. – sussurrei em seu ouvido.
- Diria que você está tentando ser romântico se eu não te conhecesse bem. – ergueu uma sobrancelha.
- Não estou sendo romântico, estou sendo sincero. – respondi enquanto a apertava mais de encontro a mim.
Ela olhou para frente se recusando a me encarar.
- Mas eu posso considerar essa possibilidade, se isso for te trazer de volta. – dei o golpe de misericórdia.
- Aí você estaria sendo romântico, mas não sincero. – falou.
Curvei a boca em um sorriso.
- Eu posso ser os dois. Por exemplo, quando digo que quero você de volta e que me arrependo de tê-la deixado estou sendo sincero. Mas quando digo que quero prender seu corpo no meu e te foder com força a noite inteira, estou sendo romântico.
Ela gemeu baixinho e o meu pau deu o ar da graça.
- Isso é ser romântico? – perguntou sem fôlego.
Eu sorri torto e lhe dei um olhar faminto.
- Eu sei que você gostou.
- Não eu não gostei. – negou e eu sorri. Ela era uma péssima mentirosa.
Abracei-a e vagarosamente nos movemos com a suave melodia. 
- O meu caminho sempre será para dentro de você. – confidenciei.

******

Já ouvi muitas vezes que o tempo passa rápido quando estamos em um momento bom, eu discordo. O tempo que passamos abraçados dançando ao ritmo da musica foi eterno. O mundo definitivamente parou de girar ficando ao nosso favor. Fernanda tinha a cabeça encostada no meu ombro e eu um sorriso enorme no rosto. Estava tão envolvido que demorei a perceber que éramos observados de longe pela Rebeca.
Caralho! Como ela conseguiu entrar aqui!
Rebeca soltava faíscas e eu sabia que não eram direcionadas a mim, era para a Fernanda que estava alheia a tudo aquilo.
- Algum problema? Você parece tenso. – ela me perguntou fitando-me nos olhos.
Ok não estava tão alheia assim... Esqueci que as mulheres têm sexto sentido.
  Fernanda acabou desviando o olhar para a mesma direção que eu e viu a Rebeca.
- Entendi. É por causa dela.
Fitei Fernanda.
- Não é por causa dela, só não a quero aqui. – cerrei o maxilar.
- Eu posso te fazer uma pergunta?
Revirei os olhos.
- Por que será que estou com a impressão de que não irei gostar, mas tudo bem. Faça. – a encarei.
Ela demorou alguns segundos para falar, parecia estar tomando coragem.
- Você... – suspirou. – Você ainda gosta dela?
Senti minha pressão subir. Meu rosto caiu e a raiva tomou conta de mim. De todas as coisas que ela poderia me perguntar àquela era a sem o menor cabimento.
- Você ficou doida?! – perguntei nervoso.
Ela me olhou sem palavras.
A música acabou e ficamos parados um olhando para a cara do outro, ela foi a primeira a quebrar o silencio.
- Alexandre...
- Eu vou te levar de volta para a mesa. 


******

Assim que chegamos o Dr. Tomas se levantou da mesa com uma expressão preocupada e veio até nós.
- Fernanda me perdoe, mas eu não vou poder te levar. Minha filha ligou avisando-me que a minha esposa acaba de dar entrada no hospital. Suspeitam de AVC.
Fernanda colocou a mão em seu braço demonstrando apoio.
- Nossa eu sinto muito... Dr Tomas não se preocupe comigo, eu posso pegar um taxi.
Fulminei-a com o olhar. Qual o problema dela? Que história era aquela de táxi? Virei invisível?
- Eu levo você.
- Ótimo assim fico menos preocupado. – disse Dr. Tomas. – Eu tenho que ir.
Dr. Tomas saiu apressado deixando eu e Fernanda a sós.
- Não é necessário que você me leve, eu posso realmente pegar um taxi e...
- Algumas vezes a sua teimosia é bem sexy, mas eu outras me dá nos nervos. Eu vou levar você. Aliás, pode até ser agora se assim desejar.
Ela mordeu os lábios e me fitou.
- Eu vou ao banheiro primeiro.
Assenti.

- Tudo bem. Aproveitarei para me despedir do Buttelli.



Vim me recompor no banheiro, a possibilidade de ficar sozinha com o Alexandre dentro de um carro não é uma boa ideia.
É uma péssima ideia!
Ainda não entendi por que ele ficou tão nervoso com a minha pergunta, pensei que gritaria comigo no salão. Por um lado depois daquela reação tenho certeza de que ele não sente nada por a ex, mas por outro... Poxa ele já a amou, será que realmente não restou nada? Ela é bonita, impossível nenhum homem olhar para a Rebeca e não sentir nada.
Meu corpo ainda queimava com os olhares que ela me direcionou no momento em que eu dançava com o Alexandre, ela parecia aquele personagem do X-Men, o Ciclope. A qualquer momento eu viraria pó devido às rajadas ópticas que ela me dirigia.
Caminhei até a pia do banheiro para lavar minhas mãos e me olhei no grande espelho. Neste instante a porta do banheiro se abre e a megera entra com aquele sorriso colgate na boca. Rebeca para ao meu lado e se olha no espelho, abre a bolsa pega um batom vermelho sangue e passa na boca.
A mocréia está arrasadora em um vestido vinho de parar a Avenida Paulista.
Ignoro a presença dela e continuo o que estava fazendo, pego um papel-toalha e seco minhas mãos pronta para dar o fora dali.
- Lindo o seu colar, conheço um Bvlgari de longe. Alexandre costumava me dar muitos quando éramos casados. – diz me encarando pelo espelho, na verdade a maldita não tirava os olhos do meu pescoço.
- Obrigada. – agradeço com um belo sorriso no rosto virando de frente para ela.
É isso mesmo! Gosto de olhar na cara do recalque. Aquela vaca que não se metesse a besta comigo, porque a mataria do coração!
Rebeca guardou o batom na bolsa e me fitou.
- Interessante. – sorriu desdenhosa. – Um Bvlgari é bem caro, duvido que o seu salário de secretária possa bancar isso. Foi presente de algum amante?
Ah eu vou dar na cara dela!
Abri a boca com a resposta na ponta da língua, mas a megera me interrompeu.
- Oh querida me desculpe. Estou sendo indiscreta.
Ela andou pelo espaço do banheiro depois parou voltando a me encarar.
- Eu vou indo, quero aproveitar a festa. Boa sorte com o seu... amigo. – deu uma risadinha irritante. – É tão bom quando tudo começa a dar certo no amor não é? Veja eu, por exemplo, voltei para reconquistar o meu homem e estou quase conseguindo. Por mais que ele negue sei que nunca deixou de me amar. Quando beija outra mulher é em mim que ele pensa, quando transa sou eu quem ele vê. Sabe Alexandre adorava dizer eu te amo depois que terminávamos de... você deve imaginar.  
Juro que quero fazer da cara dela massa de pão, mas simplesmente não consigo. O lado esquerdo do meu peito dói. O veneno daquela naja já corria solto por minha corrente sanguínea.
Ela ri ao ver que suas palavras me afetaram.
 Peraí eu vou mesmo deixar essa piranha com a última palavra?
Nunca no Brasil!
- Ouvi dizer que ele vetou a entrega do convite para você. Jeito estranho de amar não é mesmo? A propósito como você conseguiu entrar? Burlou a segurança?
Jamais senti tanto ódio em um olhar como no dela, já me preparava para o momento em que ela avançaria em mim e eu em legítima defesa é claro, enfiaria a cara dela na privada.
- Acho que sua informação está errada querida, ele próprio me entregou o convite. – disse entre dentes.
Hunrum e a Fada do Dente deixou um chocolate debaixo do meu travesseiro!
- Agora realmente tenho que ir. Creio que não faltarão oportunidades para conversarmos. – ela da uma ajeitada no cabelo e se virou.
- Eu e você não temos nada para conversar. – digo.
Ela volta e me encara.
- Engano seu. Temos um assunto bem gostoso em comum.
A máscara dela cai e enfim me olha como se fosse me matar. Depois sai do banheiro e fecha a porta atrás de si com uma força exagerada. Respiro fundo e me apoio na pia tentando absorver tudo aquilo. No momento só tenho certeza de três coisas:
1ª Não sei como, mas ela sabe sobre mim e o Alexandre.
2ª Ela é louca, obsessiva e psicopata e na cabeça dela estamos em uma disputa.
3ª Eu não sei se quero fazer parte disso.
Se tudo o que ela falou é verdade, a reaproximação do Alexandre só pode significar uma coisa: ele está me usando como um escudo para não cair nas garras da Rebeca. Se sentir usada dessa forma baixa é uma das piores sensações do mundo. A esperança que habita em meu coração grita me dizendo que tudo não passa de um monte de mentiras e que eu não me deixasse envenenar.
As frases da Rebeca ficam rondando a minha cabeça e vão me deixando cada vez mais triste. De repente eu só quero ir embora para a minha casa e deitar em minha cama. O que não quero é encarar o Alexandre com todas essas dúvidas rondando a minha cabeça. Não posso ir embora com ele, preciso de tempo.
 Saio do banheiro e chego ao salão, vejo-o conversando com alguns homens perto da entrada principal. Não tem como passar por ali sem que ele me veja!
A porta dos fundos, claro! Aquele lugar tinha que ter uma!
Olhei um pouco ao redor e graças a Deus não demorei a encontrá-la, olho para trás uma ultima vez a tempo de ver o Alexandre apertar a mão do Sr. Buttelli e dar aquele sorriso que balança o meu coração.
Em seguida viro-me e vou embora.

******

A porta dos fundos deu direto para o estacionamento privativo, exceto pela quantidade exorbitante de carros de luxo ele está deserto. Sigo em frente a passos apressados, logo o Alexandre perceberá o que fiz e virá atrás de mim.
O único som que escuto é o dos meus saltos indo de encontro ao chão, o estacionamento é enorme e o final está um pouco longe. Ouço um barulho estranho atrás de mim e viro-me em alerta.
- Nossa Marcos você me assustou! – digo colocando a mão no peito.
Fortes mãos me puxam e sou arrastada.
- Marcos me solta! Você ficou maluco?!
Tento me desvencilhar, mas não consigo. Até agora ele não deu uma única palavra. Marcos continua andando e me levando consigo até que me joga contra um carro em uma parte escura do estacionamento. O encaro puta da vida e sua expressão está furiosa.
- Eu me decepcionei com você Fernanda. - assim que ele abre a boca o cheiro de álcool entra forte em meu nariz.
Oh droga! Ele está bêbado!
- Marcos...
- Cala a boca! Você vai me escutar! – grita. – O tempo todo bancando a boa moça na empresa, mas quando o expediente acaba você abre as pernas para o chefe.
- Desgraçado!
Morro de raiva com suas palavras e avanço em cima dele batendo, unhando e gritando. Marcos se esquiva como pode e joga seu corpo em mim me imobilizando contra o carro.
- Você contou pra ele que a gente se beijou? – pergunta enquanto cheira o meu pescoço.
Tento empurrá-lo, mas é inútil, ele me aperta tão forte que não consigo mexer um centímetro.
- Você me jogou dentro de uma sala e me agarrou! Foi forçado! – gritei já sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos.
Ele rir sinistro.
- Você gostou. E vai gostar ainda mais, vai acabar esquecendo aquele idiota, me deixe tirar sua roupa e tocar esse corpo lindo, você me deixa maluco... Sinta como você me deixa duro... – Marcos força a boca contra a minha e esfrega sua ereção em mim.
Estou enojada e desesperada.
- Marcos para, por favor! – imploro no auge do desespero.
- Eu vou chupar você todinha... - ele desce a boca depositando lambidas no meu pescoço e eu acho que vou vomitar a qualquer momento.
Não paro um instante sequer de lutar, grito, tento me soltar, mas sei que é em vão. Nunca pensei que uma merda dessas fosse acontecer justamente comigo. Lágrimas escorrem do meu rosto e estou com muito medo. Fecho os olhos só me restando pedir a Deus que me ajude.
Subitamente escuto um rugido alto de puro ódio e não sinto mais nenhuma pressão em meu corpo. Abro os olhos para ver o Marcos caído no chão com o Alexandre em cima dele.
- Desgraçado! Filho da puta! – Alexandre grita enquanto desfere vários socos na cara do Marcos.
Eu não consigo me mover apenas observo tudo em transe.
- Eu vou te matar! Vou acabar com você! Nunca mais encostará, tocará ou olhará para ela! – Marcos gemeu de dor, mas mesmo assim Alexandre não parou de bater nele.
Como em câmera lenta vi vários seguranças chegarem ao local e foi preciso três homens para conseguir tirar o Alexandre de cima do Marcos. Observo seu olhar repleto de ódio ao encarar Marcos inerte no chão.
- Tirem esse lixo da minha frente antes que eu ponha um fim em sua vida. – ordena aos seguranças.
Dois homens vão até Marcos e o levantam, não consigo olhar para seu rosto por muito tempo, ele está acabado e cheio de sangue. Alexandre me olha e sua expressão se alivia um pouco, ele dispensa os seguranças dizendo que está bem e não se machucou. O smoking dele antes impecável agora está amassado e respingado de sangue, a minha situação também não deve estar das melhores. O temor que passei minutos atrás volta a me assaltar e não consigo conter os soluços do choro. Alexandre se aproxima desesperado.
- Ele machucou você? Me diz Fernanda, pelo amor de Deus. – pergunta preocupado.
Eu não paro de chorar, apenas aceno com a cabeça negativamente. Ele me puxa para um abraço e acaricia os meus cabelos.
- Eu estou aqui... Vai ficar tudo bem... Eu vou cuidar de você... – sussurra me embalando em seus braços.



Aperto o volante tentando conter a raiva. Eu tenho ótimos motivos para estar puto não tenho?
Quando percebi que Fernanda estava demorando demais no banheiro e fui até lá e não a encontrei fiquei desesperado. Procurei-a pelo salão inteiro e nada, até que um dos garçons me disse que a viu sair pela porta dos fundos que dava para o estacionamento.
Quando cheguei escutei alguns gritos, ela e o merdinha discutiam e eu escutei tudo.
Como Fernanda pode não me contar? Tudo isso acontecendo debaixo do meu nariz! Na minha própria empresa e eu sem saber de absolutamente nada. Nesta mesma noite eu perguntei a ela o que estava acontecendo e ela disse que estava tudo sobre controle.
Caralho!
E se eu não tivesse chegado? O que aquele bastardo não teria feito?! Quando o vi em cima dela tentando forçá-la eu simplesmente enxerguei tudo vermelho e só quis matá-lo.
- Para onde você está me levando? – ela pergunta sentada no banco de passageiro.
- Para casa.
- Mas esse não é o caminho da minha casa. – contesta franzindo o cenho.
Solto uma respiração pesada, levo uma de minhas mãos até o seu rosto e a fito.
- Eu só quero cuidar de você...

******

Estacionei o carro na garagem e desci para abrir a porta para a Fernanda.
- Onde estamos? – pergunta encontrando o meu olhar.
- Depois do que aconteceu hoje não conseguiria te deixar sozinha. – pego em sua mão e faço-a andar ao meu lado. – Venha quero te mostrar a minha casa.
Ela parou e eu fiz o mesmo.
- Alexandre...
- Psiu. – a cortei colocando o indicador em seus lábios. – Você confia em mim?
- Eu confio. – sorriu.

******

Passamos pela portaria e entramos no elevador que dava para a cobertura. Permanecemos o tempo inteiro de mãos dadas, só soltei as mãos da Fernanda para pegar as chaves no bolso da minha calça. Abri a porta e dei espaço para que ela entrasse.
- Puta que pariu! – exclamou me fazendo rir.
- Espero que você tenha gostado. Bem-vinda a minha casa Fernanda.
Ela andou um pouco pela sala observando os móveis de luxo e a decoração. O olhar de admiração da Fernanda era o mesmo que tive quando entrei aqui pela primeira vez.
Era um belo lugar com vista panorâmica, elevador privativo, piscina, jardim, jacuzzi, janelas de grandes dimensões, churrasqueira, terraço, lareira, dentre outras facilidades que o dinheiro podia comprar.  
- Uau. É linda.
- É a primeira vez que trago alguém aqui... digo uma mulher.
- Por que eu? – questiona confusa.
Eu me aproximo até ficarmos bem próximos.
- Por que não você? – sussurro.
Nós olhamos e então a pego no colo.
- Agora como prometido eu vou cuidar de você.


Alexandre subiu as escadas comigo no colo e entrou onde eu imaginava ser o seu quarto, o ambiente era imenso e luxuoso não muito diferente de toda a cobertura. Ele me levou até o banheiro me depositando no chão, depois saiu e quando retornou tinha uma camisa na mão.
- Tome um banho e a vista. Você vai se sentir bem melhor depois disso.
Ele se retirou me dando privacidade. Fiquei um bom tempo apenas admirando a beleza clássica do banheiro dele, as paredes brancas e as bancadas em granito preto.
Cheirei a camisa matando a saudade do perfume que tanto sentia falta. Aquela noite eu queria apenas esquecer tudo de ruim que aconteceu. O marcos, a Rebeca, as dúvidas...
Só queria ser cuidada e mimada.

******

Saí do banheiro com os cabelos molhados e usando apenas calcinha e a camisa que me cobria até o meio das pernas. Engoli em seco ao vê-lo sentado na cama King Size com os cabelos molhados, sem camisa e vestindo um par de calças de pijama cinza.
- Tomei um banho também. – riu. – Essa é uma das vantagens de se ter mais de um banheiro em casa.
Ele se levantou e caminhou até mim me presenteando com a visão daquele corpo com a garantia Friboi de qualidade, meu coração já batia acelerado dentro do peito. Alexandre cheirou os meus cabelos e pressionou minha cintura com as mãos.
- Como senti falta disso Fernanda... – disse torturado.
Por mais que ele negue sei que nunca deixou de me amar. Quando beija outra mulher é em mim que ele pensa, quando transa sou eu quem ele vê.
A voz da Rebeca assombra a minha cabeça e eu me afasto.
- O que foi? – ele me pergunta com os olhos confusos.
Sabe Alexandre adorava dizer eu te amo depois que terminávamos de... você deve imaginar.  
- Eu não deveria ter vindo. - passo por ele e sou agarrada pelo braço.
Ele me fita preocupado, seus olhos parecem tão sinceros. Mas o medo de estar sendo usada apenas para manter a Rebeca longe é maior e não consigo raciocinar direito.
- Me solta! Você acha que não sei o que você quer com esse joguinho? Tudo sempre se resume em apenas uma coisa para você: boceta! – explodo.
Seus olhos verdes ficaram escuros de raiva e então ele me pega pelo braço e me joga contra a parede. Seu corpo cola-se ao meu incendiando cada fibra do meu ser.
Sua mão segurou firme o meu queixo obrigando-me a encará-lo.
- Vamos deixar as coisas bem claras de agora em diante. – disse com a voz tremula de raiva. – Meu pau sentiu falta da sua boceta e consequentemente do seu rabo também, mas eu senti falta da sua voz, do seu cheiro, do seu toque, das suas risadas, do seu olhar, das suas manias irritantes... enfim de você.
Quando ele termina de falar eu estremeço, sua mão que estava em meu queixo desce até chegar a minha cintura e ele geme me deixando louca.
- Eu vou repetir até que você entenda: Eu quero você. Tem que ser você.
Derreti-me totalmente e segurei firme em seu cabelo colando a minha boca na dele de modo selvagem. Foi o que bastou para que ele jogasse tudo para o alto e devorasse a minha boca com uma urgência desenfreada. Sua língua se enroscou na minha em um beijo molhado e urgente matando a minha fome, mas ao mesmo tempo despertando outra. Foi mais que um beijo. Foi um encontro de almas, como se um pedaço de mim tenha passado para ele e vice-versa.
Eu amava aquele homem. Sim amava... Não era somente paixão, era amor. Um amor maior que tudo.
O maior amor do mundo.
Ele foi o primeiro a se afastar, colamos nossas testas e respiramos ofegantes.
- Meu pau não sabe o que é uma boceta desde que te tirei da minha vida Fernanda. Mas eu não te trouxe aqui pra isso, embora eu queira muito... – ele me fita e coloca na boca aquele sorriso safado pelo qual sou capaz de morrer. – Quero mais que a sua boceta Fernanda, quero você. E como prova eu nem vou comer ela hoje.
Como assim não vai?!
Minha cara nesse momento deve ser mais ou menos parecida com a de um cão sem dono.
Antes que eu reivindique os meus direitos de mulher insaciada ele me pega no colo me colocando com calma sobre a cama.
- Dorme lindinha... Eu vou estar aqui amanhã quando você acordar e então conversaremos.
Alexandre me aconchega em seu peito e beija os meus cabelos. Meus olhos pesam e eu apago a contragosto.

8 comentários:

Unknown disse...

Simplesmente uau..... Adorei anciosa pela próxima parte. Parabéns. Bela historia.

Josi Novais disse...

Obrigada! Esse apoio que recebo vale muito para mim!
Amo vocês!
Amo o Alexandre!
Amo a Nanda!
Amo muito tudo isso... <3

vi_meu_mundo disse...

Sem comentários... Valeu a pena esperar todo esse tempo para ter esse resultado.
Estou surpresa na mudança que Fernanda fez no Alexandre do começo da série ate essa Mas agora o Alexandre não é mais um idiota e sim um fofo ;3 um idiota fofo...

Josi Novais disse...

Sabe é uma satisfação imensa quando você consegue passar exatamente as mesmas emoções que sente ao escrever para o leitor...
Concordo com você quando fala que ele é um idiota fofo rsrs
Obrigada pelo carinho!

Unknown disse...

Antes tinha vontade de da uns tapas no Alexandre agora tenho que concordar ele é um idiota fofo, a nanda morro de rir com ela ela tem umas fala muito da hora "como assim não vai?"eu me acabo de rir, acho que vou entrar na história pra ajudar a nanda enviar a cara da Rebecca na privada kkkk ...estou ansiosa pelos próximos capítulos. ...

Josi Novais disse...

Oi Regina. Amei o seu comentário... Gente olha ouvir a opinião sobre o que escrevemos é importantíssimo!
Também acho a Nanda hilária! hahahaha
O mais impressionante é que os personagens tem vontade própria sabe, é como eu disse em outra ocasião, apenas conto a estória, sou um mero instrumento deles.
Beijo grande!

Unknown disse...

Quando sai o próximo capítulo?

Josi Novais disse...

Olá Regina... Estou programando para o FDS.
Amanhã postarei um comunicado explicando o porquê.

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